Com queda de 21% nas vendas de ve�culos entre janeiro e julho, montadoras cortam produ��o e anunciam nova leva de f�rias coletivas e suspens�o tempor�ria dos contratos de trabalho, conhecida como lay off. As demiss�es tamb�m t�m aumentado, dentro da estrat�gia de ajustes do setor � retra��o do consumo. Na f�brica de Sete Lagoas da Iveco, marca de ve�culos comerciais leves e caminh�es do grupo Fiat, representantes da empresa reuniram-se ontem com o sindicato local dos metal�rgicos para definir o primeiro lay off da empresa no Brasil. Na semana passada, a companhia cortou 120 vagas. A Fiat comunicou ao Sindicato dos Metal�rgicos de Betim, Igarap� e S�o Joaquim de Bicas a inten��o de conceder f�rias coletivas a partir do dia 24 para 3 mil funcion�rios. A medida ser� adotada pela quinta vez neste ano.
As f�rias coletivas na f�brica de Betim v�o durar 20 dias, como reflexo da necessidade que a montadora v� de ajustar os estoques � demanda do mercado. Em reuni�es internas, segundo o sindicato local do metal�rgicos, a montadora a tem afirmado que n�o vai aderir ao Programa de Prote��o ao Emprego – a��o do governo federal que permite a redu��o da jornada de trabalho com parte dos ganhos do trabalhador complementados com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). “A empresa mant�m esperan�a de retomar o crescimento”, afirma o presidente da entidade dos trabalhadores, Jo�o Alves, ao justificar as seguidas f�rias coletivas.
Em uma reuni�o ontem entre representantes da Iveco e do Sindicato dos Trabalhadores nas Ind�strias Metal�rgicas, Mec�nicas e de Material El�trico de Sete Lagoas (STIMMMESL) a empresa comunicou a inten��o de incluir parcela dos trabalhadores em sistema lay off. De acordo com o sindicato, seriam tr�s meses de suspens�o tempor�ria dos trabalhos, prorrog�veis por mais dois. Neste ano, a montadora j� deu f�rias coletivas por cinco vezes. A �ltima terminou na semana passada. No retorno dos empregados, a empresa comunicou a demiss�o de 120. Em abril, outros 130 contratos de trabalho foram rescindidos.
A Iveco n�o deu detalhes de quando ter� in�cio a medida, nem quantos empregados ser�o atingidos. O presidente da entidade de classe, Ernane Geraldo Dias, acredita que a parada come�ar� no m�s que vem, depois da entrega de 11 ve�culos blindados Guarani. “A empresa est� alugando p�tios para guardar o estoque j� produzido”, afirma Dias. Procurada pelo Estado de Minas, a montadora n�o se manifestou at� o fechamento desta edi��o.
Depois do an�ncio da demiss�o de 250 metal�rgicos na f�brica de S�o Jos� dos Campos (SP) da General Motors (GM), os trabalhadores aprovaram ontem greve por tempo indeterminado. Todas as entradas da unidade foram bloqueadas. Em nota enviada � imprensa, a companhia afirma ter “esgotado” todas as alternativas para evitar demiss�es. A lista inclui f�rias coletivas, lay off, banco de horas e programas de desligamento volunt�rio. “No entanto, essas medidas n�o foram suficientes diante da expressiva redu��o da demanda no mercado brasileiro, que registrada queda em torno de 30% desde janeiro do ano passado”, diz o texto.
Estabilidade em Juiz de Fora
Em S�o Bernardo do Campo, no ABC Paulista, a Mercedes-Benz comunicou ao sindicato dos metal�rgicos a demiss�o em massa de trabalhadores em setembro. O procedimento � padr�o em casos configurados como demiss�o coletiva. O n�mero de rescis�es n�o est� definido. Apesar da situa��o da f�brica paulista, os trabalhadores da unidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, t�m estabilidade at� junho do ano que vem, segundo o presidente do sindicato local dos metal�rgicos, Jo�o C�sar da Silva.
O benef�cio na f�brica mineira foi acordado ao longo da negocia��o salarial finalizada em junho. Nesta semana, a planta est� com os trabalhos paralisados, mas em raz�o da licen�a remunerada concedida aos empregados de S�o Bernardo do Campo. Dos 750 funcion�rios, 70 ficar�o no sistema de lay off at� novembro.
Apesar da intensa queda nas vendas no acumulado do ano – at� julho foram 411 mil ve�culos a menos negociados no pa�s –, o balan�o de julho da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea) mostra recupera��o do setor no comparativo m�s a m�s – ante junho o crescimento foi de 7,1%. De mar�o a fevereiro havia sido a �ltima vez em que foram observados n�meros positivos.
“� um sinal de que o fundo do po�o j� foi atingido e agora temos sinais de melhora”, afirma o presidente do Sindicato dos Metal�rgicos de Betim e Regi�o, Jo�o Alves. Outro n�mero favor�vel ao setor � o de exporta��es de ve�culos. Com a desvaloriza��o do real, as vendas para o exterior aumentaram 10,7% de janeiro a julho. As montadoras venderam 21,7 mil carros a mais que no ano passado.