Rio, 24 - A expectativa de infla��o dos consumidores dever� se manter no patamar de dois d�gitos pelo menos at� mar�o de 2016, em fun��o da perspectiva de reajuste dos pre�os administrados no in�cio do ano. A avalia��o � do economista Pedro Costa Ferreira, pesquisador da Funda��o Getulio Vargas (FGV). A institui��o divulgou nesta ter�a-feira, o Indicador de Expectativas Inflacion�rias dos Consumidores, que ficou em 10,1% em novembro.
Al�m de ser um novo recorde hist�rico na s�rie iniciada em setembro de 2005, o indicador marca o quarto m�s seguido de expectativas na casa dos 10%. Ferreira destaca a expressiva mudan�a de patamar desde janeiro: o indicador de expectativa inflacion�ria da FGV saltou de 7,5% para 10% em agosto, se manteve est�vel at� outubro e agora subiu novamente, para 10,1%.
A FGV atribuiu o resultado de novembro do indicador a uma combina��o entre o n�vel da infla��o atual e a repercuss�o que a m�dia vem dando ao aumento geral dos pre�os.
O economista lembra que a expectativa tamb�m influencia a forma��o dos pre�os na economia. O universo dos consumidores � formado por comerciantes, empregados e profissionais liberais. Quando acreditam que pagar�o mais caro por produtos e servi�os � natural que cobrem mais caro e busquem renegocia��es salariais mais altas. O mesmo vale para renegocia��es contratuais, como, por exemplo, os alugu�is. "A tend�ncia � a negocia��o de pre�os de maiores e que a infla��o continue com essa in�rcia", diz.
Para Ferreira, � poss�vel que passado o per�odo de influ�ncia dos administrados a expectativa tende a atingir uma estabilidade e iniciar uma trajet�ria de queda. Isso por reflexo da pol�tica monet�ria de juros b�sicos altos, contra��o do cr�dito e at� pela perspectiva de queda do Produto Interno Bruto (PIB).
A Sondagem do Consumidor da FGV coleta mensalmente informa��es de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do Pa�s. Cerca de 75% destes entrevistados respondem aos quesitos relacionados �s expectativas de infla��o.