
No Brasil, a participa��o vai passar de 4% para 5%, o que representa quase o triplo do n�mero de jovens formados (de 5,48 milh�es vai para 15 milh�es). Mas, diferentemente dos pa�ses que mais crescem nesse sentido – China e �ndia, que, sozinhos, responder�o pela metade dos jovens formados em 2030 –, o processo no Brasil � desequilibrado. Segundo a OCDE, 75% dos diplomas emitidos no pa�s ainda s�o da �rea de humanas, enquanto apenas 10% s�o de cursos de exatas. Ou seja, o pa�s n�o tem priorizado forma��es relacionadas a tecnologias, como engenharia, que, em um contexto de globaliza��o, s�o cada vez mais importantes.

Para o professor Luciano Mendes da faculdade de Educa��o da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), essa despropor��o � cultural e reflete a heran�a “bacharelista” do pa�s. Por dar mais status social, os cursos de humanas, em especial o de direito, s�o historicamente mais valorizados pelos brasileiros. Como consequ�ncia, o investimento nos outros cursos era pouco expressivo at� poucas d�cadas atr�s.
Realidade que continua preocupante nos dias de hoje. Os tr�s cursos superiores mais procurados em 2013 foram na �rea de humanas: administra��o, direito e pedagogia, de acordo com o Censo do Ensino Superior, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep). O �ltimo pode ser explicado pela necessidade crescente de professores, o que incentiva a abertura de vagas. “� uma configura��o da pr�pria sociedade brasileira, que demanda profissionais nas �reas de humanas. Em pa�ses onde tem menos concentra��o de jovens, h� menos necessidade de professores, por exemplo. � o caso de muitos pa�ses europeus”, exemplifica. Por isso, nesses pa�ses, a tend�ncia � que haja menos oferta na �rea de humanas, enquanto nos pa�ses com maior n�mero de jovens, como o Brasil e os Estados Unidos, a demanda � maior.
Segundo a OCDE, at� 2030, tr�s quartos dos diplomas de exatas ser�o dos pa�ses do Brics (Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul). A Europa e os EUA ficar�o com 8% e 4%, respectivamente. Na contram�o dessa tend�ncia, o Brasil n�o deve contribuir tanto quanto a China e a �ndia.
Inova��o
O Servi�o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) assinou na semana passada acordo para facilitar as parcerias com a Sociedade Fraunhofer, da Alemanha, formada por 67 institutos de inova��o. Agora, os pesquisadores dos 15 institutos Senai de inova��o operacionais, ou seja, que t�m projetos contratados com a ind�stria nacional, podem acessar, de forma r�pida, as inova��es produzidas pelos institutos Fraunhofer, principalmente em tecnologias que n�o est�o dispon�veis no Brasil. Uma das �reas em que os pa�ses podem atuar de forma conjunta � a de manufatura aditiva – tecnologia de ponta que usa impressoras 3D para fabricar pe�as em camadas. As impressoras 3D podem imprimir, por exemplo, pe�as para m�quinas industriais feitas de pl�stico ou de metais. A tecnologia abre a possibilidade de o Brasil desenvolver produtos em parceria com o setor aeron�utico.