
De olho no mercado estrangeiro, o n�mero de empresas exportadoras cresceu 2,87% entre janeiro e julho de 2014 e 2015, segundo n�meros do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (Mdic). No recorte apenas das empresas apoiadas pela Apex-Brasil, ag�ncia que representa 30% do total exportado exclu�das as commodities, o crescimento dos exportadores foi de 9,25% no primeiro semestre. Considerando somente as empresas que efetuaram a primeira venda para o exterior neste ano, a alta � de 33,3%.
O encarecimento do d�lar � garantia de aumento da competitividade da ind�stria t�xtil de Jacutinga, no Sul de Minas. As mais de 1,2 mil malharias se viam ref�ns do real valorizado, mas, com a forte varia��o cambial dos �ltimos meses, malharias que exportam seus produtos j� aproveitam para fechar novos neg�cios. “J� sentimos reflexo positivo tanto no mercado nacional quanto para exporta��o”, afirma o presidente da Associa��o Comercial, Industrial e Agropecu�ria de Jacutinga (Acija), D�nis Bandeira.
No ano passado, a produ��o teve aumento de 20% no munic�pio. Neste ano, deve fechar est�vel, o que, na avalia��o do presidente, � “positivo”, dada a situa��o da economia. Al�m do aumento de exporta��es, os fabricantes t�m ocupado espa�o no mercado nacional, antes dominado por chineses. Segundo Bandeira, a Acija est� com projeto para aproximar as confec��es dos grandes magazines (C&A, Riachuelo, Marisa e outros). Hoje, j� s�o 200 malharias com contratos firmados com as gigantes do varejo.
“No m�dio e longo prazo”, segundo o presidente da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, “a desvaloriza��o cambial � favor�vel �s exporta��es.” Ele recorda os anos de 2004 e 2005, per�odo em que o d�lar custando pr�ximo de R$ 3 permitiu a exporta��o recorde de quase 1 milh�o de ve�culos (758,8 mil e 897,1 mil unidades, respectivamente). � �poca, as montadoras nacionais alcan�avam at� Estados Unidos, Europa e China.
Apesar de a entidade aguardar uma maior defini��o da economia para saber qual ser� o direcionamento das exporta��es, j� � poss�vel visualizar um cen�rio melhor. As vendas para o M�xico cresceram 64% no ano. No atual n�vel das moedas, segundo Moan, seria poss�vel atingir o patamar pr�ximo de 1 milh�o de unidades daqui a quatro ou cinco anos, o que significaria quase triplicar o volume previsto para ser exportado neste ano – 350 mil unidades. “A quest�o cambial tem dois lados: aumenta exporta��es de um e impacta forte no custo de produ��o do outro”, afirma Moan.
OPORTUNIDADES Na pauta de exporta��o de Minas Gerais, as maiores varia��es no primeiro semestre incluem cal�ados (99,9%), ve�culos e materiais para vias f�rreas (2.165,7%) e tabaco (114,4%), entre outros, segundo o Mdic. Na esteira do aumento da competitividade, o secret�rio estadual de Desenvolvimento Econ�mico, Altamir R�so, afirma que o governo prepara a��o para fortalecimento da pauta. “A realidade � que a ind�stria n�o se preparou para o d�lar neste patamar”, afirma R�so. Mas projeta manuten��o do c�mbio desvalorizado por longo prazo, o que permitiria ao governo diversificar a pauta mineira, conhecida por ser bastante dependente de commodities.
Em apoio aos exportadores, a Apex-Brasil elaborou uma ferramenta para permitir ao empres�rio identificar oportunidades comerciais em 32 pa�ses considerados mercados priorit�rios. A lista vai da Arg�lia e do Ir� a Alemanha, Reino Unido e vizinhos sulamericanos. O programa integra o Plano Nacional de Exporta��es (PNE) do governo federal. Segundo o gerente de Exporta��o da ag�ncia, Christiano Braga, o c�mbio desvalorizado favorece a exporta��o, mas n�o � suficiente para a busca do mercado externo. Ele adverte ser preciso melhorar a gest�o para garantir continuidade das vendas. “Tem empresa que tem importador no Chile e, quando o c�mbio est� bom, exporta. Mas o c�mbio � uma onda. A empresa tem de fazer o dever de casa para manter os contatos”, afirma.
