
A moeda fechou ontem a R$ 3,75, j� acumulando alta de 40% em 2015 e nas casas de c�mbio ultrapassa a barreira dos R$ 4 no cart�o pr�-pago. A convers�o para o real, ou a multiplica��o instant�nea dos pre�os por R$ 4, s� n�o tem assustado mais o turista devido � onda de promo��es das companhias a�reas que deixa as passagens at� 50% mais baratas, compensando o c�mbio.
A Ag�ncia Brasileira de Viagens (Abav) acompanha o desempenho das vendas de pacotes em todo o pa�s e calcula que a retra��o no n�mero de embarques ao exterior deve ficar pr�xima a 10% em 2015. A desacelera��o � atenuada pela demanda de roteiros nacionais. As vendas dom�sticas permaneceram est�veis de janeiro a junho e devem crescer entre 5% e 7% no segundo semestre, segundo a Abav. Fora isso, as promo��es que continuam a valer de agora at� o in�cio de dezembro tamb�m servem de motiva��o. Muitos que mant�m os planos, est�o optando por viagens mais curtas e de menor valor.
“A passagem para os Estados Unidos chegou a cair de US$ 1,3 mil para US$ 600, o que compensou a alta do c�mbio. No entanto, o efeito psicol�gico do d�lar a R$ 4 � forte”, diz o vice-presidente de rela��es internacionais da Abav, Leonel Rossi Junior. Segundo ele, o resultado do ano vai depender da evolu��o da economia e da pol�tica do pa�s, j� que a retra��o do mercado de trabalho tamb�m se reflete nas viagens.
RISCO NO CART�O O c�mbio encostando em R$ 4 foi o principal peso na decis�o da pedagoga D�bora Neves. “Decidimos adiar a viagem para o ano que vem, at� que a situa��o pol�tico-econ�mica esteja mais definida.” Como a data escolhida seria o Natal, D�bora n�o se beneficiou das promo��es. “Al�m das passagens, h� os outros custos da viagem, isso sem falar na inseguran�a para usar o cart�o”, diz a pedagoga.
Comprar d�lar aos poucos e controlar os gastos no exterior feitos no cart�o de cr�dito s�o as grandes dicas. “Para quem vai viajar, o melhor � n�o comprar a moeda de uma s� vez, trocar um pouco a cada dia para diluir o risco”, diz o analista de mercado e professor de finan�as Paulo Vieira. Ele refor�a que as compras no cart�o de cr�dito tamb�m envolvem risco maior, j� que, neste momento, � imposs�vel prever a cota��o da moeda. “O d�lar est� em um momento arriscado para previs�es, � como se fosse um foguete de S�o Jo�o, que ningu�m sabe ao certo onde vai cair”, compara.

Na CVC, maior operadora de viagens de lazer do pa�s, o presidente Luiz Eduardo Falco, diz que, diante da desvaloriza��o do real, o consumidor tem procurado adaptar a viagem ao or�amento. “Os turistas t�m priorizado pacotes mais curtos e mais econ�micos.” Ele cita como exemplo os destinos para o Caribe, que cresceram na ordem de dois d�gitos no primeiro semestre, j� que em geral oferecem o sistema all inclusive, onde o consumidor controla melhor os gastos.
QUEDA RECORDE H� 10 anos no mercado, Saulo Corte, supervisor comercial da Acta Turismo, diz que a redu��o de pre�os das companhias a�reas � recorde. Segundo ele, no ano passado, nessa mesma �poca, as passagens para destinos como Miami, Nova York e Los Angeles, custavam a partir de US$ 650, agora os bilhetes podem ser encontrados a partir de US$ 265. J� na alta temporada, como Natal e r�veillon, se comparado ao ano passado, os pre�os ca�ram de US$ 1,7 mil para US$ 500. Mesmo com as promo��es, a maior alta no volume de vendas foi registrada nos pacotes nacionais, que cresceram perto de 20%, de janeiro a agosto.
A CVC aponta que, desde o in�cio do ano, vem apostando em promo��es para tentar neutralizar a alta do d�lar, como oferecer a moeda americana a pre�o reduzido e parcelamentos. Segundo o presidente da operadora, as viagens para destinos como Orlando, Nova York e Las Vegas est�o 30% em m�dia mais baratas do que em 2014 e no primeiro semestre as vendas de pacotes para o pa�s conseguiram crescer 12%.
PRESENTE A ag�ncia de viagens Tia Eliane, diz que o crescimento foi registrado nos destinos nacionais, mas que, de modo geral, as fam�lias t�m mantido a programa��o de viajar para Disney, transformar a viagem em presente de anivers�rio para os filhos. Renata Boechat, diretora da ag�ncia, diz que os pre�os est�o atrativos e as chances de parcelamento tamb�m. “Muitos dizem que a moeda americana estava fora de lugar. Mesmo com o d�lar alto, existem muitas promo��es interessantes. � poss�vel encarar o novo patamar da moeda sem deixar de viajar.”
A m�dica Aparecida Franciscani est� de viagem marcada para o Caribe. Em dezembro, embarca para Punta Cana. Ela comprou a passagem em maio, em uma promo��o. Aparecida diz que vai focar no passeio e cortou dos planos as compras no free shop, devido ao c�mbio. Diz, no entanto, que adora viajar e n�o cortou os destinos internacionais de seus planos. Ela ainda n�o decidiu seu roteiro para o ano que vem. “Tem muitos lugares que quero conhecer. O lugar que estiver em oferta, seja Europa, Am�rica, ou �sia, eu vou.”
Leonel Rossi, da Abav, lembra que, nos �ltimos quatro anos, 12 companhias internacionais voaram para o Brasil. “H� ainda os investimentos em aeroportos. S� a American Airlines e a TAP operam 180 voos semanais para os Estados Unidos. A tend�ncia do turismo internacional � crescer.”
Fa�a as malas
Saindo de Belo Horizonte
7 dias em Orlando
R$ 2,6 mil
» Passagem a�rea, hotel, carro econ�mico com seguro e seguro-sa�de
7 dias em Paris
R$ 3,9 mil
» Passagem a�rea, hotel e caf� da manh�
7 dias em Santiago
R$ 2,2 mil
» Passagem, hotel, caf� da manh�, city tour e traslados
Semana da Crian�a na Disney
A partir de US$ 1,6 mil
(R$ 6 mil no c�mbio de ontem)
» Hospedagem em apartamento qu�druplo, acompanhamento de guia, caf� da manh�, ingressos para os parques
» Passagens a partir de US$ 1.390 (R$ 5.212)
Fontes: Acta Turismo e Tia Eliane Turismo
