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Estado de Minas

Uso da capacidade do setor automotivo cai para 48%, diz presidente da Volks

"Em 1996, t�nhamos a capacidade de produzir 1,7 milh�o de unidades, e o porcentual de produ��o era de 81%. Agora, temos potencial para produzir 5,5 milh�es, e a utiliza��o da capacidade � de 48%"


postado em 20/10/2015 19:01 / atualizado em 20/10/2015 19:19

S�o Paulo, 20 - O n�vel de utiliza��o da capacidade do setor automotivo caiu para 48% em 2015 e voltou ao mesmo n�vel de 2002, afirmou nesta ter�a-feira, o presidente da Volkswagen no Brasil, David Powels. Ele fez uma apresenta��o sobre a atual situa��o do setor no congresso AutoData, em S�o Paulo.

"Em 1996, t�nhamos (o setor automotivo) a capacidade de produzir 1,7 milh�o de unidades, e o porcentual de produ��o era de 81%. Agora, temos potencial para produzir 5,5 milh�es, e a utiliza��o da capacidade � de 48%, o mesmo patamar de 2002, quando vim para o Brasil pela primeira vez", disse o executivo. Ele veio ao Brasil em 2002 para ocupar o cargo de vice-presidente de finan�as da Volkswagen, saindo em 2007 para trabalhar na subsidi�ria da montadora na �frica do Sul. Voltou neste ano para assumir a presid�ncia.

Segundo ele, a produ��o do setor de ve�culos deve atingir algo em torno de 2,5 milh�es de unidades em 2015 no pa�s, retra��o de cerca de 30% em rela��o ao n�vel de 2014. "Os custos aumentaram, perdemos competitividade e a demanda diminuiu", explicou Powels.

O executivo afirmou que nunca viu o mercado automotivo brasileiro t�o inst�vel como agora. "Precisamos trabalhar com o governo e os demais players para evitar esse tipo de volatilidade. N�o podemos deixar o mercado piorar para daqui a dez anos estarmos discutindo outra trag�dia", declarou.

Para Powels, o cen�rio n�o deve melhorar nos pr�ximos anos. "N�o sei quando vamos voltar a ter os n�veis dos anos anteriores, n�o sei se ser� r�pido, mas vamos ter de elevar a produtividade, reduzir impostos e estimular a demanda", afirmou.

O executivo evitou falar sobre o esc�ndalo mundial envolvendo a montadora alem�, em rela��o � instala��o de um software em seus ve�culos movidos a diesel que enganou ag�ncias reguladoras sobre a emiss�o de gases poluentes.



Fiat

A duas semanas de deixar o cargo de presidente da Fiat no Brasil, o executivo Cledorvino Belini disse hoje no congresso Autodata que, se n�o houver uma concilia��o pol�tica entre os poderes Executivo e Legislativo, "fica muito dif�cil fazer previs�es de mercado para 2016". Sobre a Fiat, ele evitou falar em n�meros e se limitou a dizer que a montadora deve acompanhar o ritmo do setor em produ��o e vendas.

Embora tenha dito que o cen�rio � incerto, Belini acredita que 2016 ser� um ano complicado para o setor, principalmente em raz�o da dificuldade de conseguir capital para elevar a competitividade da ind�stria automotiva. "Em fun��o da crise econ�mica e pol�tica, ser� dif�cil atrair investimentos. A freada foi maior do que esper�vamos", afirmou o executivo.

Ao comparar a economia do Brasil com a da It�lia, onde fica a matriz da Fiat, Belini disse que a d�vida p�blica brasileira, hoje em 64% do PIB, � inferior ao n�vel italiano, de 132%. "No entanto, a It�lia fortalece a ind�stria, enquanto o Brasil n�o. Por isso o patamar de 64% � um grande problema", declarou.

Apesar de tra�ar um cen�rio pessimista para o curto prazo, Belini n�o deixou de ressaltar o potencial do mercado brasileiro de autom�veis, citando o baixo �ndice de motoriza��o do Pa�s, hoje em 5,1 habitantes por ve�culo. "Faltam 150 milh�es de ve�culos para chegarmos ao �ndice dos Estados Unidos", disse.

Para o pa�s avan�ar, o executivo listou alguns obst�culos: situa��o fiscal comprometida, infla��o alta, infraestrutura deficiente, falta de confian�a do mercado, crise pol�tica e defici�ncias na educa��o e na sa�de. No entanto, enumerou tamb�m algumas caracter�sticas que d�o suporte a uma previs�o otimista de longo prazo, como o grande mercado interno, a estabilidade da democracia, as riquezas naturais, a for�a do agroneg�cio e, mais uma vez, o baixo �ndice de motoriza��o.

Mercedes-Benz

No mesmo evento, o presidente da Mercedes-Benz no Brasil, Phillipp Schiemer, disse que o mercado automotivo brasileiro dever� piorar caso o pa�s seja novamente rebaixado pelas ag�ncias de classifica��o de risco. "Isso seria um fato que poderia causar uma acomoda��o para um n�vel menor." Na semana passada, a Fitch rebaixou a nota de cr�dito do Brasil de BBB para BBB-, apenas um n�vel acima do grau especulativo. A perspectiva segue negativa. E no m�s passado, a Standard & Poor's retirou o grau de investimento, ao alterar o rating de BBB- para BB+.

Al�m disso, o executivo da montadora alem� afirmou que, com a press�o do c�mbio e o aumento dos custos, a companhia dever� adotar um novo aumento de pre�os no come�o do ano que vem, depois de reajuste de 5% anunciado recentemente. "Eu diria que � bem prov�vel que isso aconte�a", disse.

Apesar da perspectiva, Schiemer disse que o setor automotivo vive uma guerra de pre�os, devido ao mau momento das vendas. "Para se ter uma ideia, estamos praticamente com os mesmos pre�os de dois anos atr�s, sendo que, levando em conta a infla��o, tivemos um aumento dos custos de 15% nesse per�odo", comparou.

Audi

O presidente da Audi no Brasil, J�rg Hofmann, disse no mesmo evento que o Brasil precisa de lideran�as pol�ticas para superar a crise. "Temos uma crise pol�tica que leva a uma crise econ�mica", afirmou o executivo na abertura de sua palestra no congresso.

Apesar da avalia��o negativa sobre o cen�rio brasileiro, Hofmann apresentou n�meros que mostram que a montadora tem ido na contram�o do setor automotivo, alcan�ando crescimento nas vendas. Em 2014, a Audi registrou a venda de 12.350 unidades, 90% de alta em rela��o a 2013. Nos primeiros nove meses deste ano, este volume j� foi superado e a previs�o � de encerrar o ano com 16 mil vendas. Para 2016, a proje��o � ainda maior, de 20 mil unidades.

A Audi come�ou a produzir no Brasil neste m�s, dividindo uma f�brica com a Volkswagen em s�o Jos� dos Pinhais, no Paran�. Foi a �ltima montadora a se instalar no Pa�s. "Temos uma estrat�gia de longo prazo para superar a crise. Para isso, estamos mudando tudo. S� se cresce na crise se tudo for mudado, desde o marketing, o desenvolvimento de produtos, a contrata��o de pessoas e os pre�os", disse. "Estamos aqui para ficar", acrescentou.


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