Lima, 08 - A diretora-gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou nesta quinta-feira, 8, para maiores riscos nos pa�ses emergentes e recomendou que o Brasil tome medidas para melhorar o ambiente de neg�cios, incluindo reformas na educa��o e no mercado de trabalho, que ajudem o Pa�s a aumentar sua competitividade, de acordo com a Agenda de Pol�tica Econ�mica da dirigente, divulgada nesta quinta-feira, quando come�am as plen�rias da reuni�o anual do FMI em Lima.
Lagarde dedica boa parte do documento para comentar o aumento da preocupa��o com os mercados emergentes, com economias importantes, como Brasil e R�ssia, em desacelera��o pior que o inicialmente esperado. "Os riscos est�o se dirigindo em dire��o aos emergentes", afirma a diretora no documento. Fatores como a ampla deprecia��o das moedas, fluxos internacionais de capital em desacelera��o e condi��es financeiras mais duras est�o colocando press�o adicional nas empresas destes mercados, que aumentaram suas d�vidas em d�lar nos �ltimos anos. Agora essas firmas v�o precisar refinanciar seus passivos em condi��es menos favor�veis, destaca o documento.
A intera��o de fatores dom�sticos e os "ventos contr�rios" vindos do exterior deixam alguns dos emergentes vulner�veis �s mudan�as que ocorrem agora na economia mundial, afirma Lagarde. A mudan�a de humor dos investidores tamb�m pode ter efeitos perversos em algumas desses mercados mais fragilizados.
A dirigente come�a sua agenda falando que o ambiente econ�mico mundial est� passando por uma transforma��o, com o momento de eleva��o das taxas de juros dos Estados Unidos se aproximando e a economia da China em meio a um processo de mudan�as de modelo de crescimento, com Pequim tentando levar o pa�s a ser mais dependente do consumo dom�stico e menos de investimento e exporta��es.
Essas transforma��es, de acordo com Lagarde, est�o tendo impacto em toda a economia mundial. "Grandes movimentos nas taxas de c�mbio, aumento da volatilidade no mercado financeiro, decl�nio acentuado do com�rcio internacional, previs�es mais fracas de crescimento da economia mundial e elevados riscos de piora do cen�rio s�o efeitos dessa transi��o", afirma a dirigente.
A previs�o de crescimento para a economia mundial voltou a ser reduzida esta semana pelo FMI e, no texto divulgado hoje, Lagarde menciona novamente a express�o que usou em outras reuni�es da institui��o, o risco de a expans�o mundial entrar em um patamar "novo med�ocre".
Lagarde ressalta que as respostas dos diversos pa�ses a esse cen�rio mais adverso da economia mundial tem variado, mas volta a mencionar que alguns emergentes est�o com menos espa�o para usar pol�ticas para lidar com esse cen�rio. "O escopo para flexibilizar a pol�tica fiscal e monet�ria � limitado pela infla��o, d�vida p�blica ou riscos nos balan�os das empresas."
A recomenda��o de Lagarde � que os governos fiquem atentos aos riscos para a estabilidade do sistema financeiro, ao mesmo tempo em que tentam estimular o crescimento econ�mico, o investimento e empreender reformas estruturais. Nos pa�ses desenvolvidos, a infla��o baixa permite que os bancos centrais continuem com suas pol�ticas monet�rias acomodat�cias. Para o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Lagarde destaca que uma comunica��o clara da estrat�gia de eleva��o dos juros � essencial.