
O curso que forma 25 alunos hoje � um projeto-piloto do Sebrae Nacional que visa fortalecer mais de 100 mil MEIs em todo o pa�s at� 2018. A iniciativa surge no momento em que o mercado de trabalho d� sinais de enfraquecimento, com o aumento da taxa de desemprego e do n�mero de trabalhadores informais (trabalhando sem carteira assinada). Em julho a taxa medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) chegou a 7,5%, a maior para o m�s desde 2009 (leia mais abaixo).
De acordo com a analista de capacita��o empresarial e cultura empreendedora do Sebrae Nacional, V�nia Rego a inciativa, partiu de um cruzamento de dados entre o Sebrae Nacional e o Minist�rio do Desenvolvimento Social e Combate � Fome (MDS) que identificou que dos 5 milh�es de MEIs formalizados no pa�s, cerca de 100 mil faziam parte do Cadastro �nico para Programas Sociais, incluindo o Bolsa-Fam�lia. “Identificamos que esse pessoal tem baixa escolaridade e precisa de uma capacita��o mais eficaz. N�o apenas os cursos que o Sebrae j� administrava com dura��o de tr�s ou quatro horas”, afirma.
Exemplo Adeandre � uma das 100 mil MEIs que ainda recebiam o bolsa-fam�lia, mesmo sendo formalizada pelo Sebrae. Ela conta que come�ou a vida de empres�ria comprando e revendendo produtos de inform�tica pela internet. Mais tarde, quando viu o mercado se fechando, ela come�ou a vender quadros e lousas escolares, h� cerca de tr�s anos. O neg�cio caminhava devagar at� que ela frequentou o curso e aprendeu a fechar parcerias, t�cnicas de vendas, estrat�gias de fideliza��o do cliente, por meio do curso do Sebrae e aumentando assim o alcance da sua marca no mercado.
“Foram dois meses de muito aprendizado. Descobri que fazia muita coisa errada, mudei e acabei dando um salto nas vendas. Foi aqui que eu enxerguei que � poss�vel crescer, quem sabe virar uma microempresa e alcan�ar um crescimento constante”, afirma. A microempreendedora conta que com o aumento do faturamento, hoje ela ganha entre R$ 3 mil e R$ 5 mil com o neg�cio, j� bloqueou o cart�o do Bolsa-Fam�lia e fez a contrata��o da sua primeira funcion�ria com carteira assinada. “Depois de frequentar o curso, vi que posso ir al�m. Agora, j� quero investir e montar a minha pr�pria f�brica, para n�o ficar dependente de fornecedores e fazer um produto com qualidade melhor”, afirma.
Os pequenos neg�cios incluindo MEIs e as micro e pequenas empresas s�o respons�veis por movimentar 27% da economia do pa�s. “Esses empreendedores fazem girar a economia do pa�s e por isso � importante a capacita��o do setor como um todo. Com isso eles vendem mais, ganham mais e movimentam ainda mais a economia brasileira”, revela V�nia. O curso tem 160 horas divididas em aulas pr�ticas e expositivas. A capacita��o teve dura��o de dois meses, com quatro horas di�rias, de segunda a sexta-feira. Os alunos tiveram contato com disciplinas como marketing, finan�as e inova��o.
T�cnicas De acordo com a analista do Sebrae Minas, Michelle Chalub, a metodologia foi constru�da visando o desenvolvimento de habilidades e t�cnicas de gest�o, como negocia��o, atendimento, forma��o de pre�o, planejamento, controle das finan�as pessoais e do neg�cio e sustentabilidade, entre outras. Para participar do curso, o empreendedor precisa ter, no m�nimo, a 4ª s�rie do ensino fundamental completa e ter participado de algum programa de assist�ncia social, como o Bolsa-Fam�lia.

Marco conta que antes de fazer o curso vendia cerca de 60 metros de faixa por m�s. Com o reposicionamento, as vendas j� alcan�aram 100 metros. Para V�nia, os casos de sucesso e aumento de vendas est�o diretamente ligados ao curso o que, segundo ela, comprova a efici�ncia do projeto-piloto. Ela diz que n�o houve nenhuma evas�o ao longo dos dois meses e todos os 25 alunos que se formam hoje j� criaram novos projetos a partir do curso para fomentar seus neg�cios. No entanto, V�nia a afirma que ainda n�o h� um cronograma do Sebrae sobre novas turmas em outras cidades e estados.