S�o Paulo, 18 - A alta do d�lar, que afeta tanto a disposi��o do brasileiro em viajar ao exterior quanto o mercado de cruzeiros, que � cotado na moeda norte-americana, deve representar um "alento" para o setor hoteleiro local. A expectativa � que a taxa de ocupa��o no Pa�s cres�a em 2015 e em 2016, em especial no setor tur�stico.
O Hoteis.com, site especializado em acomoda��es que � parte do grupo Expedia, j� vem percebendo essa tend�ncia. A empresa mais do que dobrou as reservas de hot�is em cidades brasileiras no acumulado de 2015, na compara��o com o mesmo per�odo de 2014. Apesar disso, pelo menos por enquanto, os pre�os est�o mais baixos do que no ano passado.
Segundo Neha Parikh, vice-presidente para neg�cios globais da Hoteis.com, o resultado brasileiro � fortemente influenciado pela compara��o distorcida com o per�odo da Copa do Mundo. Mas essa tend�ncia deve se reverter, pois a busca por acomoda��o em destinos nacionais s� tende a aumentar.
De acordo com Diogo Canteras, s�cio da consultoria Hotel Invest, pode haver algumas exce��es. Mercados como Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre sofreram uma "onda" de inaugura��es de novos empreendimentos. Por isso, os pre�os nessas capitais v�o reagir com menos velocidade.
Para o consultor, no entanto, o ciclo de alta de pre�os no segmento tur�stico deve ser relativamente longo. "Acho que a alta se estende pelo menos at� 2018."
O mesmo racioc�nio, ressalva Canteras, n�o vale para os hot�is de neg�cios. Em S�o Paulo, por exemplo, a demanda j� caiu cerca de 10% este ano, de acordo com o especialista.
Potencial
A executiva do Hoteis.com diz que a decis�o da empresa de montar seu escrit�rio para a Am�rica Latina em S�o Paulo reflete o potencial do mercado brasileiro. "O Brasil recebe cerca de 5 milh�es de turistas estrangeiros por ano, o mesmo que a Su�cia. O M�xico, enquanto isso, recebe 20 milh�es. H� muito a crescer."
Segundo ela, os Jogos Ol�mpicos de 2016, no Rio de Janeiro, devem ajudar esta expans�o. "Na nossa plataforma, j� registramos um aumento de 400% nas buscas internacionais relativas ao Brasil." Neha afirma que este pode ser um indicativo de que o estrangeiro est� mais disposto a escolher o Brasil.
A executiva diz que outros dois fatores podem pesar a favor do Brasil. O primeiro � o c�mbio, que faz o dinheiro de americanos e europeus valer muito mais por aqui. O segundo � a boa avalia��o que os turistas que vieram para a Copa do Mundo, no ano passado, fizeram do Brasil. "Cerca de 95% dos visitantes disseram que voltariam ao Pa�s, o que � um resultado muito bom."
Nem todo mundo no mercado, por�m, acredita que a Olimp�ada ser� uma esp�cie de "salva��o da lavoura" para o turismo brasileiro. Canteras, da Hotel Invest, frisa que os jogos v�o trazer p�blico em especial para o Rio de Janeiro, a cidade-sede.
De qualquer forma, lembra ele, o Rio j� � um destino internacional e mant�m uma taxa alta de ocupa��o de quartos o ano inteiro. "O efeito para o resto do Brasil ser� muito pequeno."
Exterior
A maior ag�ncia de turismo do Pa�s, a CVC, tem sentido a menor disposi��o do brasileiro em viajar para destinos internacionais. No primeiro semestre, a propor��o de pacotes ao exterior nas vendas ficou em 35%, contra 40% do mesmo per�odo de 2014. At� o fim do ano, a expectativa � que a fatia nacional cres�a ainda mais e chegue a 70% das vendas totais.
No entanto, um novo padr�o de comportamento do brasileiro que ainda se arrisca a viajar para o exterior � a redu��o das viagens aos Estados Unidos. Com o real fraco, Europa e Am�rica do Sul ganharam espa�o. "Nos EUA, h� a tenta��o do outlet, que faz as pessoas estourarem o cart�o de cr�dito em compras. Na Europa, o passeio � mais cultural, tem muita coisa de gra�a, ent�o acaba saindo mais barato", explica a gerente geral da Hoteis.com para Am�rica Latina, Carolina Piber. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.