S�o Paulo, 31 - A estrat�gia da BRF de n�o repassar o aumento dos custos aos consumidores no Pa�s, em raz�o da atual crise econ�mica, desagradou aos investidores, e fez o papel da empresa despencar no preg�o de ontem. A companhia sinalizou ainda que esse plano ser� mantido no quarto trimestre, o que gerou preocupa��o com os resultados de 2015.
Segundo explica��o de Fl�via Faug�res, presidente das opera��es no Brasil, a manuten��o dos pre�os � uma estrat�gia da empresa para marcar o retorno da marca Perdig�o. Ela deixou claro que se trata de uma escolha, e n�o de uma dificuldade. A executiva indicou ainda que deve ocorrer repasse no ano que vem, no caso de alguns produtos. �Voc� n�o precisa atuar de forma igual em todas as categorias. N�o preciso puxar o pre�o de determinados produtos da mesma forma que nas categorias premium�, disse.
A expectativa da ger�ncia da empresa � de que os frutos dessa estrat�gia venham em 2016. Os investidores n�o demonstram essa mesma confian�a, a julgar pela queda das a��es, que chegou a 12% ao longo do preg�o e terminou com queda de 9,56%, a R$ 60,10.
O fato de os pre�os n�o terem acompanhado os custos foi uma das raz�es que levou a empresa a apresentar recuo de 5,1 pontos porcentuais na margem Ebit no Brasil no terceiro trimestre deste ano, na compara��o com o mesmo per�odo de 2014, atingindo 5,7%.
Segundo profissionais do mercado, depois dos resultados divulgados pela BRF, o receio dos investidores da empresa com a concorr�ncia aumentou. �Os pre�os n�o acompanharam os custos e isso foi um problema no balan�o. O discurso da companhia ainda trouxe um vi�s de manuten��o dos pre�os no restante do ano, o que desagradou ao mercado, porque provavelmente a margem do mercado interno neste ano ser� pior, em rela��o ao resultado do ano passado�, explica Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.
A aus�ncia, no resultado, da participa��o de mercado da companhia em rela��o aos concorrentes tamb�m fez aumentar a desconfian�a dos investidores. �A empresa vinha apresentando o market share de produtos todo trimestre. Teria sido melhor que ela divulgasse o dado com as suas pondera��es�, diz Suzaki.
A explica��o oficial para a aus�ncia do dado � puramente t�cnica. Quando categorias da Perdig�o sa�ram do mercado, a Nielsen, empresa respons�vel por essa mensura��o, parou de contabilizar a marca. E quando essas categorias que estavam suspensas retornaram, a Nielsen demorou para reativar os c�digos correspondentes. S� a partir do dia 1� de outubro esses c�digos foram totalmente reativados.
Em relat�rio, analistas do BTG Pactual escreveram que a aus�ncia da participa��o de mercado prejudicou a avalia��o do impacto inicial da retorno da marca Perdig�o. �Levando em conta os mercados internacionais, continuamos a ver com bons olhos o excelente desempenho at� o momento, mas queremos saber qual ser� o pr�ximo passo em termos de crescimento (possibilidade de fus�o e aquisi��o?) e de refor�o de margens em regi�es nas quais a BRF ainda parece estar exposta a muitos fatores c�clicos e ao mercado de commodities�, diz o documento.
A a��o da BRF teve sua recomenda��o rebaixada pelos bancos Ita� BBA e Bank of America Merrill Lynch (BofA). O pre�o-alvo do papel atribu�do pelos analistas do BofA sofreu uma dr�stica revis�o, de R$ 80 para R$ 65 por a��o. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.