Interven��o cambial na China pode afetar exporta��o de carne brasileira

S�o Paulo, 16 - A decis�o do Banco do Povo da China (PBoC) de desvalorizar abruptamente a moeda do pa�s, o yuan, pode afetar negativamente a exporta��o de carne bovina brasileira no curto prazo, diz a analista Lygia Pimentel, s�cia-diretora da AgriFatto. Mas apesar do transtorno para o com�rcio exterior, ela avalia que a maior preocupa��o para a pecu�ria nacional � o fato de a medida sinalizar que o crescimento da economia asi�tica segue "artificialmente induzido" e que o governo chin�s tem deixado mudan�as estruturais necess�rias para depois. "A China � uma promessa para a exporta��o de carne bovina brasileira no longo prazo, ent�o a mudan�a cambial � preocupante", afirmou ao Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado. "O governo chin�s segue em esfor�os para tentar resultados positivos em uma economia que j� n�o responde t�o bem aos est�mulos. No longo prazo, isso � muito ruim, porque vai postergando problemas", diz a especialista.

Lygia acredita que a medida pode levar importadores chineses a limitar compras do Brasil. "Moeda fraca � moeda que compra menos, ent�o, no curto prazo, vejo isso como negativo. Mas esse impacto deve ser diminu�do pela desvaloriza��o do real", afirma. Em agosto do ano passado, o real chegou a 2,70 yuans. Hoje, mesmo com a a��o do PBoC, est� em 1,80 yuan.

O PBoC limita diariamente as oscila��es do yuan no mercado de c�mbio por meio de uma taxa de paridade com o d�lar. No entanto, na ter�a-feira, 11, o banco central chin�s decidiu desvalorizar em 1,9% essa banda de refer�ncia e fez a divisa afundar. Com isso, o d�lar atingiu a m�xima de 6,3391 yuans durante o preg�o em Xangai, ante 6,2097 yuans do fechamento de segunda-feira. Segundo o Deutsche Bank, durante o dia a moeda chinesa registrou a maior queda desde 1994. A medida busca aumentar a competitividade de exportadores da China, ap�s as vendas externas registrarem queda de 8,3% nas receitas em d�lares em julho, e estimular a economia, que avan�a no menor ritmo desde 1989.

A China oficializou a reabertura de seu mercado interno aos produtos bovinos brasileiros em maio, ap�s anos de embargo sanit�rio. O pa�s � encarado pelo mercado como um dos destinos de maior potencial de expans�o do consumo, dados o crescimento econ�mico e o aumento da renda de sua popula��o. Desde a retomada dos embarques foram vendidas ao pa�s 15,1 mil toneladas de carne bovina, segundo dados do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC) compilados pela Associa��o Brasileira de Frigor�ficos (Abrafrigo). O desempenho j� fez com que a China continental se tornasse o d�cimo maior comprador de cortes bovinos do Brasil. O primeiro da lista � Hong Kong, prov�ncia chinesa semiaut�noma, que adquiriu 152,8 mil toneladas entre janeiro e julho de 2015.