Bras�lia, 28 - Diante da escalada do d�lar, que apenas nesta semana subiu 2,58% frente o real, o Banco Central anunciou que vai injetar no mercado, por tempo determinado, at� US$ 2,4 bilh�es. Essa medida pode tirar press�o do movimento de alta da divisa norte-americana. Na pr�tica, O d�lar � visto como uma mercadoria e quanto maior a oferta desse produto, mais barato ele fica. Se o BC coloca d�lares no mercado, a tend�ncia � de a cota��o da moeda diminuir frente ao real ou pelo menos diminuir o movimento de alta.
A opera��o anunciada na noite desta sexta-feira, 28, pelo Banco Central, chamada de leil�o de venda com compromisso de recompra, � conhecida tamb�m como leil�o de linha. Nela, a institui��o ter� duas datas para tirar esse dinheiro de circula��o caso julgue necess�rio: 4 de novembro e 2 de dezembro de 2015. Se chegar a esse prazo limite e o BC entender que � necess�rio manter esse volume de d�lares dispon�veis, um novo leil�o de linha pode ser feito.
O leil�o anunciado nesta sexta-feira � uma rolagem ou manuten��o de uma opera��o que ocorreu em mar�o, quando o BC disponibilizou at� US$ 2,5 bilh�es. Em 4 de agosto ele enxugou US$ 100 milh�es desse total fazendo a recompra desses d�lares e, o restante, optou por deixar no mercado pelo menos at� o fim do ano, conforme anunciado no comunicado divulgado hoje.
Essa medida vem em uma semana de bastante tens�o pol�tica e econ�mica, com a crise pol�tica dom�stica se intensificando depois de pol�ticos terem sido denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF) na Opera��o Lava Jato e da divulga��o de resultados frustrantes do Produtor Interno Bruto (PIB), quadro que alimenta a alta do d�lar frente o real. No cen�rio internacional, a crise da China tem ditado o tom dos mercados e gerado perdas nas bolsas de valores mudo a fora e principalmente em mercados emergentes como o Brasil. O fator China tamb�m � uma fonte a mais de press�o para a alta do d�lar frente o real.
Tradicionalmente, o BC faz mais desse tipo de opera��o, o leil�o de linha, no segundo semestre, quando h� mais demanda das empresas que querem mandar lucros para o exterior. O mercado tamb�m tem especulado que n�o adiantava a institui��o manter as opera��es de swap - que n�o colocam dinheiro em esp�cie no mercado, mas influenciam o mercado futuro - sem oferecer d�lar f�sico. Para alguns cr�ticos do BC, enquanto a autoridade monet�ria n�o colocasse dinheiro em esp�cie no mercado a eleva��o da divisa n�o daria tr�gua. No ano, a alta da moeda � de 34,95%.
Entenda o caso
Nos leil�es de linha, o Banco Central coloca dinheiro vivo no mercado. O d�lar � visto como uma mercadoria e quanto maior a oferta desse produto, mais barato ele fica. Se o BC coloca d�lares no mercado, a tend�ncia � de a cota��o da moeda diminuir frente ao real ou pelo menos diminuir o movimento de alta.
Nos leil�es de swap cambial, � como se o BC fizesse uma aposta com o mercado. Se o d�lar subir mais que os juros, o BC se compromete a pagar ao mercado a varia��o do c�mbio no per�odo de vig�ncia dos contratos, mais um cupom cambial (como s�o chamadas as taxas de juros em d�lar no Brasil). Como contrapartida, os investidores ficam obrigados a entregar ao BC a oscila��o dos juros DI (a taxa utilizada nos empr�stimos entre institui��es financeiras e que fica pr�xima � taxa Selic).
Na pr�tica, portanto, o BC oferece ao investidor uma prote��o contra a alta da moeda norte-americana, tornando desnecess�ria a compra do d�lar � vista naquele momento. Por esse motivo que se costuma dizer que o contrato de swap cambial equivale � venda de d�lares no mercado futuro. Ao ofert�-lo, o BC geralmente consegue aliviar ou at� mesmo reverter a valoriza��o da divisa.