S�o Paulo, 16 - O arrefecimento no ritmo de alta do grupo Alimenta��o entre a primeira e a segunda leituras de outubro ajudou a abrandar parte do repasse dos reajustes dos combust�veis para o �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S) da segunda leitura de outubro. A avalia��o foi feita na manh� desta sexta-feira, 16, pelo coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, da Funda��o Getulio Vargas (FGV). "A grande novidade � a desacelera��o expressiva de Alimenta��o", disse.
A taxa do grupo de alimentos atingiu 0,52% na segunda quadrissemana do m�s (�ltimos 30 dias terminados ontem, 15), ap�s 0,72% na primeira medi��o. J� o conjunto de pre�os de Transportes acelerou para 1,17%, na compara��o com 0,73% anteriormente, por causa dos impactos dos aumentos nos pre�os dos combust�veis no fim de setembro. O IPC-S, por sua vez, passou de 0,63% para 0,66%.
"A previs�o de 0,66% para o IPC-S do fim do m�s est� mantida. O �ndice deu aquele salto na primeira quadrissemana (para 0,63% ante 0,42%) e disse que era cedo para revisar a proje��o, pois parte do resultado tinha sido por causa de alimentos. Tinha alguma esperan�a e, de fato, o grupo Alimenta��o ajudou", explicou Picchetti. Segundo ele, os combust�veis e energia el�trica ser�o fatores de press�o de alta no IPC-S este m�s, enquanto os alimentos podem seguir abrandando o �ndice.
Na classe de despesa de alimentos, o abrandamento da taxa veio principalmente dos segmentos de hortali�as e legumes (queda de 5,22% para recuo de 8,60%), frutas (de 2,24% para 1,50%) e carnes bovinas (de 1,90% para 1,54%), segundo o economista.
"Est� terminando o per�odo de entressafra (carnes)", afirmou. Conforme ele, as pesquisas mais recentes (de ponta) mostram que os pre�os de alguns itens aliment�cios est�o aumentando a queda, enquanto aqueles que est�o subindo est�o reduzindo o ritmo de eleva��o. "H� v�rios que est�o caindo na ponta ou tendo clara desacelera��o da alta. Neste sentido, � poss�vel entender o �ndice de difus�o do IPC-S", disse. O indicador de difus�o - que apura o quanto a alta dos pre�os est� espalhada - atingiu 67,06% na segunda leitura do m�s, ap�s 71,76% na primeira.
Combust�veis
J� o reajuste de 6% no pre�o da gasolina nas refinarias no fim de setembro deve continuar pressionando o IPC-S. Entre a primeira e a segunda medi��es de outubro, a varia��o da gasolina passou de 0,68% para 1,71%, enquanto a do etanol foi mais al�m: saltou de 1,55% para 4,05%. "Esses itens devem elevar a press�o. N�o devem ajudar o IPC-S, com certeza", disse, adiantando que a gasolina j� est� subindo 4,5% nas pesquisas de ponta e o etanol segue na faixa de 4,00%.
Al�m da influ�ncia do combust�vel, Picchetti disse que a energia mais cara tamb�m seguir� empurrando o IPC-S para cima nas pr�ximas leituras. Na segunda quadrissemana, o item mostrou eleva��o de 0,70% e j� est� avan�ando acima dessa marca nos levantamentos atuais, disse Picchetti. J� g�s de botij�o, cuja varia��o foi de 11,35% na segunda quadrissemana, deve ajudar a abrandar o IPCS, completou o economista.
C�mbio
Os efeitos da deprecia��o cambial sobre a infla��o medida pelo IPC-S continuam discretos e inclusive h� produtos que passaram a registrar queda, de acordo com Picchetti.
Ele citou como exemplo a categoria de geladeira e freezer, que apresentou decl�nio de 0,92% na segunda leitura de outubro, e a de aparelho de TV, com recuo de 1,19%. "H� sinais de novas quedas", afirmou. Por outro lado, o p�o franc�s segue em alta, mas o ritmo diminuiu, ao passar de 1,58% na primeira leitura para 1,23% na segunda quadrissemana.