
Com a forte retra��o das vendas da ind�stria automotiva, em Minas Gerais, Iveco, do grupo Fiat, e Mercedes-Benz devem diminuir a produ��o, respectivamente, nas unidades de Sete Lagoas, na Regi�o Central de Minas, e Juiz de Fora, na Zona da Mata. A Iveco comunicou ao sindicato dos trabalhadores que conceder� f�rias coletivas aos empregados da unidade de ve�culos comerciais de 14 de dezembro a 12 de janeiro, per�odo mais extenso que os adotados nesta �poca em anos anteriores, de 10 a 20 dias.
A fabricante de caminh�es e comerciais leves da montadora italiana inicia tamb�m no m�s que vem uma nova fase de lay-off na f�brica, mas ainda sem prazo definido, de acordo com a empresa. O sistema consiste na dispensa tempor�ria dos empregados, que passam a receber o seguro-desemprego e a complementa��o do sal�rio pela empresa durante a vig�ncia do acordo, n�o superior a cinco meses. Parada semelhante foi adotada em setembro para parcela dos empregados, lembra o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Ind�strias Metal�rgicas, Mec�nicas e de Material El�trico de Sete Lagoas (Stimmesl), Ernane Geraldo Dias.
“A situa��o est� bastante adversa. Em plena crise, as f�rias coletivas podem at� ser prorrogadas”, afirma. Na f�brica da marca Mercedes-Benz, as f�rias coletivas ser�o escalonadas. A cada per�odo, os trabalhadores de determinado setor ficar�o sem trabalhar. O primeiro e mais extenso come�a no pr�ximo dia 30. A unidade de montagem bruta e pintura deve dispensar o pessoal durante 30 dias, segundo o presidente do Sindicato dos Metal�rgicos de Juiz de Fora, Jo�o C�sar da Silva. O maior setor � o de montagem, com aproximadamente 300 pessoas. Eles ficar�o em f�rias de 21 de dezembro a 6 de janeiro, como nos anos anteriores.
No polo cal�adista de Nova Serrana, Centro-Oeste de Minas Gerais, parte das empresas decidiu conceder f�rias coletivas a partir do dia 30, antecipando em cerca de 15 dias o calend�rio t�pico de dezembro. “Algo que nunca se viu na cidade. Foi um ano muito dif�cil, afinal, as empresas est�o trabalhando com 60% a no m�ximo 70% da sua capacidade produtiva”, observou o presidente do Sindicato da Ind�stria de Cal�ados da cidade (Sindinova), Pedro Gomes da Silva, que trabalha com previs�o de queda das vendas no acumulado do ano entre 20% e 25%, ante 2014.
A maioria das 300 fabricantes de m�veis de Ub� e regi�o vai dispensar os empregados por tr�s semanas, quando no ano passado a paralisa��o foi de 15 dias, informou Michel Pires, presidente do Sindicato Intermunicipal das Ind�strias do Mobili�rio de Ub�. Algumas das f�bricas v�o adotar f�rias coletivas de 30 dias a partir de 17 de dezembro, em raz�o da total impossibilidade de programar a produ��o. “Nesta �poca, era normal programar as entregas de janeiro, mas nem as encomendas de dezembro ocorreram como em anos anteriores. Se algum pedido do Nordeste chegasse hoje, ter�amos como entreg�-lo na semana que vem”, afirma o industrial.
Desaquecimento Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Ind�stria de Cal�ados e Bolsas de Minas Gerais, Rog�rio Jorge de Aquino e Silva, empresas que n�o costumavam paralisar a produ��o deram sinal � entidade de que precisam suspend�-la agora, devido � crise da demanda de clientes duramente afetados pelo desaquecimento da economia. “Algumas empresas j� definiram f�rias coletivas a partir de 17 de dezembro, quando em novembro de anos anteriores nem se falava nas paralisa��es de fim de ano”, afirma. O sindicato estima entre 600 e 700 demiss�es efetuadas de janeiro a outubro tendo a queda das vendas do setor como motiva��o.
Nas ind�strias t�xteis, mesmo depois de uma s�rie de ajustes feitos pelas empresas para se adaptarem � retra��o do consumo, que resultaram no corte de 1.380 empregos desde o come�o do ano, de acordo com o sindicato dos tecel�es da Grande Belo Horizonte, pelo menos duas empresas, a Tear T�xtil e a S�o Geraldo, v�o adotar f�rias coletivas. O presidente do sindicato dos trabalhadores, Carlos Roberto Malaquias, diz que as paralisa��es devem se estender de 10 de dezembro a 3 de janeiro, envolvendo 1.280 empregados.
Cen�rio hoje � de pessimismo
Enxergar os rumos que a produ��o industrial vai tomar na virada para 2016 � tarefa imposs�vel para a ind�stria. “Tudo o que a gente imagina envolve um grau de pessimismo muito grande. N�s temos uma crise pol�tica violenta e tanto o consumidor quanto o lojista ficam com medo de fazer neg�cios”, afirma o presidente do Sindicato da Ind�stria de Cal�ados de Nova Serrana (Sindinova), Pedro Gomes da Silva. O polo cal�adista da regi�o de Nova Serrana re�ne cerca de 1,2 mil empresas e ao redor de 20 mil empregados.
Michel Pires, presidente do sindicato dos fabricantes de m�veis de Ub�, diz que as perspectivas com as quais as empresas trabalham s�o de retra��o de vendas superior a 25% neste ano, comparadas �s de 2014. Trata-se do pior resultado que o industrial j� viu nos 25 anos de atua��o no ramo. “Vivemos o dia a dia. N�o h� como programar, principalmente, as compras de mat�rias-primas”, afirma.
Para Michel Aburachid, presidente do Sindicato das Ind�strias do Vestu�rio de Minas (Sindvest), o alento nas vendas observado em outubro pela ind�stria do vestu�rio s� provocou altera��es das proje��es de fechamento de 2015, sem indicar sa�da dos balan�os de vendas no vermelho. As previs�es subiram de perdas de 40% dos neg�cios at� junho para queda de 20% at� outubro.
Retomada A rea��o das vendas da ind�stria do vestu�rio surpreendeu em outubro e poder� ser suficiente para manter em atividade linhas de produ��o de empresas do setor que adotavam f�rias coletivas nesta �poca do ano. Aburachid conta que o sinal de recupera��o das vendas reflete uma aparente acomoda��o da ind�stria ao espa�o aberto no mercado interno por empresas que se voltaram �s exporta��es, com o benef�cio recente da valoriza��o do d�lar, e aquelas que acabaram deixando o mercado devido � intensidade da crise no come�o do ano. Al�m disso, chama aten��o o fato de que alguns clientes voltaram a comprar das f�bricas de uniformes.
“N�o se trata de algo a comemorar neste momento. � um chuvisco neste per�odo de seca”, afirma o presidente do Sindivest. Aburachid destaca a expectativa de que a rea��o das vendas seja cont�nua e de que o c�mbio favor�vel aos exportadores estimule novas encomendas. As empresas dos segmentos de moda fashion e de roupa �ntima est�o concentrando os bons resultados nas exporta��es. O sindicato re�ne 5 mil fabricantes e 150 mil trabalhadores em Minas Gerais.