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Estado de Minas

D�lar em alta traz menos sufoco para a ind�stria

O d�lar em alta traz al�vio para setores que nos �ltimos anos reclamavam da concorr�ncia dos importados. Nesta nova realidade, s� as montadoras j� aumentaram em 10% as vendas externas


postado em 08/09/2015 06:00 / atualizado em 08/09/2015 07:43

Anfavea estima que, no atual nível da moeda, será possível ao país atingir em um ano o patamar de 1 milhão de carros exportados (foto: Rossevelt Cássio/Reuters-7/1/15 )
Anfavea estima que, no atual n�vel da moeda, ser� poss�vel ao pa�s atingir em um ano o patamar de 1 milh�o de carros exportados (foto: Rossevelt C�ssio/Reuters-7/1/15 )
Por um lado, se a desvaloriza��o do real impacta no custo de vida do brasileiro, por outro, contribui para diminuir a ang�stia da ind�stria. O d�lar oscilando pr�ximo da casa de R$ 2 nos �ltimos anos, associado a outros fatores, era reclama��o constante do setor. Isso porque, al�m de uma incont�vel lista de produtos chineses e de outros pa�ses asi�ticos invadir o Brasil, os produtos nacionais n�o conseguiam ingressar em mercados estrangeiros. No menor valor do real em mais de uma d�cada, alguns setores j� se beneficiam do aumento de exporta��es. Exemplo: neste ano, a ind�stria automotiva j� acumula alta de 10,5% nas vendas de carros para outros pa�ses no comparativo com igual per�odo do ano passado.


De olho no mercado estrangeiro, o n�mero de empresas exportadoras cresceu 2,87% entre janeiro e julho de 2014 e 2015, segundo n�meros do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (Mdic). No recorte apenas das empresas apoiadas pela Apex-Brasil, ag�ncia que representa 30% do total exportado exclu�das as commodities, o crescimento dos exportadores foi de 9,25% no primeiro semestre. Considerando somente as empresas que efetuaram a primeira venda para o exterior neste ano, a alta � de 33,3%.

O encarecimento do d�lar � garantia de aumento da competitividade da ind�stria t�xtil de Jacutinga, no Sul de Minas. As mais de 1,2 mil malharias se viam ref�ns do real valorizado, mas, com a forte varia��o cambial dos �ltimos meses, malharias que exportam seus produtos j� aproveitam para fechar novos neg�cios. “J� sentimos reflexo positivo tanto no mercado nacional quanto para exporta��o”, afirma o presidente da Associa��o Comercial, Industrial e Agropecu�ria de Jacutinga (Acija), D�nis Bandeira.

No ano passado, a produ��o teve aumento de 20% no munic�pio. Neste ano, deve fechar est�vel, o que, na avalia��o do presidente, � “positivo”, dada a situa��o da economia. Al�m do aumento de exporta��es, os fabricantes t�m ocupado espa�o no mercado nacional, antes dominado por chineses. Segundo Bandeira, a Acija est� com projeto para aproximar as confec��es dos grandes magazines (C&A, Riachuelo, Marisa e outros). Hoje, j� s�o 200 malharias com contratos firmados com as gigantes do varejo.

“No m�dio e longo prazo”, segundo o presidente da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, “a desvaloriza��o cambial � favor�vel �s exporta��es.” Ele recorda os anos de 2004 e 2005, per�odo em que o d�lar custando pr�ximo de R$ 3 permitiu a exporta��o recorde de quase 1 milh�o de ve�culos (758,8 mil  e 897,1 mil unidades, respectivamente). � �poca, as montadoras nacionais alcan�avam at� Estados Unidos, Europa e China.

Apesar de a entidade aguardar uma maior defini��o da economia para saber qual ser� o direcionamento das exporta��es, j� � poss�vel visualizar um cen�rio melhor. As vendas para o M�xico cresceram 64% no ano. No atual n�vel das moedas, segundo Moan, seria poss�vel atingir o patamar pr�ximo de 1 milh�o de unidades daqui a quatro ou cinco anos, o que significaria quase triplicar o volume previsto para ser exportado neste ano – 350 mil unidades. “A quest�o cambial tem dois lados: aumenta exporta��es de um e impacta forte no custo de produ��o do outro”, afirma Moan.

OPORTUNIDADES Na pauta de exporta��o de Minas Gerais, as maiores varia��es no primeiro semestre incluem cal�ados (99,9%), ve�culos e materiais para vias f�rreas (2.165,7%) e tabaco (114,4%), entre outros, segundo o Mdic. Na esteira do aumento da competitividade, o secret�rio estadual de Desenvolvimento Econ�mico, Altamir R�so, afirma que o governo prepara a��o para fortalecimento da pauta. “A realidade � que a ind�stria n�o se preparou para o d�lar neste patamar”, afirma R�so. Mas projeta manuten��o do c�mbio desvalorizado por longo prazo, o que permitiria ao governo diversificar a pauta mineira, conhecida por ser bastante dependente de commodities.

Em apoio aos exportadores, a Apex-Brasil elaborou uma ferramenta para permitir ao empres�rio identificar oportunidades comerciais em 32 pa�ses considerados mercados priorit�rios. A lista vai da Arg�lia e do Ir� a Alemanha, Reino Unido e vizinhos sulamericanos. O programa integra o Plano Nacional de Exporta��es (PNE) do governo federal. Segundo o gerente de Exporta��o da ag�ncia, Christiano Braga, o c�mbio desvalorizado favorece a exporta��o, mas n�o � suficiente para a busca do mercado externo. Ele adverte ser preciso melhorar a gest�o para garantir continuidade das vendas. “Tem empresa que tem importador no Chile e, quando o c�mbio est� bom, exporta. Mas o c�mbio � uma onda. A empresa tem de fazer o dever de casa para manter os contatos”, afirma.


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