S�o Paulo, 20 - Al�m da forte recess�o observada no 2.� trimestre, a economista Silvia Matos acredita que o 3.� trimestre vai seguir trazendo resultados negativos para a economia brasileira. "Infelizmente, os dados apontam para um 3.� trimestre ruim", afirma ela, tamb�m coordenadora do Boletim Macro do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Get�lio Vargas (Ibre/FGV).
Segundo a economista, os n�meros do IBC-Br divulgados na quarta-feira, 19, pelo Banco Central, confirmaram a expectativa do Ibre, de uma queda bem expressiva no 2.� trimestre quando comparado com o trimestre anterior. "Os dados do IBC-Br indicam um recuo de 1,9%, e n�s projetamos uma queda um pouco mais forte, de 2,1%", disse Silvia. Por enquanto, para este ano e para 2016, "estamos projetando uma recess�o de 2,2% em 2015, mas devemos rever este n�mero. Estamos revisando para uma queda um pouco acima de 2,5%, entre 2,5% e 3%. Para 2016, o carregamento estat�stico fica mais negativo, e a gente tamb�m deve rever a proje��o de queda de 0,1% para um resultado pior".
Quanto � expectativa para o 3� trimestre, Silva diz que "esperava que poderia ser um pouco melhor, mas infelizmente os dados apontam para um 3.� trimestre ruim". Isso porque, segundo ela, "o setor industrial est� muito estocado e os indicadores de confian�a setoriais est�o ruins. J� se sabia que a ind�stria iria desacelerar este ano, assim como a constru��o. Mas a piora do mercado de trabalho tamb�m contribuiu para uma desacelera��o mais forte do setor de servi�os e isso tem se intensificado. A nossa d�vida � saber se a economia vai conseguir ter uma recupera��o no fim deste ano ou se isso vai ocorrer no come�o de 2016".
A economista acredita que "em algum momento, o Pa�s vai colher frutos desse processo de ajuste como, por exemplo, em rela��o ao comportamento da infla��o - talvez, n�o todo em 2016, por causa dos choques que podem vir dos administrados e da varia��o cambial. Mas quando h� um ajuste forte cambial, h� um reflexo nas contas externas". Ela destaca que "uma coisa que est� contribuindo para um cen�rio um pouquinho mais favor�vel n�o s� neste ano, mas tamb�m em 2016, vem do ajuste externo. O ajuste cambial � relevante porque o d�ficit externo se tornou muito elevado para o nosso padr�o. Mas seria importante dar um passo adiante para reduzir a avalia��o de risco da economia".
Ela avalia que hoje o risco do Pa�s est� muito envolvido com essa dificuldade pol�tica de n�o apontar as solu��es de m�dio e longo prazo. "Estamos numa trajet�ria cont�nua de aumento de gastos acima das nossas possibilidades. O gasto deveria ser mais de acordo com o ciclo econ�mico. O cen�rio pol�tico tem tornado o ajuste um pouco mais doloroso e demorado." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.