S�o Paulo, 15 - Um dos �ltimos a sentir o efeito da crise, o setor de supermercados deve fechar 2015 com queda nas vendas, algo que n�o ocorria nos �ltimos dez anos. Infla��o dos alimentos em alta e perda de renda dos brasileiros levaram o setor para uma situa��o inusitada. "Num pa�s em que h� aumento populacional, n�o � bom sinal ter queda na venda de alimentos", observa o presidente do Conselho Consultivo da Associa��o Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda.
Na Pesquisa Mensal do Com�rcio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o segmento de supermercados foi apontado como o vil�o para o fraco desempenho do com�rcio varejista em agosto. A retra��o de 0,1% no volume de vendas dos supermercados em agosto em compara��o com julho pode parecer pequena, mas n�o � porque o setor � um dos que mais pesa no varejo.
Dados da Abras apontam que, neste ano, os supermercados acumulam at� agosto queda de 0,69% no faturamento, descontada infla��o do per�odo. Honda diz que 2015 deve fechar com retra��o de 0,3% nas vendas.
J� nas contas da Associa��o Paulista de Supermercados (Apas), o tombo deste ano ser� maior: queda real de 1%. "Desde 2006 o setor n�o tinha desempenho negativo", afirma o gerente do Departamento de Economia e Pesquisa da entidade, Rodrigo Mariano. Ele observa que a retra��o de 1% do setor � ruim, mas representa um cen�rio menos dram�tico do que a queda esperada para o Produto Interno Bruto, que passa de 2%.
No entanto, o economista ressalta que o recuo nas vendas apontado pelo IBGE de julho para agosto � um sinal bem negativo. Isso porque o m�s de agosto deste ano teve cinco finais de semana, enquanto em julho foram quatro. E, como o s�bado e o domingo s�o os melhores dias de vendas, a expectativa era de algum crescimento ou de pelo menos um empate, diante de um cen�rio de crise, observa.
Nem o atacado escapa da freada no consumo de itens b�sicos, como alimentos e produtos de higiene e limpeza. Em agosto, o faturamento real do setor caiu 5,56% em compara��o com julho e 12% ante o mesmo m�s de 2014, segundo a Associa��o Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad).
Fundo do po�o
Apesar de as proje��es do desempenho do setor para o ano da Abras e da Apas serem diferentes, elas apontam para a mesma dire��o. Tanto Honda como Mariano esperam que a queda nas vendas deem uma tr�gua no �ltimo trimestre. "A queda no �ltimo trimestre do ano vai se estabilizar", prev� Honda. Ele lembra que a retra��o no consumo de alimentos foi muito forte nos meses de junho, julho e agosto porque alguns itens pesaram muito na cesta de compras do consumidor, al�m da perda da renda por causa do aumento da infla��o.
Daqui para a frente, no entanto, com o recuo dos pre�os das commodities, ele acredita que esse cen�rio de queda possa se estabilizar.
Outro fator apontado pelo presidente do Conselho Consultivo da Abras para a estabiliza��o � que, normalmente, mais dinheiro entra em circula��o na economia no �ltimo trimestre do ano. E, como o brasileiro j� cortou muitos gastos, como viagens, reforma da casa e compra de eletroeletr�nicos, por exemplo, devem sobrar mais recursos para gastar com alimentos nas festas de fim de ano.
Al�m desses fatores, Mariano acrescenta mais um. No fim do ano passado, a infla��o de alimentos e de bebidas foi muito elevada e, neste ano, ele acredita que h� poucas chances de que esse quadro se repita. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
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Alimentos derrubam vendas nos supermercados
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