S�o Paulo, 29 - O presidente da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, previu nesta ter�a-feira, 29, que as vendas totais de ve�culos novos no Brasil devem cair entre 23% e 24% neste ano ante 2014. A nova previs�o � mais pessimista do que a retra��o de 20,6% projetada at� ent�o pela entidade. Segundo o executivo, as novas proje��es s� dever�o ser divulgadas oficialmente na pr�xima semana, pois a �rea t�cnica da associa��o ainda est� terminando de fechar as novas estimativas.
"Confesso que achei que t�nhamos chegado ao fundo do po�o em abril, mas a� descobri que tinha um por�o", afirmou o executivo durante f�rum promovido pela revista Quatro Rodas, na capital paulista. De acordo com Moan, as vendas de autom�veis, comerciais leves, caminh�es e �nibus novos s� devem apresentar uma retomada a partir do quarto trimestre de 2016, quando, segundo ele, dever� haver um "retorno ao crescimento lento, mas sustent�vel". Nos tr�s primeiros trimestres do pr�ximo ano, ele prev� "estabilidade" nos emplacamentos.
Apesar de reconhecer que as vendas j� chegaram ao fundo do po�o, o presidente da Anfavea avaliou que a crise atual da ind�stria automotiva brasileira n�o � a pior que o setor j� passou. Em sua fala, o executivo lembrou que, na d�cada de 1980, as vendas de ve�culos novos no Brasil chegaram a cair mais de 40%. De janeiro a agosto deste ano, os emplacamentos de ve�culos leves e pesados no Pa�s acumulam retra��o de 21,4% na compara��o com igual per�odo de 2014, de acordo com dados da Anfavea.
A��es estruturantes
Para sair desse cen�rio de crise, Moan destacou que a Anfavea est� adotando uma s�rie de a��es estruturantes. Uma delas, citou, foi a simplifica��o da transfer�ncia de ve�culos usados. De acordo com ele, a medida, anunciada neste m�s, deve gerar uma economia de R$ 6,5 bilh�es por ano para as revendas. "Pouca gente sabe, mas o mercado de autom�veis como um todo n�o caiu. Neste ano at� agosto, t�m crescimento de 3% ante mesmo per�odo de 2014, juntando ve�culos novos e usados", ressaltou.
Moan tamb�m citou acordos fechados pela associa��o com bancos p�blicos, como a Caixa Econ�mica e Banco do Brasil. De acordo com ele, a imprensa interpretou os acordos de forma errada. "Disseram que os financiamentos eram contra o ajuste fiscal. Pelo contr�rio, n�s do setor automotivo estamos trabalhando conscientes com a necessidade de ajuste fiscal", disse. Segundo ele, n�o h� subs�dio do governo. O acordo garante apenas a diminui��o do spread de risco para empr�stimos para fornecedores pequenos, por meio da garantia de grandes empresas.
O presidente da Anfavea tamb�m destacou os trabalhos do setor no �mbito do Inovar-Auto, programa do governo federal que d� incentivos tribut�rios em troca de aumento do n�vel de nacionalidade das pe�as e efici�ncia energ�tica. O executivo defendeu que, ap�s o fim do programa em 2017, "seria importante que continuasse a haver pol�tica industrial destinada ao setor automotivo". Segundo ele, essa nova pol�tica deve ter foco em quatro aspectos: efici�ncia energ�tica, seguran�a veicular, autope�as e exporta��es.
O executivo tamb�m destacou o trabalho da Anfavea com o governo federal para estimular as exporta��es. Ele lembrou a cria��o do grupo interministerial para discutir medidas para o setor. "Todas as sugest�es n�o podem afetar o ajuste macroecon�mico", destacou. Desde a cria��o do grupo, ressaltou, v�rios acordos de com�rcio foram assinados ou ratificados, como o com M�xico. Segundo ele, de janeiro a agosto, as vendas de ve�culos do Brasil para aquele pa�s em unidades cresceram mais de 65%.
Investimentos
O presidente da Anfavea destacou que os investimentos de montadoras no Brasil devem superar R$ 80 bilh�es entre 2012 e 2018. O executivo ressaltou que, desse total, mais de R$ 14 bilh�es ser�o destinados � engenharia e desenvolvimento tecnol�gico.
Segundo Moan, apesar da crise que leva as vendas de ve�culos novos a ca�rem mais de 20% neste ano, o mercado brasileiro � "promissor". "Somos o s�timo maior mercado do mundo. Esse � o grande atrativo para que empresas continuem investindo no Brasil", disse ele. Em sua fala, o executivo fez um apelo �s novas montadoras que est�o se instalando no Pa�s a investirem em desenvolvimento tecnol�gico.
Pre�o do a�o
O presidente da Anfavea afirmou que n�o foi informado por nenhuma empresa sider�rgica sobre aumento do pre�o do a�o. Em entrevista ap�s participar de f�rum promovido pela revista Quatro Rodas, o executivo avaliou, contudo, que qualquer aumento de custo neste momento � "preocupante".
Como noticiado recentemente, fontes do mercado distribuidor relataram que a Gerdau comunicou aumento de cerca de 15% nos pre�os de toda a sua linha de a�os longos. A notifica��o do reajuste teria ocorrido entre o fim de agosto e o inicio de setembro. Diferente de distribuidoras, montadora compram a�o por meio de contratos de longo prazo.