S�o Paulo, 24 - A disparada da cota��o do d�lar est� acentuando a press�o sobre os b�nus da Petrobras negociados no exterior, com alguns deles operando em patamar que sinaliza a percep��o de que a companhia pode ter de reestruturar a d�vida. Nos pre�os, os investidores embutem tamb�m a instabilidade pol�tica no Brasil e a percep��o de que a companhia deve perder o grau de investimento por uma segunda ag�ncia de cr�dito de risco.
Cada b�nus reflete de maneira particular a desconfian�a do mercado em rela��o � estatal. Os pap�is com vencimento em 2024, normalmente os mais l�quidos, eram cotados a 72% do valor de face na quarta-feira, 23, patamar a partir do qual os investidores consideram haver perspectiva de renegocia��o ou reestrutura��o de suas d�vidas. O b�nus de 2023, por sua vez, operava a 65% do valor de face. Ambos oferecem retorno de cerca de 11,5%.
Profissional de um banco estrangeiro nota que a rentabilidade desses b�nus est� em n�vel equivalente a CDI somado a um pr�mio de 6,8%. "Se compararmos ao retorno de CDI mais spread de 1,85% oferecido na s�rie de cinco anos da emiss�o que est� sendo feita de deb�ntures, fica claro que os b�nus est�o sendo negociados em n�veis estressados", comentou a fonte que n�o quis ter o nome citado.
Ele lembra que a Petrobras tem de rolar d�vidas relacionadas a b�nus da ordem de US$ 6 bilh�es por ano, excluindo juro, de 2016 a 2018. "� um valor alto, considerando-se a situa��o da companhia, sua incapacidade de fazer novas capta��es no exterior e o fato de que sua base de investidores diminuiu com a perda do grau de investimento", acrescentou o profissional.
A fonte nota que muitos investidores de b�nus da Petrobras j� sa�ram do papel antes mesmo do corte em sua nota por uma segunda ag�ncia de risco, para n�o correrem o risco os venderem "na for�a", quando o rebaixamento realmente acontecer. O mesmo profissional diz ainda que os montantes de d�vidas com vencimento a partir do ano que vem s�o praticamente imposs�veis de serem refinanciados com as capta��es locais.
"O c�mbio distorcido chama a aten��o de investidores que estavam preocupados com o endividamento de outras empresas e agora pensam tamb�m na Petrobras. Tem gente que acredita que a empresa ter� de reestruturar a sua d�vida, porque n�o consegue vender ativos, n�o consegue elevar o pre�o da gasolina, ao mesmo tempo que sua d�vida em d�lar cresce", disse um outro profissional que opera em Nova York.
Exposto
J� outro profissional comentou que no intervalo de pre�o entre 70% do valor de face e 50% do valor de face, os b�nus ficam expostos a oscila��es bruscas, porque est�o patamares pouco atraentes para investidores que compram para manter os pap�is em suas carteiras.
A Petrobras tem cerca de US$ 50 bilh�es em t�tulos de d�vida emitidos no exterior em v�rias moedas, representando cerca de um quarto do total das capta��es externas feitas por empresas e pelo Tesouro por meio de b�nus. A companhia, gozando do confort�vel status do de grau de investimento, aproveitou o bom momento de liquidez externa e captou elevados montantes, superando os US$ 10 bilh�es anualmente.
De acordo com o balan�o da estatal do segundo trimestre, desde 2006, a d�vida total da Petrobras saltou 854,8%, para R$ 415,5 bilh�es, dos quais R$ 306 bilh�es atrelados � moeda norte-americana. Essa conta foi baseada em um d�lar a R$ 3,10.
Por outro lado, o Ebitda (sigla em ingl�s para Lucros Antes de Juros, Impostos, Deprecia��o e Amortiza��o) cresceu 48,9% no mesmo per�odo, fazendo com que em junho, pela primeira vez, a capacidade de gera��o de caixa, medida pelo Ebitda, ficasse abaixo da d�vida de curto prazo, ent�o em R$ 44,6 bilh�es. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.