A forte desacelera��o dos pre�os no atacado foi puxada pela queda na taxa dos alimentos in natura, com grande influ�ncia nos resultados do �ndice Geral de Pre�os - 10 (IGP-10) de agosto, que passou de 0,75% em julho para 0,34%. A tend�ncia � que esse movimento dos alimentos in natura seja sentido com mais intensidade nos pre�os do varejo ainda durante este m�s, analisa o superintendente adjunto da infla��o da Funda��o Getulio Vargas, Salom�o Quadros.
A varia��o do pre�o dos alimentos in natura no atacado passou de 1,94% em julho para queda de 6,35% em agosto. "Os alimentos in natura foram um fator de press�o maior do que o habitual nos �ltimos meses e somente agora a desacelera��o, que era esperada a partir de junho, come�a a aparecer com mais intensidade", afirmou o economista.
Salom�o explica que, durante este ano, houve problemas na irriga��o das lavouras, diante de dificuldades no abastecimento de �gua. "Isso repercutiu em uma oferta insuficiente dos produtos no ano. A contribui��o dos alimentos in natura deve ser maior em 2015 do que em anos anteriores, mas ao menos a desacelera��o come�a a aparecer agora", afirmou.
Entre os produtos que ajudaram no movimento de desacelera��o do �ndice de Pre�os ao Produtor Amplo (IPA), est�o batata inglesa (-25,44%), banana (-7,87%) e cana de a��car (-1,61%). O IPA variou 0,23% em agosto, ap�s alta de 0,70% em julho.
Na outra ponta, a soja est� entre os maiores pesos positivos do �ndice do atacado, com aumento de 6,79% no caso do produto em gr�o e de 9,09% do farelo. Segundo Quadros, o aumento ocorre na fase final de plantio da safra americana, momento em que o mercado fica "tenso com qualquer anormalidade clim�tica". "H� expectativa muito boa sobre a safra americana, mas enquanto isso n�o se confirma, podem ocorrer os aumentos, como houve agora por causa de chuvas na regi�o", disse.
Varejo
No caso dos pre�os do varejo, o movimento de desacelera��o dos alimentos in natura come�a a ser sentido. O �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC) registrou varia��o de 0,43% em agosto, ante 0,69% em julho. Quadros destaca produtos que ajudam no movimento, como as hortali�as e legumes (-0,63%) e legumes e frutas (-1,24%). "Ainda vamos ver outras desacelera��es ao longo do m�s, como provavelmente da carne bovina, que j� est� em queda no atacado."
Outros produtos ligados a fatores sazonais tamb�m ajudaram na menor intensidade do �ndice. Entre os exemplos, est�o vestu�rio (-0,16%), diante do per�odo de liquida��es, e passagem a�rea (-6,40%), pelo per�odo p�s-f�rias. Ao mesmo tempo, foi zerado o impacto do aumento nos valores das apostas de jogos lot�ricos, que vinha sendo sentido nos meses anteriores.
INCC
Por �ltimo, o �ndice Nacional de Custo da Constru��o (INCC) registrou em agosto taxa de varia��o de 0,77%, ante 1,21% no m�s anterior. Para o economista, o resultado ocorre diante de um menor impacto dos reajustes salariais, que ocorreu com intensidade em meses anteriores.
Desacelera��o forte
A desacelera��o registrada pelo �ndice Geral de Pre�os - 10 (IGP-10) de agosto, primeiro indicador de infla��o do m�s, sinaliza uma tend�ncia de alta de pre�os em menor intensidade para todos os outros indicadores, afirmou Quadros.
"Como a colheita das informa��es termina no dia 10, � um �ndice que tem muitos dados do m�s passado, mas j� mostra o que est� come�ando a acontecer em agosto, que ser� uma desacelera��o forte", acrescentou.
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Efeito da desacelera��o em alimentos in natura no atacado chegar� ao varejo, informa FGV
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