Deprecia��o do real ante o d�lar impactou IPP em setembro, diz gerente do IBGE

Rio, 27 - O avan�o do d�lar ante o real impulsionou os pre�os da ind�stria em setembro, afirmou nesta ter�a-feira, 27, Alexandre Brand�o, gerente do �ndice de Pre�os ao Produtor (IPP) no Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Apenas no m�s passado, a deprecia��o do c�mbio chegou a 11%, notou o pesquisador. O IPP avan�ou 3,03% no per�odo, a maior taxa da s�rie, iniciada em janeiro de 2014.

"Em setembro, deprecia��o muito grande do real ante o d�lar impactou o IPP. As empresas est�o tendo de repassar custos, mesmo em momento n�o muito favor�vel da demanda", afirmou Brand�o. O real tamb�m acumula perdas intensas ante a moeda americana no ano (48%) e em 12 meses (68%).

Segundo o pesquisador, a alta atinge desde commodities (soja e suco de laranja) e bens precificados em d�lar (como avi�es) at� setores que n�o teriam muito espa�o para reajustar pre�os na conjuntura atual. Isso porque muitas empresas contra�ram d�vidas em d�lar ou precisam importar mat�rias-primas para a produ��o. "� uma press�o de custo, assim como a energia el�trica. Ent�o, s�o v�rios efeitos que v�o acontecendo, mesmo quando o mercado (de destino) � o brasileiro", disse.

O est�mulo �s exporta��es, diante do d�lar valorizado, tamb�m acaba impactando os pre�os no mercado interno, como acontece no caso das carnes, explicou Brand�o. "Com isso, voc� aumenta os pre�os da carne nacional", afirmou. Al�m disso, o Brasil � importador de adubos, que est�o mais caros diante do c�mbio e afetam o custo da pecu�ria.

Os ve�culos, por sua vez, n�o conseguem repetir esse movimento na mesma intensidade. Embora as pe�as estejam ficando mais caras e haja a entrada de novos modelos de autom�veis, a infla��o ao produtor nesta atividade avan�ou 1,14%, bem abaixo da m�dia do m�s de setembro. "Com certeza est� aumentando menos, pouca gente est� comprando carro. A conten��o de demanda faz com que eles (produtores) n�o aumentem tanto", explicou Brand�o.

Fora o c�mbio, os avan�os nos pre�os em d�lar de petr�leo e min�rio de ferro em setembro foram impulsos adicionais ao IPP, notou o pesquisador. No m�s passado, a infla��o da ind�stria extrativa avan�ou 12,50%.