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Estado de Minas

Alta do d�lar encarece viagens, importados e j� pressiona alimentos e rem�dios

Disparada da moeda norte-americana, que valorizou 71% em 12 meses, aumenta pre�os de alimentos, bebidas, rem�dios e obriga quem vai viajar para o exterior a refazer seu planejamento de gastos


postado em 08/09/2015 06:00 / atualizado em 08/09/2015 07:55


A escalada do d�lar nos �ltimos 12 meses imp�e ao brasileiro uma s�rie de mudan�as no perfil de consumo. A moeda norte-americana valorizou 71,87% no per�odo, impondo fortes cortes na lista de compras em itens tradicionais. A conta mais cara vai da carne bovina ao p�o franc�s, dos rem�dios aos alimentos importados, como vinho e chocolate. E, claro, as viagens para o exterior recheadas de compras tamb�m tornaram-se realidade mais distante. Sob outro olhar, a ind�stria nacional beneficia-se, tendo maior competitividade tanto no mercado interno quanto no exterior.

At� setembro do ano passado, US$ 1 era equivalente a R$ 2,24. No fechamento do �ltimo preg�o, com a desvaloriza��o do real, eram precisos R$ 3,85 para trocar pelo mesmo US$ 1. Com a mudan�a, a importa��o de produtos ficou mais salgada. Na casa especializada em vinhos AA Wine Experience, segundo exemplo citado pelo propriet�rio Luiz Eug�nio, a garrafa do chileno Casa Rivas Cabernet 2013 custava R$ 60 at� dezembro. Com a oscila��o cambial, passou a ser vendida por R$ 80. “Os aumentos est�o sendo constantes. N�o existe m�gica. As importadoras est�o subindo o pre�o de 8% a 10% a cada dois meses”, afirma. Ele ressalta que o efeito imediato � o consumo de produtos mais baratos.

Por se tratar de um produto substituto, os vinhos nacionais tamb�m acompanham a alta de pre�os, em um ritmo mais lento que os estrangeiros, o que permite �s empresas brasileiras aumentar a margem de lucro, segundo o coordenador do curso de administra��o do Ibmec, Eduardo Coutinho. A mesma l�gica de pre�os � v�lida para outros itens importados.

Luiz Eugênio, proprietário de casa especializada em vinhos: importadoras têm aumentado o preço até 10% a cada dois meses(foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS)
Luiz Eug�nio, propriet�rio de casa especializada em vinhos: importadoras t�m aumentado o pre�o at� 10% a cada dois meses (foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS)
No caso da produ��o de medicamentos e produtos agr�colas, ambos dependentes fortemente de insumos importados, a alta do d�lar representa aumento do custo de produ��o. Com isso, a tend�ncia � o produtor elevar os valores cobrados. Os rem�dios t�m o pre�o administrado pelo poder p�blico de acordo com uma planilha na qual a oscila��o cambial n�o tem forte interfer�ncia, mas, segundo o presidente-executivo do Sindicato da Ind�stria de Produtos Farmac�uticos no Estado de S�o Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, na pr�tica, os famosos descontos dados por fabricantes nas drogarias s�o cortados para cobrir a alta do custo de produ��o. Segundo ele, 90% da mat�ria-prima do setor � importada. “Os descontos v�o desaparecer das farm�cias”, afirma.

Situa��o semelhante � percebida na agroind�stria: adubos e defensivos agr�colas representam at� 50% do custo de produ��o. Mas, segundo o coordenador da Assessoria T�cnica da Federa��o da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Pierre Vilela, devido � situa��o da economia nacional, a tend�ncia � de os produtores absorverem o custo maior para n�o reduzir o consumo. “N�o tem espa�o para aumentos. A economia em baixa freia o �mpeto de alta”, afirma. Outro produto que inevitavelmente sofrer� ajustes � o p�o. Segundo a ind�stria do setor, por enquanto, n�o houve eleva��o, mas a tend�ncia � de as pr�ximas remessas de farinha de trigo chegarem mais caras.

EXPORTA��O
Outro efeito percept�vel com o d�lar mais alto, segundo a Faemg, � a possibilidade de aumento das exporta��es de caf�, milho, soja e carnes. Os produtos nacionais se tornam mais acess�veis ao mercado externo. Com o aumento do mercado consumidor de carnes, a oferta pode n�o ser suficiente para suprir imediatamente a demanda interna e externa. Vilela explica que, no caso da avicultura e da suinocultura, � poss�vel reagir mais rapidamente para aumentar a produ��o. O mesmo n�o se d� com os bovinos, pois s�o necess�rios tr�s, quatro anos at� o abate do animal. “N�o tem boi para suprir essa demanda”, afirma. Com isso, aumentaria a procura por outros tipos de carne, implicando, de novo, em alta de pre�os. Al�m disso, o aumento da exporta��o de milho, soja e outros produtos pode tamb�m elevar o pre�o da ra��o.

Outro consider�vel efeito da desvaloriza��o do real � o aumento de custos para viagens internacionais. Nos �ltimos anos, brasileiros quebraram recordes m�s a m�s de gastos no exterior, mas a sequ�ncia foi interrompida com a escalada do d�lar. Uma viagem para os Estados Unidos que custava R$ 7.840 (o equivalente a US$ 3,5 mil), hoje, sairia por R$ 13.125. Mas as ag�ncias de turismo, com a queda de 10% nas vendas do setor neste ano, t�m feito promo��es para aliviar o custo, com passagens a�reas bem mais baratas e outros itens. Mas, ainda assim, a alta de custo � consider�vel. Com isso, os turistas s�o obrigados a procurar destinos mais acess�veis, como os pa�ses sul-americanos. O �ltimo balan�o do Banco Central sobre gastos de turistas brasileiros no exterior mostra queda de 30,5% nas despesas em julho em comparativo com igual per�odo do ano passado. No acumulado do ano, a queda � de 21,8%.


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