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Estado de Minas

Comprar ingressos pela internet pode dar preju�zo

Comprar ingressos pela internet pode dar preju�zo. Alta nos valores pode chegar a 25%


postado em 31/08/2015 06:00 / atualizado em 31/08/2015 07:16

Quando fui finalizar a compra, vi que, além da entrada de R$ 300, me cobraram R$ 60 de taxa e mais R$ 8 para a 'entrega' - Winnie Simões, advogada que comprou ingressos para o show do Pearl Jam(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS )
Quando fui finalizar a compra, vi que, al�m da entrada de R$ 300, me cobraram R$ 60 de taxa e mais R$ 8 para a 'entrega' - Winnie Sim�es, advogada que comprou ingressos para o show do Pearl Jam (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A PRESS )
Em nome do conforto em comprar ingressos para shows sem sair de casa, consumidores em Minas Gerais est�o desembolsando at� 25% a mais do que pagariam se se deslocassem at� as bilheterias. A taxa de conveni�ncia – percentual cobrado pelo servi�o de compra do bilhete pela internet – j� ultrapassa 20% do valor de cada entrada para um show. Nos pr�ximos dias 26 e 27, por exemplo, quando Caetano Veloso e Gilberto Gil sobem no palco do Chevrollet Hall, em BH, a entrada de R$ 220 paga no site tem mais R$ 48 de acr�scimo, referente ao valor do servi�o on-line e � impress�o do bilhete do comprador, que ter� que usar a pr�pria impressora para isso. O Minist�rio P�blico tem processos administrativos contra essas empresas por considerar as cobran�as abusivas. A multa varia de R$ 618 a R$ 9 milh�es. Al�m disso, representantes do direito do consumidor recomendam a den�ncia aos �rg�os competentes e o boicote aos sites respons�veis.

Ainda n�o existe em Minas Gerais uma lei que regulamente a taxa de conveni�ncia. Por isso, os percentuais sobre os valores dos ingressos cobrados por sites especializados nesse tipo de venda est�o acima do que � registrado em muitos locais do pa�s. No Rio de Janeiro, por exemplo, em 2012, foi aprovado projeto de lei que limitou a taxa a 10% do valor do ingresso. “Na Bahia, S�o Paulo e Santa Catarina h� um termo de ajustamento de conduta, mas, aqui em Minas, n�o h� nada”, comenta o promotor de Justi�a e coordenador do Procon Estadual, Fernando Ferreira Abreu.

Segundo ele, nas taxas cobradas pelos sites n�o h� conveni�ncia. “O servi�o on-line pode cobrar uma quantia para a entrega, mas, cobrar s� pela compra on-line � abusivo”, comenta o promotor. Acostumada em adquirir ingressos para shows em BH, pelo meio virtual, a professora de hist�ria Fernanda Abreu diz que, por um lado, quem compra pelo site, tem a comodidade de n�o precisar sair de casa. Mas, a pr�tica est� extrapolando limites. “Comprei para o show do Caetano e Gil o ingresso do �ltimo lote, ao valor de R$ 220, e me cobraram, al�m disso, R$ 48 de taxa de conveni�ncia, sendo que, deste valor, R$ 8 � referente � entrega, que nada mais � do que a impress�o do bilhete na minha pr�pria casa. Ou seja, eles te enviam o ingresso por e-mail e voc� imprime como puder, mas paga por esse envio. Isso n�o � correto”, conta.

Fernanda diz que esse tipo de cobran�a tem sido cada vez mais recorrente para eventos na capital. “No ano passado, quando fui a uma loja f�sica de um site de ingressos comprar uma entrada para o r�veillon, quiseram me cobrar uma taxa de conveni�ncia, sendo que estava adquirindo na bilheteria. N�o aceitei e n�o comprei. A coisa est� saindo do controle”, reclama, dizendo ser a favor da taxa para o servi�o on-line, desde que n�o seja por unidade de bilhete nem que tenha um percentual t�o alto de cobran�a.

Abuso


Eles te enviam o ingresso por e-mail e você imprime como puder, mas paga por esse envio. Isso não é correto - Fernanda Abreu, professora que adquiriu entrada para assistir a Caetano e Gil (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
Eles te enviam o ingresso por e-mail e voc� imprime como puder, mas paga por esse envio. Isso n�o � correto - Fernanda Abreu, professora que adquiriu entrada para assistir a Caetano e Gil (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
Para o promotor Fernando Ferreira, nem deveriam existir tais cobran�as, por se tratar de uma imposi��o de �nus excessivo para o consumidor. “Eles cobram pelo servi�o de vendas on-line para cada bilhete e ainda pela tal ‘entrega’, na qual o consumidor tem que imprimir o ingresso na pr�pria casa”, critica Abreu, que est� com processos administrativos contra as principais empresas respons�veis por esse tipo de venda virtual e que cobram a taxa absurda. “Como ainda n�o h� uma lei em Minas, vamos entrando com o processo para impedir esse tipo de conduta. Com tanta multa, chega a hora que essas empresas v�o quebrar”, avisa.

A consumidora e advogada Winnie Sim�es diz que n�o teve muita escolha. Ansiosa para comprar ingressos para o show do Pearl Jam, que ocorre em Belo Horizonte em novembro, no in�cio de maio ela comprou seu bilhete pelo site respons�vel pela venda, o Ticket For Fun. “Quando fui finalizar a compra, vi que, al�m do valor da entrada de R$ 300, eles me cobraram R$ 60 de taxa de conveni�ncia e mais R$ 8 para a ‘entrega’, sendo que eu deveria imprimir o convite em casa”, comenta Winnie Sim�es. Ela diz que s� aceitou pagar porque sabia que a procura pelos ingressos estava alta. “Foi o medo de n�o conseguir comprar, mas reclamei em sites. As taxas foram abusivas. Se comprasse cinco ingressos pagaria R$ 40 para cada um deles. � um absurdo, j� que a empresa deve estar ganhando at� mais que os artistas”, reclama.
Winnie Sim�es diz ainda que o custo de um servi�o on-line n�o deve ser t�o alto para a empresa e, por isso, n�o concorda com tais valores. “Cobrar R$ 8 pela impress�o do bilhete, sendo que usarei a minha impressora, � algo que n�o existe. Sou a favor de cobrar pela comodidade, mas contra os valores absurdos”, critica.

Sem refer�ncias para a cobran�a


Em Minas Gerais ainda n�o h� par�metros para a cobran�a da chamada taxa de conveni�ncia na venda de ingressos pela internet. Para a coordenadora do Procon-BH, Maria L�cia Scaperli, se trata de um conforto muito caro. “Est� nas m�os do consumidor n�o aceitar esse tipo de venda. Ela � extorsiva, j� que o pre�o est� muito al�m do que vale o servi�o. Sou a favor de um termo de ajustamento de conduta, em que haja um equil�brio dos percentuais aplicados nas vendas. N�o � justo os valores terem uma flutua��o de acordo com cada show. � preciso definir crit�rios para essas vendas e n�o deixar tudo aleat�rio”, avalia Maria L�cia Scarpeli.

De acordo com o promotor Fernando Ferreira, ele est� providenciando o termo ajustamento de conduta. “E n�o vejo o servi�o como um benef�cio. Se a empresa se disp�e a colocar ingressos � venda no meio virtual, trata-se de um direito do consumidor de adquirir”, diz.

O Estado de Minas entrou em contato com a Ticket For Fun, respons�vel pelas vendas de ingressos online para os shows do Pearl Jam e Caetano e Gil. Por meio da assessoria de imprensa, a empresa optou por n�o se pronunciar para a mat�ria.


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