Rio, 01/11/2015, 01 - A greve na Petrobras ganha propor��o a partir das 15h de hoje, quando sindicatos integrantes da Federa��o �nica dos Petroleiros (FUP) come�am a desacelerar a opera��o nas principais unidades da empresa. Na Bacia de Campos, que responde por 80% da produ��o de petr�leo e g�s natural no Pa�s, o movimento ser� iniciado �s 19h. As demais unidades entrar�o em greve, aos poucos, a partir das 15h. N�o h� perspectiva de parar a produ��o a ponto de provocar desabastecimento de combust�veis, informou a FUP.
Agora, em vez de pedir reajuste salarial e ganhos trabalhistas, a principal pauta de reivindica��o dos petroleiros � o fim do plano de venda de ativos da Petrobras. Por estar com o caixa comprometido com d�vidas, a empresa est� se desfazendo de parte do seu patrim�nio para fazer receita. No m�s passado, anunciou a venda de 49% da subsidi�ria de distribui��o de g�s natural, a Gaspetro, para a japonesa Mitsui e ainda busca s�cio para a BR Distribuidora.
Para a FUP, � poss�vel engordar o caixa da empresa sem vender parte dela. Al�m de argumentar que o plano de desinvestimento vai gerar demiss�es dentro da companhia, os sindicalistas alegam que ele ter� impacto tamb�m na economia brasileira como um todo.
"A Federa��o �nica dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos v�m desde junho tentando discutir com a Petrobras e com o governo alternativas para que a empresa continue cumprindo o seu papel de indutora do desenvolvimento nacional", traz nota distribu�da pela institui��o. Em seu comunicado, os petroleiros utilizam estudo elaborado pelo Minist�rio da Fazenda, que aponta que para cada R$ 1 bilh�o que a Petrobras deixa de investir no Brasil o efeito sobre o Produto Interno Bruto (PIB) � de R$ 2,5 bilh�es.
"Se o Plano de Neg�cios da empresa n�o for alterado, a estimativa � de que 20 milh�es de empregos deixar�o de ser gerados at� 2019", informa a federa��o em comunicado.
Desde quinta-feira, empregados da Petrobras come�aram a cruzar os bra�os, mas por indica��o da Federa��o Nacional dos Petroleiros (FNP), que tem um n�mero menor de sindicatos filiados do que a FUP. A FNP tem cinco sindicatos filiados e a FUP, 12. Com a ades�o da FUP � paralisa��o, a greve ganha import�ncia, porque atinge grandes unidades operacionais da empresa. Um dos seus integrantes � o conselheiro de administra��o da Petrobras Deyvid Bacelar.
"Vamos cumprir a Lei de Greve, que garante uma cota de produ��o de combust�veis. A luta � por uma pauta que prev� a Petrobras como indutora do crescimento. N�o faria sentido paralis�-la. Tamb�m n�o estamos brigando por reajuste salarial. De que adianta brigar por sal�rio agora? Se a empresa for embora, fico com o qu�?", questionou o diretor de Comunica��o da FUP, Francisco Jos� de Oliveira.
J� os sindicatos organizados na FNP pedem reajuste salarial de 18%. Em reuni�o com a equipe de recursos humanos da companhia, na �ltima quarta-feira, receberam a proposta de 5,7%. Ao fim do encontro, insatisfeitos com a posi��o da empresa, iniciaram a greve nas unidades de sua cobertura. A Petrobras chegou a fazer nova proposta, de reajuste de 8,1%, mas os petroleiros consideraram que o porcentual n�o cobre a infla��o do �ltimo ano e permanecem em greve por tempo indeterminado.
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Greve na Petrobras atinge Bacia de Campos hoje
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