
Segundo o especialista, cursos, feiras, eventos de beleza e workshops devem fazer parte do curr�culo do bom profissional. “O mercado � competitivo e vai se destacar quem tiver um diferencial. Esse mundo tem encantado v�rias pessoas, gente que j� tem uma profiss�o, mas que n�o est� feliz ou que quer ser dono do pr�prio neg�cio. E para vencer a concorr�ncia, tem de ser muito bem capacitado.”
Mas n�o basta se inscrever em tudo o que vir pela frente apenas para obter um certificado. “O cabeleireiro deve procurar refer�ncias sobre o curso do qual planeja participar. Precisa certificar-se tamb�m de que os educadores ou instrutores s�o s�rios, se realmente conhecem o que ensinam.”
Al�m disso, quem deseja se tornar um profissional da beleza precisa ter seus objetivos bem definidos. “O curso de cabeleireiro � o carro-chefe de qualquer boa escola. Depois, v�m as especializa��es que a profiss�o demanda, que s�o de cortes avan�ados, colora��o, mexas...”, afirma o especialista, acrescentando que “at� um curso de gest�o de sal�o de beleza � fundamental para quem quer montar o pr�prio neg�cio ou para quem j� tem o pr�prio neg�cio e quer se aprofundar nas quest�es que envolvem custos, administra��o e finan�as”.
ALTERNATIVA Luciano conta que o Instituto L’Oreal surgiu justamente da necessidade de entregar para o mercado de trabalho m�o de obra especializada. “Nosso objetivo � formar um profissional apto a desenvolver um trabalho de ponta. O mercado nessa �rea est� muito aquecido. Em �poca de crise, a pessoa busca a alternativa. E como essa �rea est� numa crescente, porque � uma profiss�o que eleva a autoestima, por ser alegre e alto-astral e por ter um retorno financeiro muito bom, atrai muita aten��o. Certamente, o capacitado vai se sobressair.”
No Instituto L’Oreal, o curso intensivo de cabeleireiro tem dura��o de oito meses. “S�o quatro meses em sala de aula, onde o aluno v� teoria e pratica em cabelo de boneca e em modelos volunt�rios marcados pelo instrutor, de acordo com cada m�dulo. Feitos esses 50%, o aluno, se aprovado com m�dia m�nima de sete pontos, vai para o sal�o-escola, onde ter� a oportunidade de executar o que aprendeu em sala de aula, com acompanhamento do instrutor.”
QUASE 50 ANOS NO MERCADO Ricardo Galeno, diretor de Marketing do Sal�o-Escola Bom Pastor, que tem 48 anos de atua��o no mercado da beleza, tem se preocupado com a qualidade dos profissionais da �rea. Na opini�o do especialista, a falta de regulamenta��o “decente”, como ele define, � o principal entrave.
“Desde 1967, estamos tentando regulamentar a profiss�o. Recentemente, ela foi reconhecida, mas tudo o que se referia a educa��o foi vetado, como a necessidade de especializa��o, por exemplo. Ela exige apenas seguimento das normas sanit�rias e foi criado o Dia do Cabeleireiro tamb�m. Mas h� uma s�rie de problemas da atividade que a pr�pria lei trabalhista n�o abrange. Hoje, qualquer ONG ou igreja abre uma escola de cabeleireiros. N�o h� qualquer compromisso com a qualidade”, desabafa.
A Lei 12.592, que regulamenta a profiss�o de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador, foi sancionada em 2012. Mas a presidente Dilma vetou os artigos que exigiam qualifica��o para o desempenho das atividades.
Na mensagem de veto, a presidente havia explicado que, de acordo com a Constitui��o, � livre o exerc�cio de qualquer trabalho, of�cio ou profiss�o, cabendo apenas impor restri��es na hip�tese de a atividade ser pass�vel de causar algum dano � sociedade. A decis�o de vetar foi tomada com base em consulta aos minist�rios do Trabalho e Emprego, da Justi�a, da Sa�de, � Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica e � Advocacia-Geral da Uni�o.
SERIEDADE Galeno discorda da justificativa ao veto. “As pessoas esquecem que estamos ligados diretamente � atividade de sa�de e n�o levam a profiss�o a s�rio.” Ele afirma que a n�o obrigatoriedade de forma��o compromete a qualidade do profissional e traz perdas significativas para a classe. “Fomos os primeiros a regulamentar um curso de imagem pessoal, essa � a nomenclatura no MEC, e de est�tica. Mas, com a nova regulamenta��o, o p�blico perdeu o interesse. Para que fazer um curso de 18 meses se qualquer curso de quatro vai dar uma habilita��o?”, indaga.
Mas s� um certificado pendurado na parede do sal�o n�o basta. O profissional, na avalia��o de Galeno, tem de saber o que est� fazendo. “A forma��o te�rica tem de ser a melhor poss�vel, sen�o, a pessoa pode acabar com a carreira ou com a sa�de de um cliente. Usar um produto com formol, por exemplo, � crime hediondo e muito profissional n�o sabe disso. �s vezes, nem mesmo que o produto tem formol, porque � induzido pelas informa��es que o vendedor passa.”