
Os dados da Pesquisa Nacional Por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad) foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). De acordo com analistas, n�o h� muito para os mineiros se sentirem aliviados. A redu��o de desocupados no estado �, em n�meros absolutos, de apenas 31 mil pessoas. S�o, atualmente, 839 mil em busca de um lugar no mercado de trabalho em Minas. Enquanto isso, aumenta o emprego informal. J� s�o 103 mil pessoas sem carteira assinada no estado. A taxa de informalidade, de acordo com o IBGE, sofreu uma queda de 0,2 ponto percentual em rela��o ao igual trimestre do ano de 2014, chegando a 75,9% dos empregados do setor privado, excluindo, a�, os trabalhadores dom�sticos.
“O �ndice inferior � m�dia nacional e menor que a do trimestre anterior n�o � motivo de al�vio. Com o crescimento da informalidade, est� caindo a massa salarial do mineiro. Com isso, o padr�o de gastos vai afetando os setores de bens de consumo dur�veis e n�o dur�veis”, comenta o doutor em economia e coordenador do curso de economia do Ibmec, M�rcio Salvato.
De acordo com dados do IBGE, o rendimento m�dio real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas em Minas foi estimado em R$ 1.668 no segundo trimestre de 2015, com redu��o de 2,4% em rela��o ao trimestre anterior, quando foi de R$ 1.709. O rendimento m�dio real estimado para Minas Gerais est� abaixo do estimado para o Brasil (R$ 1.882) e inferior aos valores estimados para os demais estados do Sudeste, do Sul e do Centro-Oeste do pa�s.
O analista do IBGE Minas, Gustavo Fontes destaca ainda que houve um aumento de 7, 7% de pessoas que passaram a trabalhar por conta pr�pria em rela��o ao mesmo trimestre do ano anterior, chegando a 156 mil trabalhando com o pr�prio neg�cio. “Apesar da economia desacelerada, o que observamos foi o aumento no n�mero de contrata��es no setor de servi�os de transporte, alojamento, sa�de e servi�os sociais, entre outros”, pontua.
SAFRA Mas, o grande destaque da pesquisa, foi para a agricultura, setor que desempregou mais em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado, mas aumentou a contrata��o este ano. De acordo com a pesquisa, o segmento, frente a 2014, perdeu 46 mil vagas, por�m, em rela��o ao primeiro trimestre deste ano, fez 105 mil contrata��es. “A agricultura vem sendo assim nos �ltimos meses. O saldo de emprego tem sido positivo”, comenta a coordenadora da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline de Freitas.

BRASIL No pa�s, a taxa de desocupa��o chegou a 8,3% no segundo trimestre de 2015. E, como em Minas Gerais, essa � a maior taxa da s�rie hist�rica, iniciada em 2012. No primeiro trimestre deste ano, o �ndice foi de 7,9%. J� no segundo trimestre de 2014, a taxa foi de 6,8%. Segundo o IBGE, a popula��o desocupada, que chega a 8,4 milh�es de pessoas, subiu 5,3% frente ao primeiro trimestre e, ante o 2º trimestre de 2014 o avan�o foi de 23,5%. Segundo a pesquisa, a taxa de desocupa��o entre as pessoas com ensino m�dio incompleto era maior do que a verificada nos demais n�veis de instru��o, chegando a 13,8%. Entre o grupo de pessoas com n�vel superior incompleto, a taxa foi de 9,7%, “mais do que o dobro da verificada para aqueles com n�vel superior completo (4,1%)”.

Destaque do Estado de Minas em junho deste ano, o administrador de empresas Ronivon Prates, de 37 anos, continua em busca de emprego. Desempregado h� um ano e sete meses, Ronivon (foto) conta que, de tanto procurar por trabalho, est� aceitando qualquer neg�cio. Com curso superior em uma universidade particular da capital, Ronivon tem feito servi�o de servente de pedreiro e, nas �ltimas semanas, conseguiu algum bico. “Mas nada � est�vel. Fico uma semana como pedreiro, e, depois, n�o tenho ocupa��o”, reclama. Ele conta que j� procurou empresas para atuar como administrador, cargo no qual tem experi�ncia. “Mas elas n�o est�o recebendo nem o curr�culo. Est� imposs�vel conseguir emprego em Belo Horizonte”, lamenta. Estou pedindo ajuda a todos”, desabafa. Ronivon foi demitido em fevereiro de 2014.
