Bras�lia, 18 - A fam�lia de Ana Cl�udia Souza de Jesus, de 23 anos, foi uma das primeiras inscritas no Bolsa Fam�lia a ganhar um kit gratuito para instala��o da TV digital em casa. "A imagem ficou bem melhor e o som, perfeito", conta. Segundo ela, sem chiados e chuviscos, ficou bem melhor acompanhar programas evang�licos. "Novela aqui em casa s� Os Dez Mandamentos", faz quest�o de deixar claro.
Ana Cl�udia mora com o marido e a filha em Rio Verde, a 250 quil�metros de Goi�nia. Os mais de 6,6 mil benefici�rios do programa de transfer�ncia de renda da cidade s�o os primeiros a receber o kit porque o munic�pio goiano ter� o primeiro "apag�o anal�gico" do Brasil, marcado para 29 de novembro.
At� 2018 - quando se encerrar� o processo de migra��o da TV anal�gica para a digital em todo o Pa�s - todas as fam�lias benefici�rias v�o receber essa esp�cie de "bolsa TV digital" com conversor, controle remoto, cabos e antena de recep��o.
O valor de cada kit que est� sendo entregue � de cerca de R$ 160. O custo para a compra e a distribui��o de todos os equipamentos as 14 milh�es de fam�lias responde por 70% do or�amento de R$ 3,6 bilh�es da EAD, entidade criadas pelas empresas que venceram o leil�o do 4G na faixa de 700 megahertz (MHz), frequ�ncia hoje usada na transmiss�o de canais de TV aberta em tecnologia anal�gica.
As operadoras Claro, Vivo, TIM e Algar t�m interesse em "limpar" a frequ�ncia porque precisam usar essa infraestrutura para comercializar o servi�o de 4G no Pa�s, cerca de dez vezes mais r�pido do que o 4G, segundo os especialistas. A universaliza��o da TV digital - garantir que 93% dos domic�lios possam receber os sinais da nova frequ�ncia - � uma exig�ncia para o desligamento do anal�gico.
De acordo com o IBGE, 91,3% dos lares mais pobres do Pa�s - na faixa de renda dos benefici�rios do programa - t�m televis�o. Em Rio Verde, 67% das fam�lias que ganham Bolsa Fam�lia j� agendaram o recebimento dos conversores por meio do telefone 147. Dessas, a metade j� pegou o kit, segundo Ant�nio Carlos Martelleto, diretor executivo da EAD. Bras�lia (168 mil fam�lias) e S�o Paulo (800 mil) s�o as pr�ximas cidades onde ser�o entregues os kits, de acordo com o cronograma de desligamento do sinal anal�gico.
"O acesso dos benefici�rios do Bolsa Fam�lia � TV Digital � importante para n�o deixar essas pessoas no escuro. Eles est�o em condi��o de vulnerabilidade social, n�o teriam condi��o de adquirir o conversor com o dinheiro deles", diz o economista Helmut Schwarzer, secret�rio Nacional de Renda de Cidadania, respons�vel pela gest�o do Bolsa Fam�lia.
Ana Cl�udia diz que usa os R$ 112 do dinheiro que recebe todo m�s do Bolsa Fam�lia para comprar coisas para a filha de um ano. O marido dela trabalha fazendo bicos como auxiliar de pedreiro. O kit com conversor e antena chega a custar R$ 220 em Rio Verde .
Schwarzer ressalta que a TV digital se transforma em mais uma forma de o minist�rio se comunicar com os benefici�rios do programa por meio da tecla Ginga, que abre uma esp�cie de aplicativo do Bolsa Fam�lia, com as datas de pagamento dos benef�cios e as condi��es de acesso ao programa. Segundo o secret�rio, a principal d�vida sempre foi em rela��o � data exata do pagamento, que � feito sempre nos dez �ltimos dias �teis do m�s, de acordo com o n�mero do cart�o.
Ele reconhece, por�m, que � preciso atualizar a tecnologia para permitir ao minist�rio enviar mensagens personalizadas a cada um dos benefici�rios, que permitiria, por exemplo, solicitar o recadastramento ou exigir o cumprimento da frequ�ncia escolar. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.