S�o Paulo, 17 - A produ��o de leite no Brasil deve cair 2% no segundo semestre de 2015 e 1% nos seis primeiros meses de 2016, em comparativos anuais, prev� o Rabobank. O c�lculo considera uma rentabilidade comprimida pelos custos com a ra��o animal e a infla��o, levando produtores a reduzir a capta��o. Al�m disso, os pre�os do leite devem ceder nos pr�ximos meses, em movimento sazonal, o que diminui as margens da atividade. No segundo trimestre de 2015, o Rabobank nota que a produ��o j� caiu 2,6%.
"A compress�o de margens reflete a ampla disponibilidade de leite no Brasil, dado o excesso de oferta global e as fracas vendas dom�sticas", escreve o analista Andres Padilla, em relat�rio trimestral sobre a commodity. A demanda por leite tem se desacelerado ante o avan�o do desemprego e a queda na renda real no Pa�s. De acordo com o Rabobank, o consumo cresceu apenas 0,7% no primeiro semestre deste ano, em rela��o ao mesmo per�odo de 2014.
O Rabobank afirma que a importa��o de leite do Brasil avan�ou no segundo trimestre do ano, apesar da desvaloriza��o do real e da desacelera��o da demanda interna. J� as exporta��es ca�ram no per�odo. O d�ficit l�quido de leite do Pa�s ficou em 180 milh�es de litros no per�odo e deve permanecer perto deste patamar pelo pr�ximo ano. Historicamente, o Brasil importa leite em p� de pa�ses que s�o mais competitivos que os produtores nacionais.
Mercado global
Os fundamentos do mercado internacional de l�cteos ainda n�o sofreram altera��es que expliquem a recupera��o dos pre�os verificada em setembro, na opini�o do Rabobank. No relat�rio, analistas ponderam que a alta se deve � no��o dos investidores de que os latic�nios se desvalorizaram muito nos �ltimos meses e que perspectivas devem melhorar na primeira metade do ano que vem. A ind�stria vem cortando valores pagos aos produtores, o que deve limitar a oferta no futuro, ao passo que pre�os menores ao consumidor final devem resultar em melhora na demanda.
"Mas antes que isso dispare uma recupera��o substancial de pre�os, o mundo primeiro precisar� consumir a not�ria montanha de leite (sobretudo em p�) que se acumulou durante o decl�nio do mercado", ressalvam os analistas do banco. A institui��o financeira estima que os estoques nas principais regi�es comerciais podem somar mais de cinco milh�es de toneladas, a maior parte deles em poder da iniciativa privada.
A recupera��o dos pre�os tamb�m deve ser limitada pelo avan�o do d�lar, moeda em que os produtos s�o cotados, e pela menor participa��o da China no mercado. Os importadores chineses s�o os que pagam mais pelos produtos l�cteos, de modo que outros pa�ses podem n�o aceitar pre�os t�o elevados. O Rabobank tamb�m afirma que o pessimismo em rela��o � China pode ser exacerbado. O banco afirma que o varejo tem apresentado bons resultados apesar da desacelera��o econ�mica e que a desvaloriza��o do yuan � modesta.
Segundo os analistas, o consumo interno do pa�s parece ter melhorado nos primeiros seis meses deste ano. Na Uni�o Europeia, respons�vel por um quinto do consumo global de l�cteos, o Rabobank nota que a economia tem avan�ado a ponto de reduzir o desemprego, embora a recupera��o ainda seja desigual. Nos Estados Unidos, que representam 15% do mercado consumidor, as condi��es econ�micas tamb�m est�o melhores.