Bras�lia – O calote no cart�o de cr�dito n�o para de crescer. Quase quatro em cada 10 brasileiros que entraram no rotativo no cart�o se declaram incapazes de honrar os d�bitos. Dados do Banco Central mostram que a inadimpl�ncia nessa linha de cr�dito chega a 37,6% – um recorde. O calote se refere aos brasileiros que n�o pagam suas faturas h� mais de 90 dias. A explica��o est� na evolu��o dos encargos cobrados pelas operadoras do setor, desconhecidos de boa parte dos consumidores. A taxa m�dia de juros no rotativo do cart�o alcan�ou 350,79% ao ano em agosto �ltimo, tornando proibitiva, para os educadores financeiros, a op��o de financiar, sem o pagamento total da fatura mensal, as compras nessa modalidade de cr�dito.
A tend�ncia, dizem especialistas ouvidos pelo Estado de Minas, � de que esse quadro piore nos pr�ximos meses, uma vez que a infla��o alta corr�i a renda das fam�lias e o desemprego tem aumentado. Os juros anuais impostos em agosto para o uso do cart�o no rotativo foram os maiores desde mar�o de 1999 (354,63%). A orienta��o dos especialistas � para fugir do rotativo do cart�o.
No atual contexto da economia brasileira, com o or�amento apertado e o risco de demiss�es, as fam�lias que insistirem nessa linha de cr�dito acabar�o sendo empurradas para a inadimpl�ncia. “As pessoas continuam com as mesmas necessidades de consumo que tinham antes da crise, mas n�o t�m mais a mesma renda”, explica o professor de finan�as Marcos Melo, da escola Ibmec-DF.
H� desconhecimento, tamb�m, sobre outras op��es de financiamento oferecidas pelos bancos, bem mais baratas, segundo o professor Jorge Arbache, do Departamento de Economia da Universidade de Bras�lia (UnB). Nessa escolha equivocada, pesa o fato de o cart�o ser uma linha de cr�dito f�cil de obter no banco, sem muitas exig�ncias e burocracia – um dos fatores que justificam os juros altos. “Com os juros muito altos, a d�vida aumenta, e as pessoas ficam com mais dificuldade para pag�-la. Devido � grande probabilidade de n�o receberem o valor devido, os bancos jogam os juros ainda mais para cima, o que gera mais calote”, alerta Arbache.
Diante do quadro preocupante da inadimpl�ncia, alertam os especialistas, a ordem � fugir de d�vidas, sobretudo daquelas t�o caras como as do rotativo do cart�o e as do cheque especial, cujos juros fecharam agosto em 253,2% ao ano, o n�vel mais elevado desde 1995. “O momento n�o � para fazer d�vidas. � de poupar para enfrentarmos os tempos dif�ceis que vir�o”, aconselha Marcos Melo, do Ibmec-DF.
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Cart�es batem recorde em taxas de juros cobradas no rotativo e na inadimpl�ncia
Quase quatro em cada 10 brasileiros que entraram no rotativo se declaram incapazes de honrar os d�bitos e inadimpl�ncia bateu recorde, chegando a 37,6%
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