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Estado de Minas

Sem sa�da, 191 mil empresas fecharam as portas no pa�s em 2015

Turbul�ncia na economia leva mais firmas a encerrar atividades, frente ao ritmo de novos neg�cios. Neste ano, 191 mil deixaram de funcionar, ante as 232 mil que foram abertas


postado em 10/08/2015 06:00 / atualizado em 10/08/2015 07:33

Bras�lia – Cresce a propor��o de empresas que, sem ver sa�da da crise financeira e da economia brasileira, opta por encerrar as atividades, em compara��o ao universo daquelas que abrem as portas. De janeiro a junho deste ano, 191 mil firmas deram baixa em seus registros nas juntas comerciais do Pa�s, representando 82,3% do universo de 232 mil abertas no per�odo. Essa rela��o j� foi amplamente favor�vel ao crescimento do Brasil. Em 2000, quase cinco empresas eram criadas, enquanto uma deixava de funcionar. A propor��o foi se reduzindo, durante os altos e baixos da economia, at� chegar no ano passado a um ritmo de duas empresas abertas para cada uma fechada.

Os dados s�o da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), com bases nos cadastros das Juntas Comerciais de todo o Pa�s. O secret�rio executivo da SMPE, Jos� Constantino de Bastos J�nior, tenta minimizar o forte aumento do n�mero de empresas fechando neste ano.  “� preciso olhar esses dados com cuidado, porque, desde agosto de 2014, com a lei complementar 147, ficou mais f�cil fechar uma empresa, e, como havia um represamento de mais de 1 milh�o de firmas inativas, precisamos depurar melhor esses n�meros”, afirma.

Bastos J�nior reconhece, no entanto, que o fraco crescimento da economia “tem reflexo nos dados de abertura e de fechamento de empresa”, que pioraram. “O que temos que olhar � que h� um n�mero crescente de MEIs (Micro Empreendedor Individual). O programa completou, recentemente, 5 milh�es de cadastros, e tem tido m�dia de 100 mil formaliza��es mensais”, diz ele, lembrando que, enquanto as grandes e m�dias empresas demitiram mais de 500 mil trabalhadores entre 2011 e 2015, as microempresas contrataram mais de 5 milh�es no mesmo per�odo.

O momento � cr�tico para o com�rcio. A Pesquisa Mensal do Com�rcio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) indicou queda de vendas de 0,9% em maio, na compara��o com abril , e de  4,5% frente ao mesmo m�s do ano passado. Dos 10 segmentos do setor avaliados, sete tiveram recuo, particularmente o de m�veis e eletrodom�sticos, dependente de cr�dito. A receita das empresas prestadoras de servi�os, por sua vez, subiu 1,1%, em m�dia, segundo pior resultado desde o in�cio do levantamento, em 2012.

Na avalia��o do presidente da Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (Fecom�rcio) do Distrito Federal, Aldemir Santana, a retra��o das vendas se complicou com as altas taxas de juros. “Vivemos um momento muito dif�cil de desconfian�a generalizada de ponto de vista pol�tico e moral. As pesquisas percebem nitidamente que os investidores est�o muito pessimistas e que as taxas de juros que n�o param de subir tiram a tranquilidade do pequeno empres�rio, que hoje � quem mais precisa buscar financiamento”, afirma.


A economista Marianne Hanson, da Confedera��o Nacional do Com�rcio e Servi�os (CNC) diz que o cen�rio que se desenha para este ano para o setor � o pior desde 2003. “Com certeza, est� muito ruim depois de anos de crescimento satisfat�rio. A retra��o na economia � generalizada, com eleva��o dos juros, cr�dito escasso, redu��o do emprego, infla��o alta corroendo a renda do consumidor, o que � muito ruim para o com�rcio. A ind�stria come�ou a sentir essa crise primeiro, mas agora ela chegou no setor varejista e de servi�os”, observa. Pelas estimativas da CNC, todos os setores devem registrar queda neste ano, � exce��o dos ramos de supermercados e de artigos farmac�uticos.

“O consumidor est� mais cauteloso para contrair cr�dito e comprar bens dur�veis. Ele reduz gastos sup�rfluos devido � conjuntura desfavor�vel, mas n�o deixa de comprar itens de necessidade b�sica, como alimentos e rem�dios”, explica Marianne. Resultado da falta de perspectivas, o com�rcio de BH vive uma onda de empresas que decidiram liquidar os estoques e se desfazer do ponto comercial. Na avalia��o de Santana, da Fecom�rcio-DF, o risco de perda da renda das fam�lias vem crescendo, e, por conta disso, o consumo diminui.


Horizonte � nebuloso para o varejo e o setor de servi�os

O economista da consultoria Boa Vista Servi�o Central de Prote��o ao Cr�dito (SCPC) Fl�vio Calife destaca que os pedidos de fal�ncia apresentados pelos credores subiram 13,6% no primeiro semestre do ano e atingiram n�veis pr�ximos aos de 2012, de 13,8%. “Percebemos que esse n�mero come�ou a subir agora e a tend�ncia � que ele continuar� aumentando com a piora dos indicadores econ�micos”, afirma. A expectativa dele � de crescimento da quebra de firmas entre 15% e 20% at� o fim do ano.

De acordo com o economista, a m�dia de pedidos por m�s neste ano est� em 150, acima dos 132 mensais registrados em 2014. “Os n�meros est�o aparecendo agora. As empresas t�m dificuldade de gerar receita e os custos est�o cada vez mais elevados. Aumentaram as despesas com m�o de obra e energia el�trica”, explica.

A C�mara de Diretores Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) apurou queda de vendas de 2,97% de janeiro a maio deste ano, fruto da retra��o da atividade econ�mica, da alta da infla��o e dos juros, que encarecem o cr�dito. O contingente de pessoas que quitaram d�vidas em junho – estat�stica mais recente dispon�vel – caiu 3,22%, segundo recuo mensal consecutivo e o quinto no per�odo de seis meses analisados, pelos dados do indicador de recupera��o do cr�idto e da inaimpl�ncia. A institui��o avalia que com o poder de compra afetado pela crise da economia, a recupera��o do cr�dito do consumidor tornou-se mais dif�cil. (RH)

 

 


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