Nova York, 17 - O rating soberano do Brasil continua sob press�o, em meio ao aumento de incertezas pol�ticas e econ�micas, afirmou a diretora s�nior da Fitch respons�vel pela Am�rica Latina, Shelly Shetty, em v�deo divulgado nesta segunda-feira, 16. Piora adicional da economia, deteriora��o mais acentuada das contas fiscais, escalada da d�vida bruta e dificuldades extras na governabilidade podem colocar press�o adicional para o rebaixamento da classifica��o de risco brasileira, diz a diretora.
"A Fitch mant�m a perspectiva negativa para o rating, porque acredita que o desempenho fraco da economia e das contas fiscais vai continuar", afirmou. A ag�ncia de classifica��o de risco n�o v� a estabiliza��o da d�vida do governo e segue vendo riscos de piora em suas proje��es para a atividade econ�mica e as contas p�blicas. Essas preocupa��es s�o amplificadas em meio � volatilidade que tem sido observada no mercado financeiro e � falta de "fluidez pol�tica", acrescentou.
Na Fitch, a perspectiva negativa em um rating indica chance "acima de 50%" de rebaixamento da nota entre 12 a 18 meses. Mas Shelly destacou, no v�deo que dura pouco mais de tr�s minutos, que uma mudan�a na nota do Pa�s tamb�m pode ocorrer em per�odo mais curto que o esperado pelas regras da ag�ncia, dependendo do que ocorrer na economia analisada. "Vamos continuar monitorando os desdobramentos pol�ticos, econ�micos e fiscais no Brasil", disse.
"O cen�rio econ�mico brasileiro est� se tornando mais desafiador", disse Shelly, destacando que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve encolher 3% este ano e mais 1% em 2016. "Notadamente mais do que o inicialmente previsto", afirmou. "As perspectivas de crescimento de m�dio prazo tamb�m s�o fracas, comparadas a outros grandes mercados emergentes", completou.
Shelly explica no v�deo que tr�s fatores principais contribu�ram para o rebaixamento da nota soberana do pa�s, anunciada em 15 de outubro: piora do cen�rio econ�mico, dificuldade em seguir com o ajuste fiscal e a dif�cil situa��o pol�tica.
A falta de avan�o no ajuste tem impedido a melhora dos n�meros fiscais e o cen�rio pol�tico turbulento tem dificultado o avan�o da agenda econ�mica do Planalto e contribu�do para elevar ainda mais a incerteza.
Desemprego
Shelly tamb�m chamou a aten��o para o fato de que o aumento da taxa de desemprego do Brasil, o "colapso" do investimento privado e a dificuldade de expans�o do cr�dito mostram as dificuldades que o governo de Dilma Rousseff enfrenta para fazer a economia voltar a crescer.
A previs�o da Fitch � de que o d�ficit siga elevado este ano e no ano que vem, e a rela��o d�vida bruta/PIB bata em 70% em 2016 e siga crescendo. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.