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Estado de Minas

Infla��o obriga fam�lias a diminu�rem ou trocarem itens de compras

Com infla��o de 8,52% medida pelo IBGE de janeiro a outubro, popula��o faz manobras para gastar menos. Combust�veis lideraram alta do IPCA no m�s passado


postado em 07/11/2015 06:00 / atualizado em 07/11/2015 08:01

Sem poder economizar na gasolina, Gabriela Leite faz ginástica com o orçamento e adota cortes no sacolão(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Sem poder economizar na gasolina, Gabriela Leite faz gin�stica com o or�amento e adota cortes no sacol�o (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)


No posto de gasolina, no supermercado ou � mesa do caf� da manh�, o brasileiro est� sentindo com mais for�a o peso do custo de vida. A infla��o de 0,82%, medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) em outubro, foi a maior para o m�s desde 2002. No acumulado do ano, indicador j� alcan�a 8,52% no pa�s, percentual mais alto desde 1996; e no per�odo dos �ltimos 12 meses, chegou a 9,93%. At� dezembro, a expectativa dos analistas de bancos e corretoras � de que encoste nos dois d�gitos. Para fazer frente � disparada do or�amento, brasileiros est�o transformando a rotina. Se os pre�os administrados pelo governo, aqueles dos servi�os p�blicos, sobem, pelo menos as despesas que o consumidor pode controlar crescem em ritmo menor.

Na Grande Belo Horizonte, a infla��o acelerou menos que a m�dia nacional em outubro, com alta de 0,62%. Ainda assim, o percentual foi superior ao de setembro (0,41%). A suspens�o do reajuste das tarifas do transporte urbano entre 17 de setembro e 24 de outubro contribuiu para a menor press�o no indicador da capital. Para completar o tanque do carro com 35 litros de combust�vel, a advogada Gabriela Leite, de 33 anos, gastava R$ 110 no in�cio do ano. Agora est� desembolsando R$ 126.  Os gastos com energia el�trica na resid�ncia em que mora com mais duas pessoas, aumentaram, no mesmo per�odo, de R$ 90 para R$ 140.

Como n�o conseguiu fugir do reajuste da gasolina de 6% em outubro e nem da escalada da conta de luz, que, neste ano, encareceu quase 50% no pa�s, Gabriela est� freando as compras no sacol�o e no a�ougue. “No sacol�o, compro 20% menos, substituindo frutas pelas esp�cies da �poca, trocando produtos e ainda deixando de comprar alimentos que est�o caros demais, como �, agora, o caso do lim�o. Prefiro a manga palmer, mas se a tommy estiver mais barata � essa que levo. Ser�o quatro em lugar das seis anteriores”, explica.

A gin�stica da advogada Gabriela Leite � sentida pela maioria da popula��o brasileira. O motorista Agmar Braga, 45, est� desempregado. Ele conta que sente a acelera��o do custo de vida principalmente no supermercado, onde reduziu a quantidade comprada de uma s� vez. "Estou comprando menos e optando pelas marcas mais baratas."

Em outubro, as maiores influ�ncias sobre o �ndice vieram dos transportes (1,72%) e do grupo de alimenta��o e bebidas (0,77%). As remarca��es ligadas � locomo��o subiram sob o impacto da eleva��o das passagens a�reas (4,01%), pneu (0,94%), passagem de �nibus intermunicipal (0,84%), conserto de autom�vel (0,69%), acess�rios e pe�as (0,46%).

O vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), Pedro Paulo Pettersen, aponta que o indicador mais importante � o c�mbio, que foge ao controle do governo e pressiona a infla��o. Itens como a carne bovina tiveram forte alta em 12 meses (17,16%), principalmente devido � eleva��o das exporta��es, que reduzem a oferta no mercado interno. O d�lar tamb�m impacta o pre�o dos insumos, encarecendo os alimentos.

FORA DA META
Em outubro, os combust�veis pesaram forte nas despesas das fam�lias, participando com 4,89% da composi��o do IPCA, e liderando o ranking dos principais impactos na infla��o do pa�s. Mais caros em 6,09%, os combust�veis foram respons�veis por 37% do resultado do �ndice.

O consumidor passou a pagar, em m�dia, 5,05% a mais pelo litro da gasolina desde 30 de setembro. Em rela��o aos �ltimos doze meses, os pre�os do combust�vel acumulam 17,93%, em m�dia. O reajuste foi ainda maior no caso do etanol, que chegou a 12,3%, mas a contribui��o do produto na forma��o do �ndice � inferior � da gasolina, de 1,10 ponto percentual. Para o diesel, o reajuste em 12 meses alcan�ou 15,9%. Nas bombas, o combust�vel foi reajustado em 3,26% em outubro.

A estimativa do mercado, segundo relat�rio publicado pelo Banco Central, � de que a infla��o feche o ano em 9,9%. Em 2016, embora crescendo em ritmo menor, na opini�o de economistas, o �ndice deve ainda superar o centro da meta estabelecido pelo Banco Central, ficando pr�ximo a 6,5%. “Em 2016, o reajuste dos pre�os administrados, a exemplo da energia el�trica, devem ocorre em patamares menores e o consumidor, em fun��o do aumento do desemprego, deve ter maior controle sobre os seus gastos, contribuindo para o crescimento em menor ritmo da infla��o”, diz Pettersen.


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