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Estado de Minas

Levy reclama de fogo amigo e quer deixar a Fazenda


postado em 17/10/2015 09:31

Bras�lia, 17 - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse a interlocutores que pretende deixar o cargo no fim do ano, caso o "fogo amigo" contra ele continue no governo e no PT. Levy est� muito irritado com as cr�ticas que vem sofrendo por parte do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e do partido e, em conversas reservadas, avalia que enfrenta uma esp�cie de "ataque especulativo", o que prejudica at� mesmo a aprova��o do ajuste fiscal pelo Congresso.

Nos �ltimos dias, Lula intensificou o bombardeio na dire��o de Levy. Em jantar com a presidente Dilma Rousseff, na quinta-feira, ele voltou a dizer que o titular da Fazenda tinha "prazo de validade", express�o usada em outras ocasi�es para expressar seu descontentamento com o comandante da economia. Dilma, por�m, resiste a trocar Levy por achar que a demiss�o criar� ainda mais instabilidade no governo.

Ap�s convencer a c�pula do PT a n�o pedir a cabe�a do ministro da Fazenda na resolu��o final do 5� Congresso do partido, em junho, Dilma assistir� a mais um cap�tulo da revolta petista. Em reuni�o marcada para o dia 29, o Diret�rio Nacional do PT promete investir no "Fora Levy" e propor uma guinada na pol�tica econ�mica.

Ex-secret�rio do Tesouro no governo Lula, apelidado por desafetos de "Levy, m�os de tesoura", o ministro da Fazenda anda muito desgostoso com a falta de solidariedade no governo. De acordo com seus amigos, est� se sentindo "isolado".

Ele n�o apresentou carta de demiss�o nem se queixou com Dilma, mas n�o esconde o aborrecimento com as estocadas p�blicas de Lula. Na ter�a-feira, por exemplo, o ex-presidente afirmou, no Congresso da Central �nica dos Trabalhadores (CUT), que Dilma tinha adotado o discurso da campanha advers�ria na economia.

Na reuni�o com deputados do PT, na quinta-feira, Lula tamb�m bateu na tecla de que o governo precisa trocar logo a agenda de cortes pela do crescimento, emprego e distribui��o de renda. N�o foi s�: afirmou que, se n�o seguir essa receita, a crise vai piorar e Dilma pode at� ser afastada.

"Eu vou para a rua defender o qu�? A gente precisa vender esperan�a. Qual � o futuro? A agenda n�o pode ser s� ajuste fiscal", insistiu o ex-presidente, a portas fechadas.

Lula j� chegou a sugerir a Dilma, mais de uma vez, a substitui��o de Levy por Henrique Meirelles, que comandou o Banco Central de 2003 a 2010. Ela, por�m, n�o gosta de Meirelles.

Nos bastidores, o titular da Fazenda diz que uma coisa � ser atacado por deputados no Congresso; outra, por Lula. Na avalia��o do ministro, h� uma ofensiva em curso para desgast�-lo. Para piorar o clima, ontem n�o houve qualquer declara��o de Dilma defendendo a perman�ncia dele no governo, depois que circularam rumores, negados pela Fazenda, sobre um pedido de demiss�o.

Levy estava no Pal�cio da Alvorada, em uma reuni�o da Junta Or�ament�ria com Dilma, Nelson Barbosa (Planejamento) e Jaques Wagner (Casa Civil), quando surgiram as not�cias de que ele entregaria o cargo. Auxiliares de Dilma asseguraram que o tema n�o foi tratado no Alvorada e que n�o houve conversa a s�s entre os dois.

Desde o dia anterior, por�m, o Planalto dava demonstra��es de insatisfa��o com o fato de o ministro n�o ter divulgado cedo um comunicado sobre o rebaixamento da nota de cr�dito do Brasil pela ag�ncia de classifica��o de risco Fitch Ratings, obrigando a Presid�ncia a apresentar o posicionamento do governo. A nota da Fazenda s� saiu tarde da noite, provocando cr�ticas no Planalto. Em menos de 40 dias, � a segunda vez que isso se repete.

Em nota, a assessoria de Levy informou ontem que ele n�o pediu demiss�o. "Levy continua trabalhando e se esfor�ando pelo futuro do Pa�s", diz o texto. O l�der do governo no Senado, Delc�dio Amaral (PT-MS), afirmou ter conversado com o ministro e garantiu que ele permanecer� � frente da Fazenda, "trabalhando pelo Or�amento de 2016 e pelo crescimento econ�mico".

A press�o sobre Levy tem aumentado porque n�o h� melhoria no ambiente econ�mico. O ministro argumenta, por�m, que precisa de uma "ponte", como a Contribui��o Provis�ria sobre Movimenta��o Financeira (CPMF), para fechar as contas do governo. Em depoimento na C�mara, na quarta-feira, ele chegou a dizer que, se a CPMF n�o for aprovada pelo Congresso, poder� haver corte de benef�cios sociais, irritando ainda mais os petistas. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.


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