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Estado de Minas VENDAS? S� COM DESCONTO!

Lojistas anunciam promo��es e descontos para minimizar retra��o

Estrat�gias v�o desde descontos mirabolantes � ado��o de tetos para os pre�os do estabelecimento


postado em 13/08/2015 06:00 / atualizado em 13/08/2015 07:36

Segredo do comércio, segundo o gerente da Tempus, Márcio Ribeiro, é ter sempre uma carta na manga, como peças estratégicas a preço de custo(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Segredo do com�rcio, segundo o gerente da Tempus, M�rcio Ribeiro, � ter sempre uma carta na manga, como pe�as estrat�gicas a pre�o de custo (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Diante de resultados incomuns para a �ltima d�cada, com retra��o nas vendas varejistas no primeiro semestre, comerciantes adotam estrat�gias agressivas para estimular as vendas. Pelas ruas, vitrines anunciam promo��es para, literalmente, la�ar consumidores. As estrat�gias v�o desde descontos mirabolantes � ado��o de tetos para os pre�os do estabelecimento.

No Barro Preto, unidades abertas h� poucos meses concedem descontos nunca antes praticados em outras lojas da rede. Na Sputinik, faixas na porta chamam a aten��o com a frase “pre�o especial para revendedoras”. Em �poca de lan�amento de cole��o, � tradi��o fazer promo��es, mas, segundo a supervisora de vendas, Miriam Machado, o percentual de desconto dobrou em rela��o ao praticado no ano passado. As “sacoleiras” pagam 50% menos sobre o mostru�rio – exceto cal�as jeans. O mesmo vale para as vendas no varejo. “Em promo��es anteriores, adot�vamos descontos de 20% a 25%. Agora, para o cliente n�o sair sem levar nada, olhamos o maior prazo e n�mero de parcelas sem juros poss�veis”, afirma. Nem assim o n�mero de clientes tem sido maior que em anos anteriores. As a��es resultaram em aumento da procura, mas o fluxo ainda est� abaixo de anos anteriores.

Com estrat�gia semelhante, a loja da frente, Tempus, j� come�a a ver resultados com as a��es promocionais. “Tem que ter uma carta na manga. Tem pe�a que sai quase pelo pre�o de custo”, afirma o gerente de vendas, M�rcio Ribeiro. Ele acredita que a liquida��o de julho e agosto favorece o aumento das vendas, mas ressalta ser necess�rio adotar medidas para chamar a aten��o dos clientes, principalmente em uma �poca em que nem todos est�o dispostos a gastar, em fun��o da instabilidade econ�mica.

Em outros exemplos em �reas comerciais da cidade – Savassi e Centro –, lojistas adotam a��es ousadas para atrair o p�blico hoje distante. “Compre 3, ganhe 1”, diz faixa na porta de uma loja da Savassi. No Centro, muitas delas apresentam o valor m�ximo a se pagar em qualquer produto do estabelecimento.

Nas fachadas dos estabelecimentos de BH, faixas, placas e adesivos comunicam promoções e descontos para levar clientes ao interior da loja(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Nas fachadas dos estabelecimentos de BH, faixas, placas e adesivos comunicam promo��es e descontos para levar clientes ao interior da loja (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Este � o primeiro ano em que se registra recuo das vendas do varejo no primeiro semestre, desde o in�cio da s�rie hist�rica, em 2007, na capital mineira. Segundo n�meros da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), o setor teve retra��o de 2,98% nas vendas do per�odo. Reflexo do aumento da infla��o e da taxa de desemprego, nem datas comemorativas, recordistas de vendas, escaparam do marasmo da economia. No Dia dos Namorados, a queda foi de 4,2% sobre o ano passado, enquanto no Dia das M�es, de 0,95%. Os n�meros do Dia dos Pais ainda n�o foram fechados. “Sem sinais de recupera��o da economia, os consumidores devem continuar cautelosos, evitando, sobretudo, compras a prazo nos pr�ximos meses”, afirma o vice-presidente da entidade, Davidson Cardoso. Com isso, a expectativa de vendas da CDL-BH para o setor neste ano pode ser revista para baixo. A proje��o atual � de queda de 0,5% a 0,8%.

No pa�s, segundo n�meros do IBGE, a retra��o para o semestre � 2,2% – maior baixa para o per�odo desde 2003. No estado, o tombo foi de 2,1%. Apesar dos resultados cr�ticos, o setor varejista mineiro respirou em junho, com crescimento de 0,6% no volume de vendas sobre o m�s anterior, depois de seis resultados negativos consecutivos. “Os consumidores est�o com baixa confian�a, o que desestimula as vendas, principalmente de bens dur�veis e alimentos, que t�m reflexo direto com a renda”, afirma a gerente de Servi�os e Com�rcio do IBGE, Isabela Nunes Pereira.

Desemprego preocupa

O aprofundamento da recess�o econ�mica levou os empres�rios a intensificar a demiss�o de empregados num per�odo em que, tradicionalmente, h� contrata��o de m�o de obra. Economistas projetam que, em julho, 100 mil vagas tenham sido eliminadas no mercado formal de trabalho. No primeiro semestre, 345,4 mil brasileiros foram dispensados do mercado formal, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), contabilizado pelo Minist�rio do Trabalho. A expectativa � que, at� dezembro, esse n�mero chegue a 1,2 milh�o. A combina��o perversa entre alta do desemprego e infla��o descontrolada pressiona a renda dos assalariados e corr�i o poder de compra das fam�lias, impactando o consumo e tornando mais dif�cil a recupera��o da economia.

O aumento da desocupa��o tamb�m implicar� retra��o da massa salarial nos pr�ximos dois anos, o que n�o acontecia desde 2003. Segundo estimativas de consultorias privadas, a queda ser� de 3,8% este ano e de 2,8% em 2016, perfazendo retra��o acumulada de 6,7% no bi�nio. Como a soma dos rendimentos habituais do trabalho – exceto 13º e f�rias – chegou a R$ 2 trilh�es em 2014, de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (PNAD) Cont�nua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), isso pode significar uma perda de R$ 134 bilh�es no poder aquisitivo dos trabalhadores at� o fim do ano que vem.

Se forem tomados como base c�lculos do Banco Central, que apontam para um total de R$ 2,4 trilh�es da massa salarial ampliada na PNAD, que inclui todos os outros rendimentos provenientes do trabalho, a perda pode superar R$ 160 bilh�es em 2015 e 2016.

Nas contas do economista da Tend�ncias Consultoria, Rafael Bacciotti, pelo menos 100 mil trabalhadores perderam o emprego formal em julho. Ele observou que isso � incomum, uma vez que, entre julho e outubro, normalmente h� eleva��o do n�vel de contrata��es no pa�s. “Isso tudo afeta a propens�o dos brasileiros de consumir, diminui a renda e pressiona as fam�lias. O momento n�o � favor�vel”, comentou.

Bacciotti ainda comentou que, para ele, a ind�stria de transforma��o e a constru��o civil continuar�o a ser os setores com maior n�vel de dispensas.


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