A crise atingiu tamb�m itens b�sicos de consumo do brasileiro, como alimentos, bebidas e artigos de higiene e limpeza. Entre janeiro e julho, o faturamento dos supermercados recuou 0,2% este ano na compara��o com o mesmo per�odo de 2014, descontada a infla��o, segundo a Associa��o Brasileira de Supermercados (Abras).
O setor iniciou o ano projetando crescimento de 2%. Depois, cortou a estimativa para 1%. Agora, acredita que vai fechar 2015 no vermelho. "Fazia muito tempo, pelo menos desde 2004, que n�o t�nhamos um resultado negativo de vendas", afirma o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda. Ele observa que a mudan�a de rota do setor ocorreu ap�s um longo per�odo de crescimento de vendas.
Honda diz que o resultado negativo acumulado este ano at� julho n�o surpreendeu porque, m�s a m�s desde fevereiro, a taxa real de crescimento de vendas foi menor do que a do m�s anterior. Tanto � que o setor fechou o primeiro semestre no zero a zero e, na sequ�ncia, era esperado um resultado negativo para julho.
Apesar de n�o surpreender, Honda admite que est� preocupado. "A retra��o nas vendas agora � uma tend�ncia." Ele lembra que, em mar�o de 2014, as vendas acumuladas naquele ano tinham sido negativas. Mas naquela �poca, explica, a retra��o ocorreu por quest�es sazonais. � que, no ano anterior, a P�scoa tinha ca�do em mar�o, e isso inflou a base de compara��o. Mas, agora, trata-se de uma tend�ncia e a queda deve continuar, avalia.
Honda ressalta que normalmente no setor de supermercados, que tem 70% das vendas apoiadas em alimentos e artigos de higiene e limpeza, o desempenho do segundo semestre costuma ser melhor que o do primeiro. "Mas a expectativa para este ano � que seja ruim."
Infla��o
Um ponto que chama a aten��o e aumenta a perspectiva de vendas abaixo do ano passado � o comportamento dos pre�os do setor. Pesquisa feita pela consultoria GFK, que acompanha as cota��es de 35 produtos mais vendidos nos supermercados do Pa�s, mostra que, em 12 meses at� julho, os pre�os desse conjunto de itens subiram 11,52%, enquanto o �ndice oficial de infla��o, o IPCA, no mesmo per�odo, avan�ou 9,56%. A cesta inclui n�o s� artigos b�sicos, mas tamb�m cerveja e refrigerante.
Por regi�o, a cesta que registrou maior alta de pre�o de junho para julho, com varia��o de 1,53%, foi a do Nordeste. Em junho, o consumidor da regi�o desembolsava R$ 352,54 para adquirir esse conjunto de produtos. No m�s passado, esse gasto tinha subido para R$ 357,91.
Apesar de a cesta do Nordeste ter registrado a maior varia��o de pre�o, a mais cara do Pa�s continua sendo a da Regi�o Norte (R$ 462,63), por quest�es de infraestrutura, que afetam o abastecimento.
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Supermercados preveem fechar o ano no vermelho
Entre janeiro e julho, o faturamento dos supermercados recuou 0,2% este ano na compara��o com o mesmo per�odo de 2014
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