A alta do d�lar, que nessa segunda-feira, encostou em R$ 4, deve derrubar o Brasil no ranking das maiores economias do mundo, elevar a d�vida externa das empresas em reais e pressionar os �ndices de infla��o. A vantagem da desvaloriza��o do real ser� a melhora no setor externo, com uma redu��o do d�ficit em transa��es correntes.
Pelo ranking, o Brasil deve come�ar 2016 na 9ª posi��o, atr�s do Canad�, que tamb�m vive uma recess�o econ�mica. O cen�rio � bem diferente daquele vivido pelo Pa�s no in�cio da d�cada, quando desbancou o Reino Unido e se tornou a 6ª maior economia do mundo. Na �poca, consultorias acreditavam que at� 2025 o Brasil chegaria � 4ª posi��o. Mas o Pa�s seguiu caminho inverso e hoje j� ocupa a 8ª posi��o no ranking.
"A queda cont�nua no ranking mostra que o Pa�s n�o consegue sustentar seu crescimento econ�mico. Para o investidor, isso representa incerteza de ter seu investimento de volta", afirma o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.
Mas esse n�o � o �nico efeito negativo da alta do d�lar. Nos �ltimos anos, com o bom desempenho da economia e abund�ncia de recursos no exterior, as companhias nacionais fizeram grandes capta��es no mercado internacional. De 2008 para c�, a d�vida externa do Pa�s cresceu 65%, sendo a maior parte da iniciativa privada.
Levantamento da empresa de informa��es financeiras Econom�tica com 109 companhias de capital aberto mostra que a d�vida em moeda estrangeira das empresas aumentou em R$ 53,9 bilh�es entre o fim de junho e ontem. O endividamento saltou de R$ 190 bilh�es para R$ 243,9 bilh�es. Esse n�mero n�o inclui a Petrobr�s. No caso da petroleira, a d�vida sobe de R$ 344,6 bilh�es para R$ 442,3 bilh�es.
Mesmo que as companhias tenham se protegido das oscila��es do c�mbio, com as chamadas opera��es de hedge, o aumento da d�vida em reais ter� impacto no balan�o das empresas. A tend�ncia � de que o lucro sofra o impacto do aumento das despesas financeiras.
Outro efeito da alta da moeda americana ser� sentido na infla��o. Mas, com a economia fraca, a tend�ncia � de que esse repasse seja feito de uma forma mais dilu�da ao longo do tempo, afirma o economista da Tend�ncias Consultoria Integrada, Silvio Campos Neto.
Segundo ele, para cada 10% de aumento do d�lar, h� um repasse de 0,5% para a infla��o. No atacado, o aumento nos pre�os � direto. Mas, no varejo, a queda no consumo tende a postergar os aumentos.
Al�vio
O lado positivo da alta da moeda americana deve ser observado no setor externo. A expectativa � de que o d�ficit em transa��es correntes diminua neste ano. A balan�a comercial, por exemplo, j� apresenta recupera��o, embora o desempenho seja mais resultado da queda das importa��es do que da melhora das exporta��es, que ainda v�o levar algum tempo para registrar expans�o nos volumes vendidos.
"O Brasil n�o se preparou com acordos comerciais. Ficou afastado. A conquista de novos mercados demora de um a dois anos para dar retorno", afirma Campos Neto. "Al�m disso, n�o adianta querer vender se nossos principais clientes n�o querem aumentar as compras. A China est� desacelerando e a Argentina est� com a economia fraca", completa Agostini.