S�o Paulo, 24 - A gigante das farm�cias americana CVS quer pedir revis�o do valor pago aos antigos donos da Drogaria Onofre, segundo apurou o jornal O Estado de S.Paulo. A redu��o do valor a ser pago pela empresa, que foi comprada por cerca de R$ 600 milh�es em fevereiro de 2013, estaria prevista em contrato e poderia ser resolvida sem necessidade de recorrer a tribunais, por arbitragem. Mas, caso n�o haja acordo, a discuss�o pode acabar na Justi�a.
Segundo fontes de mercado, o acordo entre a CVS e a Onofre previa alguns "tetos" para obriga��es trabalhistas e fiscais que resultassem em �nus para a rede de drogarias depois da venda - limites esses que j� teriam sido ultrapassados.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o valor a ser abatido da compra ainda n�o estaria definido, mas fontes disseram que as poss�veis obriga��es estariam entre R$ 15 milh�es e R$ 20 milh�es somente em processos trabalhistas. Haveria tamb�m pend�ncias fiscais e quest�es de efici�ncia operacional a serem adicionadas � conta.
Segundo fontes pr�ximas ao assunto, a revis�o do pagamento pela Onofre n�o envolveria a devolu��o de valores, j� que uma parcela da aquisi��o ainda n�o teria sido paga aos antigos s�cios. A diferen�a seria abatida deste res�duo.
A reportagem apurou que a rediscuss�o do valor pago pela Onofre s� iria � Justi�a caso n�o haja acordo administrativo entre as partes. A Onofre, agora sob administra��o da CVS, n�o quis comentar o assunto. Ex-s�cio da Onofre, Ricardo Arede n�o respondeu os contatos da reportagem. Uma fonte pr�xima � fam�lia dos fundadores disse, no entanto, que os antigos propriet�rios n�o veem motivo para a revis�o de valores.
Webjet
A revis�o de valores pagos em processos de aquisi��o de neg�cios costumam estar contemplados nos contratos, justamente para evitar uma longa briga na Justi�a brasileira. Mudan�as nos valores pagos n�o s�o um fato in�dito. Ao anunciar a compra da Webjet, em 2011, a Gol originalmente anunciou um valor de R$ 311 milh�es, sendo R$ 96 milh�es em dinheiro.
O valor total da aquisi��o, no entanto, acabou sendo posteriormente reduzido e a Gol acabou pagando cerca de R$ 70 milh�es em dinheiro. A companhia a�rea optou, no fim das contas, por desativar a Webjet e abandonar a marca.
Aposta
Ao comprar a Onofre, a gigante CVS - que opera quase 8 mil lojas nos EUA - esperava formar uma plataforma para ganhar escala no Brasil. Prestes a completar tr�s anos, o neg�cio continua praticamente do mesmo tamanho. S�o 47 lojas, com forte concentra��o em S�o Paulo. Trata-se da �nica opera��o da varejista americana fora de sua terra natal.
A CVS, no entanto, s� assumiu de fato o comando da empresa neste ano, quando nomeou o executivo M�rio Ramos para presidir o neg�cio (ele entrou originalmente na rede de farm�cias como diretor financeiro, no in�cio de 2014).
O contrato original, intermediado pelo banco Barclays e pelos escrit�rios Pinheiro Neto (do lado da rede americana) e Mattos Filho (representando a Onofre), previa a perman�ncia dos ex-propriet�rios no comando por dois anos. Apesar de terem vendido 100% do neg�cio, ambos ter�o assento no conselho de administra��o at� 2018, segundo fontes.
A Onofre foi fundada em Nil�polis, no Rio de Janeiro, na d�cada de 1920. Posteriormente, o neg�cio foi transferido para S�o Paulo por Armindo, pai de Marcos e Ricardo Arede, que deram escala para o neg�cio e fecharam a venda para a CVS. Segundo fontes, os irm�os impressionaram a rede americana � �poca pelo r�pido crescimento do neg�cio, pela qualidade dos pontos de venda e pela opera��o de vendas pela internet.
No entanto, ap�s assumir a rede de drogarias, a CVS teria se deparado com despesas extras que justificariam a revis�o do valor. O Estado apurou que a gigante americana s� pretende crescer de forma relevante no Brasil ap�s deixar a opera��o da Onofre redonda. Segundo fontes, a CVS chegou a olhar outras redes de maior porte - entre elas a Drogaria S�o Paulo-Pacheco, mas as conversas n�o foram adiante. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.