O repasse dos reajustes da tarifa de energia el�trica e do aumento nos planos de sa�de, al�m dos efeitos finais do encarecimento recente nas contas de �gua em S�o Paulo, representaram quase a metade da acelera��o na taxa de infla��o na capital paulista na primeira leitura do m�s. De acordo com o coordenador do �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC) da Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe), Andr� Chagas, se n�o fosse a press�o desses pre�os administrados, o indicador da primeira medi��o de agosto seria de cerca de 0,40%, e n�o de 0,84%. "Os administrados voltaram a dar o tom na infla��o de S�o Paulo", disse.
Na primeira quadrissemana de agosto - per�odo de 30 dias encerrados na sexta-feira passada -, o item energia el�trica teve varia��o de 4,50%, �gua e esgoto, de 10,65%, e contratos de assist�ncia m�dica apresentaram alta de 3,09%. Os resultados fizeram o grupo Habita��o passar de 1,33% para 1,50% na primeira medi��o do m�s, no caso de energia e �gua e esgoto, e elevar o conjunto de pre�os de Sa�de para 1,76% (ante 1,67%). "A infla��o deste ano � isso (de press�o dos administrados)", afirmou.
Segundo Chagas, a expectativa � de que os pre�os administrados n�o se alterem tanto ao longo dos pr�ximos meses, dada a aus�ncia, por enquanto, de informa��es quanto a reajustes de combust�veis e de energia el�trica. "Tamb�m em rela��o a contratos de assist�ncia m�dica, a estimativa � de menor press�o � frente, j� que grande parte dos efeitos dos aumentos recentes tende a ficar concentrada neste m�s", estimou. Ele lembra que em agosto os impactos do aumento de �gua e esgoto tendem a sair e os de energia, a ficar mais evidentes.
Neste cen�rio, a Fipe alterou marginalmente a proje��o para o IPC fechado de agosto, de uma alta de 0,63% para 0,62%. Para Habita��o e Sa�de, a previs�o � de 1,41% e 1,02%, respectivamente. Segundo Chagas, a redu��o na proje��o para o IPC est� mais relacionada � perspectiva menos desfavor�vel para os pre�os dos alimentos, especialmente industrializados e semielaborados. "A n�o ser que tenha repasse sobre os pre�os desses aumentos em administrados", ponderou.
O economista acredita que o atual momento, de aumento na taxa de desemprego, redu��o na renda dos trabalhadores e queda no poder de compra dos consumidores, pode limitar uma eventual transfer�ncia de alta para o varejo. Segundo Chagas, os sinais de que a ind�stria estaria promovendo aumentos n�o se confirmaram. "O fato de industrializados e semielaborados n�o estarem acelerando ajuda. O que sobra � o comportamento err�tico dos alimentos in natura", disse. Na primeira quadrissemana de agosto, o grupo Alimenta��o teve eleva��o de 0,61% (ante 0,77%) e a expectativa � de 0,21% para o final do m�s.
A despeito do avan�o do d�lar ante o real, Chagas n�o acredita em explos�o do n�vel da cota��o. Para ele, o c�mbio pode beirar R$ 3,70, mas depois tende a recuar para R$ 3,40. "Deve ficar oscilando at� atingir um c�mbio de equil�brio. Assim, deve pressionar alguns itens industrializados. Por outro lado, o repasse pode ser freado pela demanda mais fraca", refor�ou.