O s�cio do fundo de private equity Advent, Patrice Etlin, afirmou nesta segunda-feira, que, apesar da crise atual no Brasil, podem surgir oportunidades de investimento, dado o forte recuo nos pre�os dos ativos locais.
"H� tal destrui��o de valor que abre muitas oportunidades. As empresas est�o sendo obrigadas a vender ativos, ent�o abre oportunidades, mas n�o sei se est� barato", afirmou. Ele comentou que a volatilidade econ�mica, inclusive no c�mbio, � muito ruim. "Se eu comprei com o d�lar a R$ 3,50 e sai a R$ 4,50, n�o est� barato."
O gestor contou que em 2012 e 2013 vendeu muitos ativos brasileiros, j� prevendo uma piora nas condi��es macroecon�micas no futuro. Ele citou, por exemplo, a confus�o regulat�ria no setor de educa��o, com as incertezas sobre o Fies, que tirou valor das empresas do segmento.
O executivo afirmou, no entanto, que desde o come�o do ano tem investido "pesadamente" no Pa�s. A Advent tem hoje investimento em sete empresas brasileiras que faturam de R$ 7 bilh�es a R$ 8 bilh�es e empregam perto de 100 mil funcion�rios.
PIB
Eltin comentou que a situa��o no Brasil ainda nem come�ou a piorar direito e que espera um quarto trimestre bastante doloroso este ano. Segundo ele, as empresas na qual o fundo tem participa��o, principalmente nos setores de varejo e consumo, come�aram a piorar mesmo em abril. "Eu n�o enxergo um caminho para o ano que vem. N�o sei se vai ser queda de 0,5% em 2016, pode ser retra��o de 2% de novo. Eu n�o consigo enxergar uma porta de sa�da, dada a imobilidade pol�tica e o fato de que n�o estamos atacando as reformas necess�rias", afirmou. "Enxergo um 2016 muito ruim. Vai melhorar em 2017? N�o sei", acrescentou.
J� o presidente do Citi no Brasil, H�lio Magalh�es, revelou no mesmo f�rum que o banco reviu recentemente a proje��o para o PIB do Brasil este ano para -2,7%. Para o ano que vem, a equipe de economistas da institui��o trabalha com algo em torno de -0,5%, mas Magalh�es diz que � muito dif�cil fazer proje��es neste momento conturbado.
Ele afirmou que a infla��o vai ficar alta este ano e n�o acredita que o IPCA atingir� o centro da meta em 2016. Al�m disso, j� d� como certo um d�ficit no resultado prim�rio este ano. "Fica a pergunta sobre como o ano que vem ser� tratado (resultado prim�rio). Mas o fato � que as proje��es macroecon�micas n�o s�o boas e n�o vemos nenhuma indica��o de melhora sob o ponto de vista de crescimento e resultado fiscal", afirmou.