S�o Paulo, 13 - O ex-presidente do Banco Central Arm�nio Fraga afirmou nesta sexta-feira, 13, que o ajuste fiscal que tem sido feito pelo governo n�o � suficiente e, por isso mesmo, n�o � surpresa nenhuma que n�o esteja dando grandes resultados em termos de retomada da confian�a e volta do crescimento. A declara��o foi dada durante evento em S�o Paulo, promovido pelo Instituto Millenium.
"Na primeira administra��o Lula se fez um ajuste, ainda que pequeno, e a coisa evoluiu. Hoje, sem truques, pedaladas, receitas n�o recorrentes, etc, temos um d�ficit de 1,5%, quase 2% do PIB. O que o Brasil precisa � de um ajuste enorme", afirmou.
Segundo ele, quanto menos credibilidade se tem, maior o ajuste necess�rio. "N�o surpreende que o ajuste de 0,5 ponto do PIB como est� acontecendo agora n�o esteja dano grande resultado. Ele n�o � suficiente e n�o h� qualquer sinaliza��o de que um ajuste maior possa vir a ser feito", comentou Fraga.
O ex-ministro disse que o Brasil precisa de reformas amplas e profundas, que v�o al�m da recria��o da CPMF ou da venda de participa��es minorit�rias em ativos estatais. Para ele, � dif�cil uma solu��o para a crise atual sem uma boa reforma pol�tica, ou no m�nimo uma conjun��o de for�as para viabilizar as reformas necess�rias.
No curto prazo, ele defende que o governo sinalize com uma reforma da Previd�ncia, com idade m�nima de aposentadoria, refor�o do fator previdenci�rio e desvincula��o dos ajustes em rela��o ao sal�rio m�nimo. "Nosso Or�amento deveria ser 100% desvinculado, desindexado, for�ando uma reflex�o do Estado que queremos e podemos ter. Uma esp�cie de or�amento de base zero". Para ele, � urgente uma reforma tribut�ria e melhora na gest�o do Estado.
O ex-presidente do BC disse que n�o � imposs�vel reverter o quadro atual de deteriora��o na economia, mas isso parece cada diz mais dif�cil. "O Brasil evoluiu muito nas �ltimas d�cadas, mas corre o risco de jogar tudo fora se provid�ncias muito importantes n�o forem tomadas".
Ele lembrou que a d�vida bruta est� se aproximando de 70% do PIB e com o cen�rio de recess�o, d�ficit prim�rio e juro real elevado, essa rela��o deve crescer quase 6 pontos ao ano. "� um problema enorme e n�o se pode descartar a possibilidade de no futuro relativamente pr�ximo isso criar uma crise de confian�a enorme".