Bras�lia, 04 - Em evento promovido pelo Banco Central em parceria com o Sebrae, em Bras�lia, o presidente da representante das pequenas empresas, Afif Domingues, cobrou o presidente do BC, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre proposta de liberar compuls�rio para cr�dito para capital de giro. Nenhum dos dois estava no local, apesar de a presen�a de Tombini estar prevista - foi cancelada posteriormente.
"Apresentei proposta a Tombini e o ministro da Fazenda para liberar uma parcela do compuls�rio para financiamento de capital de giro de pequena empresa porque 4% ao m�s (de juro) n�o d� para sobreviver; (capital de giro) � oxig�nio para atravessar momento de crise", defendeu.
Segundo o presidente do Sebrae, as micro e pequenas empresas est�o sustentando os empregos, j� que as grandes corpora��es s�o as que mais demitiram at� agora nos �ltimos meses. "Quero dizer aos meus amigos do BC que temos uma dist�ncia muito grande para percorrer e fazer o cr�dito chegar na ponta. O cr�dito para a produ��o est� muito concentrado e isso gera um fator de concentra��o de renda no Pa�s", argumentou ele, ressaltando que o objetivo dos bancos � empresas apenas para as grandes empresas.
Cr�ticas
Afif fez tamb�m duras cr�ticas ao sistema financeiro e �s taxas de juros no Brasil durante evento do Banco Central. O executivo se queixou da concentra��o do setor banc�rio e reclamou do custo dos financiamentos. "Pegar empr�stimo com juro de 4% ao m�s quebra qualquer um", disse. "Taxa de juros hoje � pornogr�fica", afirmou.
Ele lembrou que foi gra�as ao cr�dito e a robustez do sistema financeiro que o Brasil passou pela crise de 2008. Ele ponderou, no entanto, que essa robustez obtida depois do saneamento banc�rio ocorrido nos anos 1990, levou � concentra��o. "No Brasil, as institui��es s�o fortes, mas muito concentradas. Hoje dois bancos p�blicos e tr�s privados concentram 90% das opera��es", argumentou.
Afif disse ainda que em termos de financiamento de consumo o Brasil est� avan�ado. "Mas em financiamento a produ��o, temos um longo caminho a percorrer", ponderou.
Citou tamb�m dados de uma pesquisa do Sebrae como forma de corroborar as cr�ticas que fez. "Em 2015, apenas 17% das microempresas tomaram empr�stimo e o principal financiador da micro e pequena empresa � o fornecedor, n�o o sistema financeiro", disse. Ele afirmou que 51% das micro e pequenas empresas usam cheque pr�-datado e que 84% dos donos tem conta de pessoa f�sica ao inv�s de conta de pessoa jur�dica.