Uso combinado do cart�o e do cheque especial preocupa

S�o Paulo, 02 - Os consumidores est�o usando com mais frequ�ncia, e simultaneamente, as linhas de cr�dito mais caras, como o cheque especial e o cart�o de cr�dito, para enfrentar a crise que apertou o or�amento das fam�lias, abalado pelo avan�o do desemprego e da infla��o. Nos �ltimos 12 meses, cresceu 38,8% o uso do cart�o de cr�dito e 26,3% o do cheque especial, aponta pesquisa feita no in�cio de agosto pela associa��o de consumidores Proteste e apresentada no 13.� Semin�rio Internacional de Defesa do Consumidor.

A pesquisa revela um dado in�dito: 15% dos entrevistados que aumentaram o uso do cart�o de cr�dito tamb�m recorreram mais ao cheque especial. "O uso combinado do cart�o de cr�dito e cheque especial entre os entrevistados � um fator preocupante", ressalta Ver�nica Dutt-Ross, economista da Proteste, respons�vel pela pesquisa.

A preocupa��o se deve ao fato de essas duas linhas de cr�dito cobrarem as maiores taxas de juros em rela��o �s demais formas de financiamento. Isso aumenta o efeito "bola de neve" nas d�vidas dos consumidores, que n�o conseguem honrar os compromissos. O �ltimo Relat�rio de Cr�dito do Banco Central mostra que, em julho, os juros do cart�o de cr�dito atingiram 395,4% ao ano, o maior resultado da s�rie hist�rica iniciada em mar�o de 2011. No cheque especial, os juros subiram para 241,3% ao ano, a maior marca em quase 20 anos.

Os encargos pesados cobrados nos financiamentos do cart�o e do cheque especial minam as expectativas do consumidor. Isso � n�tido em outro resultado da enquete. Os consumidores que usaram com maior frequ�ncia o cart�o de cr�dito e o cheque especial nos �ltimos 12 meses s�o os que t�m menor expectativa de poder de compra para os pr�ximos 12 meses: segundo a pesquisa, 89% dos que usaram cart�o t�m menor expectativa e, no caso do cheque especial, essa marca � de 91%.

Plano de sa�de

Al�m reduzir as expectativas de poder de compra para os pr�ximos meses, o uso mais frequente do cheque especial e do cart�o de cr�dito pelos consumidores que optaram por essas linhas ampliou a dificuldade para arcar com gastos essenciais do dia a dia e para poupar.

Segundo Ver�nica, a pesquisa mostra que os consumidores n�o est�o cortando apenas itens que podem ser considerados como sup�rfluos, como gastos com lazer. De acordo com a pesquisa, 22,8% dos entrevistados informaram que abriram m�o do plano de sa�de porque o or�amento ficou mais apertado. Na lista de despesas "imposs�veis de arcar" est�o as f�rias (33%) e comer fora (21,9%). As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.