A decis�o do governo de adiar de janeiro para agosto o reajuste prometido aos servidores p�blicos deve aumentar a ades�o de outras categorias � greve que est� concentrada nas universidades federais e nos postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A Confedera��o dos Trabalhadores no Servi�o P�blico Federal (Condsef), ligada � Central �nica dos Trabalhadores (CUT), estima que cerca de 100 mil servidores p�blicos - dos 850 mil do Executivo - est�o em greve atualmente. De acordo com o Minist�rio do Planejamento, a maior parte dos grevistas est� lotada nas 56 universidades federais.
Entidades sindicais dos t�cnicos administrativos, dos docentes e dos servidores federais da educa��o b�sica dessas institui��es est�o em greve h� mais de 100 dias, em alguns casos.
Tanto tempo de paralisa��o compromete o semestre letivo dos alunos e adia formaturas. J� a greve dos servidores do INSS de 70 dias j� faz com que o agendamento de aposentadorias fique para 2016.
"O cen�rio aumenta a possibilidade de outras categorias aderirem � greve. Os novos cortes no or�amento de 2016 podem trazer consequ�ncias devastadoras para o setor p�blico", disse S�rgio Ronaldo da Silva, da Condsef. A entidade re�ne 36 sindicatos que representam 80% dos servidores do Executivo. "O governo est� nos tratando como o vil�o da hist�ria, colocando nas nossas costas a conta da crise financeira e pol�tica", afirmou.
Nesta ter�a-feira, 15, � noite, a Condsef participou de uma reuni�o em que mais de 20 entidades representativas dos servidores discutiram as a��es que devem ser tomadas diante do an�ncio do governo de postergar por sete meses o reajuste prometido aos servidores para economizar R$ 7 bilh�es. Outras assembleias v�o acontecer em todo o Pa�s para definir a resposta das categorias ao recuo em rela��o � proposta anterior, que acabou com o impasse das negocia��es.
Os fiscais do Minist�rio da Agricultura foram os primeiros a informar o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, de que v�o entrar em greve a partir desta quarta-feira, 16, como resposta ao an�ncio feito na segunda de segurar o reajuste de janeiro para agosto.
De acordo com Silva, houve um descumprimento do acordo que tinha sido feito com a categoria de reajustes programados para os pr�ximos quatro anos. "O governo nos apresentou uma proposta, que foi aprovada pela categoria, e agora quebra o acordo e nos deixa nessa situa��o", disse.
No an�ncio do pacote, na segunda, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que � "plenamente justific�vel" a nova proposta do governo, de congelamento do aumento, porque os profissionais t�m estabilidade e rendimentos superiores aos do setor privado, que vive situa��o de desemprego e redu��o real de sal�rios.
Os sindicatos criticaram a decis�o de eliminar o abono de perman�ncia, benef�cio pago aos servidores que adquirem o direito de se aposentar, mas que continuam trabalhando. De acordo com dados oficiais, h� 101 mil servidores nessa situa��o, com previs�o de 123 mil para os pr�ximos cinco anos. "O Estado abre m�o de trabalhadores qualificados e com grande experi�ncia, importantes para manter o m�nimo de servi�os essenciais em funcionamento", afirmou Silva.
O governo tamb�m decidiu congelar os pr�ximos concursos. Para a Condsef, se as medidas forem aprovadas, o Brasil "retroceder�" mais de quinze anos na quantidade de servidores. "Se o servi�o p�blico j� � insatisfat�rio, a tend�ncia � ficar pior. As medidas podem provocar um colapso no atendimento � popula��o que depende dos servi�os p�blicos", afirmou.