O ex-ministro da Fazenda Mailson da N�brega afirmou nesta ter�a-feira, que tem percebido um pessimismo excessivo em rela��o � crise econ�mica do Brasil. "Eu ando por a� e vejo as pessoas achando que a economia vai afundar, e isso n�o � verdade. A economia vai piorar antes de melhorar, mas n�o vai entrar em colapso. N�o vamos virar a Argentina nem a Venezuela", disse.
Para o ex-ministro, o governo j� adotou algumas medidas em dire��o � retomada da confian�a, como interromper as interven��es nos pre�os da Petrobras. "O setor privado reage a incentivos, e j� come�ou a reagir. Hoje os jornais deram que j� h� uma intensifica��o do processo de substitui��o de importa��es, como consequ�ncia da deprecia��o do c�mbio", afirmou.
Al�m disso, aponta Mailson, as previs�es indicam que a infla��o vai "despencar" no pr�ximo ano, movimento que, segundo ele, "seria a maior queda da infla��o desde o Plano Real". "Isso interrompe o processo de corros�o inflacion�ria dos sal�rios", explicou. Na avalia��o do ex-ministro, tamb�m h� uma acumula��o dos estoques que, com o tempo, ser� alinhada com a demanda dos consumidores.
Apesar da cr�tica ao excesso de pessimismo, Mailson considera que a perda do grau de investimento das ag�ncias de classifica��o de risco "� praticamente certa". "H� um m�s eu n�o achava isso, mas hoje eu acho", disse.
Em rela��o � presidente Dilma Rousseff, Mailson insistiu que o impeachment n�o � a solu��o e que ele n�o trabalha com essa possibilidade em seu cen�rio. Para ele, Dilma tem 80% de chance de continuar no cargo at� o fim do mandato. Ainda assim, n�o poupou cr�ticas � gest�o da presidente. "Ela ser� uma presidente com terceiro pior desempenho econ�mico e a segunda gest�o a ter dois anos seguidos de recess�o (considerando 2015 e 2016)", afirmou.
Sobre o or�amento enviado pelo governo ao Congresso, Mailson disse que a presidente peca em esperar dos parlamentares uma solu��o para os problemas fiscais do Pa�s. "O Congresso sempre foi irrespons�vel com o or�amento. A solu��o depende de iniciativa do Poder Executivo, a partir da sua articula��o com lideran�as do Congresso", disse.