S�o Paulo, 26 - A pessoa f�sica pode at� n�o calcular a volatilidade dos t�tulos indexados � infla��o - da ordem de 7,92%, segundo o BTG Pactual. Tamb�m pode n�o saber como funciona o mercado de juros futuros - que viveu um dia hist�rico esta semana, quando alguns contratos bateram os limites m�ximo e m�nimo de negocia��o. Mas o resultado do Tesouro Direto em agosto, obtido pelo Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, mostra que indiv�duos com, na m�dia, apenas R$ 5 mil para investir est�o atentos ao aumento das taxas de juros. E mais: est�o investindo.
Em agosto, o Tesouro Direto teve o maior n�mero de opera��es de venda de t�tulos em um m�s. Foram 112.993 opera��es, um acr�scimo de 14,5% em rela��o ao m�s anterior e de 245,8% em rela��o a agosto de 2014.
O volume total vendido chegou a R$ 1,377 bilh�o, a segunda melhor marca para esse indicador. Os t�tulos com mais procura foram os indexados ao IPCA (Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais), que responderam por 60,5% das vendas. Os t�tulos prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) corresponderam a 12,5% do total, e os indexados � taxa Selic (Tesouro Selic), a 27%.
Em agosto, o n�mero de novos cadastros foi o mais alto em apenas um m�s desde o in�cio do programa. Foram 15.187 novas ades�es (aumento de 144,1% ante agosto de 2014). O programa encerrou o m�s passado com um total de 552.166 investidores cadastrados.
O n�mero de pessoas cadastradas que compraram t�tulos tamb�m bateu recorde. No m�s passado, 11.865 dos cadastrados tornaram-se investidores ativos, o que representa um aumento de 333,8% em rela��o a agosto de 2014. At� 31 de agosto, 187.513 pessoas tinham alguma posi��o no Tesouro Direto.
Com o maior interesse da pessoa f�sica, o estoque ultrapassou a marca dos R$ 20 bilh�es, alinhado com recorrentes recordes que v�m ocorrendo desde as melhorias implantadas no programa em mar�o de 2015. �De mar�o para c�, o programa tem batido recordes. S�o n�meros expressivos que mostram quanto o Tesouro Direto tem se tornado prefer�ncia do investidor�, afirma a economista D�bora Marques Ara�jo, analista de finan�as e controle do Tesouro Nacional.
Rentabilidade negativa
O apelo dos t�tulos de renda fixa para a pessoa f�sica est�, via de regra, nas taxas de juros crescentes - algo que tem sido um mart�rio para o gestor de fundos de renda fixa �ndices. Segundo dados da Anbima, essa categoria de fundos tem sistematicamente rendido menos que o CDI, o indicador de refer�ncia para investimentos e investidores conservadores. Alguns fundos est�o com cotas negativas no ano. O resultado disso � que a categoria Renda Fixa �ndice amarga uma capta��o l�quida de R$ 8,49 bilh�es no ano.
Em geral, o investidor n�o se sensibiliza tanto com a volatilidade nem com a rentabilidade dos t�tulos de um m�s para o outro, porque tende a esperar o vencimento. Em agosto, por exemplo, o Tesouro recomprou R$ 321,8 milh�es de investidores de pessoas que decidiram n�o levar a termo os pap�is. O montante � menos de um quarto do total comprado no mesmo per�odo.
Caso atentasse para a rentabilidade m�s a m�s, o investidor poderia sofrer, como acontece com os gestores. Nos 12 meses encerrados em 31 de agosto, as NTN-Bs principais (Tesouro IPCA 2035) t�m rentabilidade negativa em -15,05%.
Grau de investimento. D�bora, do Tesouro, afirma que o rebaixamento da nota soberana pela Standard & Poor's gerou poucas d�vidas sobre a seguran�a de investir no Tesouro. �A perda do grau de investimento n�o afeta os t�tulos do Tesouro Direto nem a seguran�a do programa�, afirma a analista.
Segundo ela, a d�vida mobili�ria federal, da qual fazem parte os pap�is vendidos aos investidores pessoa f�sica, ainda conta com o grau de investimento da Standard & Poor�s, assim como das outras duas ag�ncias internacionais de classifica��o de risco, Fitch e Moody�s. �Al�m disso, o Tesouro Direto representa apenas 1% da d�vida mobili�ria. Ou seja, o investidor n�o deve se preocupar�, diz a economista. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.