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Estado de Minas

Suspens�o de concursos leva incerteza aos cursinhos

Decis�o do governo de postergar preenchimento de vagas federais gera temor nas escolas, que t�m queda de 20% nas matr�culas. Estatais ficam fora do corte e podem compensar


postado em 18/09/2015 06:00 / atualizado em 18/09/2015 07:38

Alunos em curso preparatório em Belo Horizonte: orientação é se manter pronto para aproveitar oportunidades abertas nos estados e municípios(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Alunos em curso preparat�rio em Belo Horizonte: orienta��o � se manter pronto para aproveitar oportunidades abertas nos estados e munic�pios (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
O an�ncio da suspens�o de concursos federais em 2016 n�o trouxe apreens�o apenas para os estudantes que vivem em meio aos livros – mas tamb�m para os cursinhos preparat�rios, que lucram com o sonho de milhares de pessoas de conquistar um cargo p�blico que d� a elas estabilidade. As provas para os �rg�os da Uni�o s�o as “queridinhas” dos concurseiros, j� que os cargos apresentam os maiores sal�rios no servi�o p�blico. Sem a certeza das vagas, h� quem prefira n�o investir dinheiro nas aulas e apostilas, o que repercute diretamente no faturamento das escolas.

Um dos maiores e mais tradicionais cursinhos da capital mineira, o Orville Carneiro recorda de uma queda de 20% das matr�culas em 2008 e 2011, anos em que concursos federais tamb�m foram adiados. “Mas recuperamos as perdas assim que foram publicados os editais”, disse a coordenadora da escola, Ana Karine Faria Senra. Ela conta que o alarme inicial foi substitu�do por uma certa tranquilidade com a confirma��o de que os concursos j� autorizados ser�o mantidos, tais como os do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Advocacia Geral da Uni�o (AGU) e Minist�rio da Educa��o (MEC).

Para os concurseiros “profissionais”, o adiamento na realiza��o das provas pode at� ser positivo. “� mais tempo para estudar. Especialmente para quem vai disputar, por exemplo, vagas na Pol�cia Federal e Receita Federal, que s�o mais dif�ceis e demoram de um a dois anos para o candidato passar. S� vai parar de estudar quem n�o conhece como funciona um concurso p�blico”, explica Ana Karine Faria. Al�m disso, ela lembra que h� v�rios concursos para cadeiras em �rg�os municipais e estaduais em andamento, o que justifica a necessidade de continuar os estudos.

"A esperan�a � que seja tempor�ria (a decis�o do governo em rela��o aos concursos). Afinal, foi s� suspens�o, n�o � cancelamento" - Arlem �lvaro, candidato a vaga no INSS (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Estrat�gia Expectativa semelhante tem Nylton Andrade, gerente do curso Meritus na modalidade on-line. Por ser um preparat�rio � dist�ncia, ele explica que s�o vendidas aulas para concursos do Brasil inteiro – o que acaba minimizando a redu��o nas matr�culas com o adiamento das vagas federais. A estrat�gia da escola, segundo ele, � incentivar a prepara��o permanente dos candidatos, al�m de informar sobre as demais sele��es em andamento. “Esse � um problema para os alunos, porque v�m a not�cia e acham que n�o ter� mais concurso nenhum. E n�o � assim”, argumenta Nylton Andrade. O curso tem uma m�dia de 30 mil a 50 mil alunos matriculados em todo o pa�s.

Segundo a diretora do Pleno Preparat�rio, Cristiane Mota Magalh�es, n�o d� para falar que n�o assusta, mas, em sala de aula, a miss�o � tentar controlar a situa��o para o aluno n�o ser afetado psicologicamente. “N�o enxergo com tanta preocupa��o, porque no in�cio do primeiro mandato do governo Dilma foi feito o mesmo, e, depois, vieram muitos concursos”, afirma. Magalh�es lembra que Banco do Brasil, Caixa, Petrobras e outras empresas estatais que n�o dependem do Or�amento da Uni�o diretamente n�o s�o afetados pela decis�o. Neste ano, o INSS deve publicar ainda edital com quase 1 mil vagas.

Esperan�a Entre os alunos, o sentimento inicial foi de susto com o an�ncio da equipe econ�mica. Mas, aos poucos, com a orienta��o de cursos preparat�rios, o desespero come�a a ser contido. Em busca de uma vaga no Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), Arlen �lvaro, de 31 anos, achou que o concurso fosse ser suspenso, mas logo percebeu que o �rg�o j� tinha conseguido autoriza��o para aplicar as provas, o que impede qualquer adiamento.

Com isso, ele diz ser preciso focar ainda mais nessa oportunidade, caso contr�rio ter� que esperar mais tempo at� a pr�xima sele��o. “A esperan�a � que seja tempor�rio. Afinal, foi s� suspens�o, n�o � cancelamento”, diz sobre a medida que adia os concursos. Caso n�o seja aprovado no INSS, outra possibilidade � focar em vagas na esfera estadual e municipal. Com isso, a tend�ncia � que os candidatos concentrem esfor�os, o que inevitavelmente aumentar� a concorr�ncia.

"N�o enxergo com tanta preocupa��o, porque no in�cio do primeiro mandato do governo Dilma foi feito o mesmo, e, depois, vieram muitos concursos" - Cristiane Mota Magalh�es, diretora do Pleno Preparat�rio (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Assim como Arlen, o advogado Marcelo Rodrigues, de 41, foca os estudos no concurso do INSS. Depois de refletir bastante sobre o teor da medida, a ideia dele � ampliar o tempo dedicado aos estudos para garantir a aprova��o no concurso e n�o ter que passar sufoco com a maior concorr�ncia em sele��es estaduais e municipais no ano que vem. “Conseguir a vaga (do INSS) � ficar livre de qualquer medida governamental”, afirma Rodrigues.

Segundo o Minist�rio do Planejamento, a suspens�o dos concursos p�blicos previstos para 2016 abrangem mais de 40 mil vagas referentes ao Minist�rio P�blico da Uni�o e aos tr�s poderes. A medida deve resultar em economia de R$ 1,5 bilh�o. “Mais eficaz seria cortar cargos comissionados”, afirma o engenheiro qu�mico Mateus Garcia Lima, de 25 anos.

Com a redu��o dos investimentos, Mateus concentra seus esfor�os na busca por uma vaga no setor p�blico, principalmente por causa da estabilidade. Mas o adiamento de novas sele��es pode resultar em um tempo maior de espera pela vaga. Sem perder o foco, ele diz que a sa�da � manter-se concentrado nos estudos at� a retomada da economia. “(A crise) � algo c�clico. A economia volta a fluir”, diz Lima. E acrescenta: “Concurso n�o � algo imediato. Tem que ter paci�ncia.”

N�MEROS
40 mil
S�o as vagas federais que seriam disputadas em 2016

R$ 1,5 bilh�o
� a economia gerada com o adiamento dos concursos


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