Rio, 23 - Com a mudan�a de cen�rio para as cota��es internacionais de mat�rias-primas, os pa�ses da Am�rica Latina t�m de fazer ajustes. Ainda assim, a situa��o � diferente de pa�s para pa�s e o Brasil tem menos espa�o para suavizar esse ajuste. A opini�o � do chefe da miss�o regional do Departamento do Hemisf�rio Ocidental do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Marcello Estev�o, ao comentar, nesta sexta-feira, 23, o Panorama Econ�mico Regional, lan�ado pela institui��o no in�cio do m�s. "� um novo ambiente externo, h� que se fazer um ajuste. N�o h� outra op��o", afirmou Estev�o.
O relat�rio afirma que, embora fatores externos expliquem parte da recess�o no Brasil, s�o os problemas dom�sticos brasileiros os maiores respons�veis pela contra��o da economia em 2015 e 2016. O documento destaca a corrup��o na Petrobras e o julgamento das pedaladas fiscais pelo Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) como alguns dos fatores.
Como n�o integra a equipe t�cnica respons�vel por acompanhar a economia brasileira, Estev�o concentrou-se na an�lise regional, evitando, na apresenta��o, detalhar o caso do Brasil. O economista destacou, por�m, que o Pa�s tem menos espa�o para "suavizar" os efeitos do cen�rio externo, justamente por raz�es dom�sticas. "Os pa�ses que t�m espa�o para suavizar o ajuste, devem fazer isso. Os que n�o t�m, t�m de fazer ajustes na pol�tica econ�mica", afirmou Estev�o, em entrevista ap�s a apresenta��o.
O relat�rio do FMI destaca as diferen�as entre os pa�ses, apesar do contexto comum dos efeitos do fim do superciclo de commodities. A pr�pria din�mica das cota��es de mat�rias-primas faz diferen�a, destacou Estev�o. A queda nas cota��es de commodities met�licas come�ou em 2011, afetando antes pa�ses como Chile e Peru, que tiveram que come�ar a se ajustar antes. O colapso nas cota��es do petr�leo data do ano passado, atingindo Venezuela, Col�mbia e Equador. Com problemas pol�ticos internos, Venezuela, Equador, Argentina e Brasil est�o na mira dos investidores do mercado financeiro.
Por isso, a rea��o � mudan�a no cen�rio externo varia. Segundo Estev�o, Chile e Peru, com espa�o fiscal, sobretudo no primeiro caso, puderam fazer pol�ticas antic�clicas. "O Chile tem espa�o, a d�vida � pequena. O Brasil est� em situa��o pior porque a d�vida � bem mais alta", afirmou o economista.
Sistema banc�rio
O FMI espera uma deteriora��o nos indicadores do sistema banc�rio na Am�rica Latina, que por ora continuam "robustos". O relat�rio, lan�ado na reuni�o anual do FMI, em Lima (Peru), destaca que "os indicadores banc�rios v�o piorar nos pr�ximos 18 meses, porque existe uma defasagem entre a desacelera��o econ�mica e o efeito no sistema banc�rio". Ap�s a apresenta��o, o economista explicou que a observa��o se baseia em estudos sobre os efeitos da economia no sistema banc�rio, mas ainda � cedo para afirmar se o sistema banc�rio � um risco daqui para a frente na Am�rica Latina. "N�o vemos nenhum risco, mas h� uma preocupa��o", disse.