S�o Paulo, 19 - As vendas do com�rcio eletr�nico est�o desacelerando em 2015, em meio a um ambiente de aumento de pre�os e menor disposi��o de consumidores a comprar, sobretudo os da classe C, concluiu o relat�rio WebShoppers, da empresa especializada no setor E-bit. Assim, a proje��o da companhia para o desempenho do e-commerce em 2015 foi revista: no in�cio do ano se esperava crescimento de 20% de faturamento e agora a proje��o � 15%.
Embora as vendas tenham crescido 16% no primeiro semestre deste ano ante igual per�odo de 2014, a E-bit tem observado retra��o neste in�cio de terceiro trimestre, na compara��o anual. A expectativa � de alguma recupera��o do ritmo de crescimento durante a Black Friday em novembro, disse Pedro Guasti, vice-presidente de Rela��es Institucionais do Buscap�, grupo da E-bit.
O cen�rio em 2015 combina uma s�rie de fatores que at� aqui nunca tinham sido experimentados pelo com�rcio eletr�nico, diz o executivo. O n�mero de consumidores que compram pela internet caiu, rompendo a tend�ncia de inclus�o de novos internautas nas vendas online, e a quantidade de pedidos feitos online desacelerou. Com isso, o crescimento no faturamento das empresas foi sustentado sobretudo por aumentos de pre�o.
Com uma varia��o de pre�os tradicionalmente mais baixa que a m�dia do Brasil, o e-commerce quebrou uma tend�ncia de defla��o que vinha ocorrendo at� aqui. A E-bit aponta que, desde o in�cio do estudo em 2011, o �ndice de pre�os do com�rcio eletr�nico registrou aumento de pre�o m�dio em apenas quatro per�odos, sendo que tr�s deles ocorreram no primeiro semestre de 2015. Pelo �ndice Fipe/Buscap�, entre janeiro e junho, a varia��o acumulada foi de 3,73%.
O aumento de pre�os � explicado, na vis�o de Guasti, pela press�o cambial. Ele comentou que grande parte dos produtos de relev�ncia no com�rcio online t�m componentes importados, caso de aparelhos celulares e outros equipamentos eletr�nicos.
A alta de pre�os e a menor disponibilidade de renda da popula��o afastaram consumidores da classe C do com�rcio eletr�nico, avaliou a E-bit. O n�mero de pedidos na web neste primeiro semestre cresceu apenas 2,5%, chegando a 49,4 milh�es. A pesquisa considera que esse resultado foi provocado por uma estagna��o das compras dos consumidores chamados "light users", aqueles menos acostumados a comprar na internet e que vinham sendo inclu�dos neste mercado at� o ano passado, a maioria de classe C.
Ao mesmo tempo, os chamados "heavy users", em m�dia consumidores de classe social mais alta e maior renda, continuaram comprando e elevaram o t�quete m�dio do setor ao adquirir itens de tecnologia e eletrodom�sticos. "A classe C vinha crescendo no e-commerce, mas � a mais prejudicada com a infla��o e � poss�vel que, enquanto continuarmos neste ambiente de infla��o e crescimento baixo da economia, vamos continuar observando esse cen�rio no e-commerce", ponderou Guasti.