
Para especialistas do setor, a procura por esse tipo de investimento se deve a grande oferta de PGBLs e VGBLs nos bancos e ao futuro incerto dos benef�cios do INSS, j� que o governo alterou a regra da aposentadoria, com a cria��o da chamada f�rmula 85/95. De acordo com dados da Federa��o Nacional de Previd�ncia Privada e Vida (FenaPrevi), no primeiro semestre deste ano, as contribui��es feitas � previd�ncia complementar aberta aumentaram 28,4% frente ao mesmo per�odo de 2014. As contribui��es dos titulares dos planos evolu�ram de R$ 36,09 bilh�es de janeiro at� julho de 2014 para R$ 46,3 bilh�es em id�nticos meses de 2015. De janeiro a agosto, a arrecada��o chegou a R$ 60,8 bilh�es. Na an�lise por modalidade de plano, o VGBL - indicado principalmente para quem n�o declara Imposto de Renda da Pessoa F�sica pelo modelo completo de declara��o anual de ajustes - recebeu contribui��es de R$ 42,07 bilh�es. O PGBL, para quem utiliza o modelo completo da declara��o anual, registrou R$ 3,83 bilh�es. Os planos tradicionais, por sua vez, apuraram R$ 446 milh�es. “� importante destacar que, para ambas as modalidades de planos (PGBL e VGBL), n�o h� cobran�a do Imposto de Renda a cada seis meses, sobre os rendimentos obtidos, como ocorre em alguns tipos de aplica��es”, explica o presidente da FenaPrevi, Osvaldo Nascimento.
Os planos de previd�ncia podem ser boa op��o para complementar a renda de quem vai se aposentar pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), a previd�ncia p�blica. Por outro lado, para investidores que t�m objetivos de curto prazo – menos de 10 anos –, o produto n�o � adequado. Segundo especialistas ouvidos pelo Estado de Minas, � preciso levar em considera��o a rentabilidade e as taxas de administra��o e de carregamento. No caso de um aporte ou uma retirada, o administrador pode tributar esses valores. “Recomendamos a previd�ncia privada naqueles casos em que o investidor n�o tem disciplina para gerir outras aplica��es, em casos de sucess�o patrimonial ou para conseguir um abatimento no Imposto de Renda, lembrando que apenas o PGBL oferece esse benef�cio, no limite m�ximo de 12% da renda tribut�vel”, afirma Gustavo Carvalho, assessor da Ativa Investimentos.
Carvalho explica que o plano mais recomendado varia de pessoa para pessoa, levando-se em conta o objetivo da aplica��o. “Caso o investidor fa�a a declara��o de IR pelo formul�rio completo, � interessante considerar um aporte em PGBL para usufruir do benef�cio de dedu��o do IR. J� o VGBL tem a vantagem de pagar IR apenas sobre a rentabilidade do investimento”, destaca.
Outra op��o dispon�vel no mercado s�o os seguros de vida, que podem ser resgatados em vida e n�o apenas em caso de morte. Essa foi a op��o da economista Margarida Santoni, de 53 anos. H� 10 anos, ela optou por um modelo de resgate aos 60 anos, com contribui��o mensal de R$ 787. “Sacrifica um pouco, mas l� na frente ser� um complemento de renda para a aposentadoria num momento em que se est� mais fragilizado”, disse. Aos 53 anos, ela planeja poupar por mais sete para colher os frutos do investimento. “Comecei num per�odo bom, mas, quanto antes, melhor”, diz a economista.
Quanto mais cedo, melhores as op��es
O tempo � fator importante na defini��o por um plano de previd�ncia, j� que, quanto mais cedo, menor pode ser a parcela a pagar e maior ser� o montante do resgate. Daniel Santos, corretor da Prevline Corretora de Seguros estima que um plano de previd�ncia privada iniciado aos 30 anos, com contribui��es mensais de R$ 500, pela m�dia dos �ltimos cinco anos, dar� ao poupador, aos 65 anos, R$ 1 milh�o para retirada ou R$ 4 mil mensais para garantir a aposentadoria.
Ele pondera que o c�lculo depende do modelo de contribui��o e da op��o pela pens�o para o c�njuge ou para os filhos, al�m da possibilidade de obter algum seguro por invalidez ou doen�a contratado em conjunto. Segundo Santos, a rentabilidade m�dia da previd�ncia � de 8% ao ano, enquanto a da poupan�a � de 5,5% ano. “Na poupan�a, o valor renderia, em m�dia, R$ 680 mil, mas o ideal � procurar um profissional da �rea para analisar o perfil de cada pessoa”, disse. O professor de finan�as do Ibmec/MG, Ricardo Couto, lembra que planos de previd�ncias fechados oferecidos por empresas podem ser vantajosos, mas � preciso avaliar o tempo de car�ncia e estimativa de perman�ncia na empresa. Quanto menor o prazo e maior a quantidade aplicada, menor o risco. Segundo Couto, um dos fatores positivos � que o funcion�rio contribui com certa percentual de seu sal�rio e a empresa participa com valor equivalente ou superior. “N�o podemos generalizar, mas sem d�vida, � uma op��o de investimento a longo prazo”, defende.
Gustavo Carvalho ressalta que planos de previd�ncia podem ser um mecanismo facilitador na sucess�o patrimonial. “Quando o titular de um plano morre, esse capital n�o entra nos tr�mites de invent�rio, e os benefici�rios recebem o recurso em um prazo m�dio de 30 dias. A tributa��o incide de acordo com o regime escolhido pelo titular no momento da contrata��o do plano ou portabilidade", observa.
