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Estado de Minas

Varejo prev� queda nas vendas no Natal


postado em 05/10/2015 00:14

S�o Paulo, 04 - O Natal de 2015 deve ter o pior desempenho para o com�rcio em pelo menos 12 anos. Desde 2004, as vendas sempre cresceram em rela��o ao ano anterior. Mas, desta vez, por causa da crise, a expectativa � que as vendas deem pela primeira vez marcha � r�. A perspectiva desse recuo at�pico do consumo na principal data para o varejo j� provoca estragos. A ind�stria ocupa hoje o menor n�vel de capacidade de produ��o das f�bricas e o emprego tempor�rio de fim de ano at� agora n�o deslanchou.

Nas contas da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC), o volume de vendas do varejo restrito, que n�o inclui ve�culos e materiais de constru��o, deve recuar 4,1% em dezembro em compara��o com o mesmo m�s de 2014. "O desempenho do Natal deve ser pior do que o resultado do ano acumulado at� agosto (queda de 2,4%), medido pelo IBGE, e tamb�m do volume de vendas esperado para o ano todo (queda de 2,9%) pela CNC", diz Fabio Bentes, economista da CNC e respons�vel pelas proje��es.

Para chegar a esse n�mero, ele considerou retra��o de 2,8% no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e infla��o de 9,5%. Mas o quadro pode piorar se, por causa do reajuste dos combust�veis, a infla��o bater na casa de 10% e, com isso, disparar mecanismos de indexa��o de pre�os na economia.

A proje��o da CNC para o Natal � confirmada pelo assessor econ�mico da Federa��o do Com�rcio do Estado de S�o Paulo, Victor Fran�a. Ele acredita que o desempenho do varejo no segundo semestre ser� pior do que o primeiro, pois o desemprego deve bater mais forte, afetando o Natal.

Na cidade de S�o Paulo, a perspectiva � que o movimento de vendas do Natal seja o pior desde o in�cio do Plano Real. A Associa��o Comercial de S�o Paulo (ACSP), ainda n�o fez proje��o para o Natal, apenas para o Dia das Crian�as, e espera uma queda de 5% em rela��o ao ano anterior. Como o desempenho do Dia das Crian�as indica a tend�ncia para o Natal, se essa estimativa se confirmar, a retra��o das vendas em dezembro ser� a maior desde 1994.

O Natal tamb�m deve superar o pior da s�rie para a capital paulista, que foi o de 1999, quando Fernando Henrique Cardoso estava na presid�ncia da Rep�blica, e as vendas ca�ram 4,9% em rela��o ao ano anterior. "Exceto na parte pol�tica, a situa��o da economia hoje � muito parecida com a de 1999, sem super�vit prim�rio, juros elevados e c�mbio nas alturas", lembra o economista da ACSP, Em�lio Alfieri.

Na opini�o de Bentes, da CNC, a p� de cal nas vendas do Natal foi a alta do c�mbio, que no ano acumula varia��o de quase 50%, e tem impacto sobre a infla��o, que j� est� alta. C�lculos feitos pelo economista para uma cesta de 29 produtos e servi�os mais consumidos no Natal, com base na pr�via da infla��o, o �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPCA-15), acumulada no ano at� setembro, mostra que os pre�os subiram 8% no per�odo.

"Se esse ritmo de alta for mantido at� dezembro, o pre�o m�dio dessa cesta ter� a maior varia��o da s�rie iniciada em 2003, superando o pico de 7,4% da infla��o do Natal, registrado em 2008", diz o economista. Nesse c�lculo n�o est� inclu�do o reajuste recente da gasolina de 6% e a perspectiva de uma nova rodada de aumento de pre�o da energia el�trica.

O desdobramento da alta do c�mbio nos pre�os deve afetar principalmente as vendas de eletroeletr�nicos. No televisor, por exemplo, 80% dos componentes s�o importados. Por isso, entre os oito segmentos avaliados por Bentes, o de eletrodom�sticos e m�veis deve registrar a maior queda nas vendas em rela��o ao Natal de 2014. A retra��o prevista � de 16,3%.

A Lojas Cem, por exemplo, especializada em m�veis e eletrodom�sticos, projeta queda de 10% no faturamento do Natal em rela��o ao de 2014, descontada a infla��o do per�odo. "Ser� o pior Natal em dez anos", diz o supervisor-geral, Jos� Domingos Alves. Procuradas, Via Varejo, dona das bandeiras Casas Bahia e Ponto Frio, e Magazine Luiza n�o revelaram as proje��es de vendas, porque s�o empresas com a��es negociadas em Bolsa.

Para itens de inform�tica e comunica��es, que tamb�m t�m boa fatia de componentes importados, as proje��es n�o s�o favor�veis: a retra��o esperada pela CNC � de 5,5%. S� � esperado crescimento de vendas para os segmentos de perfumaria (2,2%) e de artigos de uso pessoal e dom�stico (3,1%), pois s�o itens de baixo valor unit�rio, cuja venda n�o depende de financiamento.

"O Natal est� nebuloso", afirma Alfieri, da ACSP. Ele diz que os estoques no varejo n�o est�o altos, mas os lojistas s� compram volumes para o dia a dia, com medo do encalhe. O cen�rio incerto faz com que grandes redes evitem comentar as perspectivas para o fim de ano. Procuradas, Carrefour, Lojas Pernambucanas, GPA, Walmart, C&A e Drogasil tamb�m n�o informaram as proje��es. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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