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Estado de Minas

Em meio � turbul�ncia dos emergentes, Brasil e �ndia trilham caminhos opostos

Enquanto a na��o asi�tica desponta como exemplo de crescimento, a economia brasileira enfrenta uma forte crise. Nessa ter�a-feira, o Banco da Reserva da �ndia reduziu a taxa b�sica de juros do pa�s para 6,75% ao ano


postado em 29/09/2015 17:19 / atualizado em 29/09/2015 18:42

Uma combina��o de fatores macroecon�micos e pol�ticos faz com que Brasil e �ndia tracem caminhos opostos em 2015, em meio � turbul�ncia observada recentemente nos mercados emergentes. Enquanto a na��o asi�tica desponta como exemplo de crescimento, a economia brasileira enfrenta uma forte crise.

O mais recente exemplo de qu�o distinta est� a trajet�ria dos dois pa�ses foi dado pelo Banco da Reserva da �ndia (RBI, na sigla em ingl�s), que cortou nesta ter�a-feira, a taxa b�sica de juros para 6,75% ao ano, a quarta redu��o neste ano. Por sua vez, o Banco Central do Brasil elevou a Selic para 14,25% em um ciclo de aperto monet�rio que durou seis reuni�es e foi encerrado em julho.

A diminui��o da taxa de juros na �ndia foi poss�vel diante da redu��o da infla��o no pa�s, o que n�o acontece no Brasil. O �ndice de pre�os ao consumidor (CPI, na sigla em ingl�s) indiano em agosto subiu 3,66% em compara��o com agosto do ano passado, o n�vel mais baixo em nove meses.

No Brasil, embora a alta mensal de 0,22% do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto tenha sido a menor para o m�s desde 2010, o aumento de 7,06% no acumulado do ano at� agosto foi o maior para o per�odo desde 2003. Em 12 meses, o indicador teve alta de 9,53%, bem acima do teto da meta do Banco Central, que � de 6,5% ao ano.

As diferen�as n�o param por a�. A mais recente proje��o do Banco Mundial estima que a �ndia vai liderar o crescimento global em 2015, com avan�o de 7,5% no Produto Interno Bruto (PIB). Para o Brasil, por�m, a institui��o prev� contra��o de 1,3%.

A diferen�a � ainda mais evidente na compara��o entre as estimativas dos bancos centrais de cada pa�s. Enquanto o RBI projeta expans�o do PIB indiano de 7,6% em 2015, o Banco Central revisou na semana passada a proje��o de retra��o da economia brasileira de 1,1% para 2,7%.

"O que me parece � que a �ndia tem tido, em certo ponto, um pouco mais de sorte que o Brasil. A �ndia � um importador l�quido de commodities e tem fraca rela��o comercial com a China. Assim, ela tem sido poupada dos dois grandes choques externos que atingiram o Brasil", afirmou ao Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, o analista-chefe do Nordea, Anders Svendsen.

O analista aponta ainda um fator interno que distingue �ndia e Brasil: a pol�tica. Os dois pa�ses tiveram elei��es gerais em 2014 e a decis�o das urnas foi de mudan�a na �ndia, com a ascens�o ao cargo de primeiro-ministro do direitista Narendra Modi, e de continuidade no Brasil, com a reelei��o de Dilma Rousseff.

Por�m, ambos os governantes no in�cio de seus mandatos atuais prometeram mudan�as. Na �ndia, Modi assumiu uma agenda de reformas pr�-mercado, enquanto no Brasil Dilma passou a implementar um forte ajuste das contas p�blicas.

"Novamente, eu acho que a �ndia teve um pouco mais de sorte. Modi tem for�a pol�tica o suficiente para implementar reformas, j� Dilma tem sido atingida por tudo que � poss�vel de m�s not�cias, o que faz grande diferen�a", disse Svendsen, que acredita que o caminho para a retomada do crescimento do Brasil passa pela simplifica��o do modelo fiscal e uma maior abertura aos mercados.

O chefe global de estrat�gia para mercados emergentes do BBH, Win Thin, pondera, no entanto, que as reformas anunciadas por Modi t�m decepcionado alguns observadores que esperavam movimentos mais ousados. "A �ndia tem muitos dos mesmos problemas do Brasil, como mercado de trabalho e falta de infraestrutura, mas, ainda assim, o quadro macroecon�mico indiano � bem melhor que o brasileiro", acrescentou.

Para Thin, o Brasil n�o deve correr atr�s apenas das reformas, mas tamb�m garantir a efetividade do ajuste fiscal. "As pol�ticas macroecon�micas brasileiras foram muito mal feitas nos �ltimos tempos. Os gastos subiram acentuadamente no per�odo do boom das commodities e agora t�m de ser ajustados em um cen�rio de baixa dos pre�os. Mais uma vez, a �ndia n�o enfrentou um problema semelhante", afirmou.


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